A Amnistia Internacional argumentou que a autorização para extraditar Julian Assange para os EUA “põe em grande risco” o jornalista.
Agnès Callamard, secretária-geral da Amnistia Internacional, criticou a decisão tomada pela ministra do Interior britânica, ao assinar a ordem de “entregar o jornalista australiano” e fundador do WikiLeaks, Julian Assange, à Justiça dos EUA, onde é acusado de espionagem.
“Permitir que Julian Assange seja extraditado para os Estados Unidos pode colocá-lo perante um grande risco e envia um ‘recado arrepiante’ aos jornalistas de todo o mundo”, afirmou Callamard.
“Se a extradição se verificar (…) Assange pode enfrentar o risco de uma detenção prolongada”, sublinhou.
“As garantias diplomáticas dos Estados Unidos de que Assange não vai ser submetido ao confinamento solitário não podem ser levadas a sério, dado o historial” americano, considerou.
A secretária-geral da Amnistia Internacional apelou, ainda, ao Reino Unido para que o país “se abstenha de extraditar Julian Assange, que os Estados Unidos deixem cair as queixas e que Assange seja libertado”.
Recorde-se que o executivo britânico confirmou, esta sexta-feira, a extradição de Assange para os EUA, onde é procurado pela divulgação de diversos documentos confidenciais.
O jornalista australiano, que se encontra preso em território britânico, tem 14 dias para apresentar recurso.
Em reação à ordem de extradição por parte do governo britânico, o portal WikiLeaks já afirmou que este se trata “de um dia negro para a liberdade de imprensa e para a democracia britânicas”.
“Qualquer pessoa, neste país, que se preocupe com a liberdade de expressão deve estar profundamente envergonhada com o facto de a ministra do Interior ter aprovado a extradição de Julian Assange para os Estados Unidos, um país que planeou assassiná-lo”, pode ler-se no comunicado.
Escrito por João Serra
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