Wang Yi, ministro dos Negócios Estrangeiros da China, afirmou, esta quinta-feira, que os Estados Unidos da América (EUA) podem vir a pagar um “preço insuportável” pelo apoio prestado a Taiwan, com Pequim a avisar que o mesmo coloca a ilha numa “situação extremamente perigosa”.
Entrevistado pela agência de notícias oficial, Xinhua, e pela televisão estatal, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, atacou os EUA, acusando estes de apoiar a independência do Taiwan, uma ilha separadamente governada desde 1949, mas que a China considera um das suas províncias.
Citado pela agência noticiosa France-Presse, Wang Yi mencionou que “Isto não só colocará Taiwan numa situação extremamente perigosa, mas também colocará os EUA perante um preço insuportável”.
A ilha de Taiwan foi, após o fim da guerra civil, em 1949, um refúgio para as forças do Kuomintang, o Partido Nacionalista Chinês. A região realizou uma transição para um regime democrático na década de 1990.
Sem nunca excluir a possibilidade de utilizar força para estabelecer soberania sobre o Taiwan, a China tem vindo a intensificar esse mesmo discurso nos últimos meses, reforçando, igualmente, as incursões aéreas na zona de identificação de defesa da ilha.
Contra a vontade de Pequim, os EUA continuaram a enviar altos funcionários a Taipé e a apoiar o armamento da ilha, sendo que a China pretende cortar contactos oficiais entre Taiwan e outros governos com os quais a região mantém relações diplomáticas.
Para Wang Yi, os EUA utilizam “direitos humanos e democracia para caluniar e cercar a China e muitos países em desenvolvimento”, afirmando que Washington está “ constantemente a provocar novos incidentes para prejudicar as relações entre os dois países”.
Na mesma entrevista, o ministro dos Negócios Estrangeiros da China deixou claro que as ações de “alguns políticos ocidentais” não impedirão a realização dos Jogos Olímpicos de Inverno, em Pequim, a realizarem-se entre os dias 4 e 20 de fevereiro de 2022.
“Atletas de todas as nacionalidades são as verdadeiras estrelas no palco olímpico, aplaudidos por centenas de milhões de fãs do desporto em todo o mundo. As manobras políticas de alguns políticos ocidentais não prejudicarão uns esplêndidos Jogos Olímpicos, mas apenas exporão a sua má intenção”, referiu Wang Yi.
O chefe da diplomacia chinesa disse, ainda, que “Os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim promoverão o espírito olímpico, ajudarão a aumentar a compreensão e a amizade entre pessoas de diferentes países, demonstrarão a força da solidariedade e cooperação internacionais, e trarão mais confiança e coragem a um mundo ainda sob a sombra de uma pandemia”.
Recorde-se que Joe Biden, presidente dos EUA, anunciou que não enviará uma delegação oficial aos Jogos Olímpicos na capital chinesa, apesar de enviar atletas norte-americanos, alegando abusos dos direitos humanos na região de Xingjiang, por parte do Governo chinês.
Do boicote diplomático fazem parte a Austrália, a Bélgica, o Canadá, o Reino Unido e o Japão.
Esta ação foi criticada pelo Comité Olímpico Internacional, numa nota divulgada a 11 de dezembro, que se manifestou “firmemente contra qualquer politização dos Jogos Olímpicos e do desporto”.
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Escrito por João Serra
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