De 10 a 26 de Novembro, o Alkantara Festival 2023 está de volta, com um programa de nove espetáculos de artistas nacionais e internacionais, encontros e conversas dedicadas às práticas artísticas.
No ano em que se comemoram os 30 anos desde a primeira edição do Danças na Cidade, o Alkantara Festival 2023, convida artistas e públicos para uma programação internacional de dança, teatro, performance e encontros na cidade de Lisboa. As propostas do festival atravessam género, racismo, culturas indígenas, colonialismo, extração de minério, monocultura e espaço público, e apresentam também possibilidades de encantamento ou inquietação, que nos faça chegar a outros pontos de vista, que mexam com as nossas certezas.
Programa do Alkantara Festival 2023:
10 – 14 de novembro
A abrir o programa, dia 10, está “WhiteWashing”, de Rébecca Chaillon, encenadora, intérprete e autora martinicana no Teatro do Bairro Alto. Uma performance que explora a tensão ambivalente entre ser uma mulher da limpeza numa sociedade branca e o cuidado de si para uma mulher negra.
Seguido por “F(r)esta”, uma celebração organizada pelo núcleo MeioFio, que através das suas pesquisas explora os propósitos e impulsos da festa. Na Culturgest, podes assistir ao espetáculo “Antígona na Amazónia”, de Milo Rau/NTGent & MST, é um espetáculo que reflete sobre poder, resistência e lei no Brasil contemporâneo.
No Centro de Arte Moderna Gulbenkian e do Alkantara, com início num magusto a 11 de novembro, começa o “Side Trip”, do coletivo japonês Chim↑Pom from Smappa!Group, uma intervenção artística que reivindica uma rua em Marvila como lugar de convivialidade.
Entre os dias 11 e 14 de novembro, “Pedra Pele Pulmão”, do Terra Batida, no Espaço Alkantara, é um programa de atuações, conversas e um workshop que aborda os problemas da mineração e da monocultura.
17 – 19 de novembro
Na segunda semana do Alkantara Festival 2023, o São Luiz Teatro Municipal recebe de 17 a 19 de novembro o “Kilombo”, um programa de três dias com curadoria de Aurora Negra, que celebra a cultura afro-brasileira. De modo a arrancar este programa temos “Feijoada” de Calixto Neto. Esta é uma roda de samba em que músicos, performers e o público dançam, cantam e partilham uma feijoada brasileira, aprofundando a relação entre o Brasil, Portugal e a diáspora africana.
Ainda neste ciclo, a bailarina Gaya de Medeiros estreia “Pai para Jantar”, na Black Box, um espetáculo que tenta esmiuçar a masculinidade de forma poética e bem-humorada, brincando com os modos como se tratam as palavras, afetos e arquétipos ao redor da ideia de “ser homem”.
Nos mesmos dias, no Teatro do Bairro, Marco Mendonça apresenta “Blackface”. Trata-se de uma conferência musical, entre o stand-up, a sátira e o teatro documental e autobiográfico, que fala do longo e doloroso legado da prática racista do blackface.
24 – 26 de novembro
A última semana do festival começa com a apresentação “Sweat, Sweat, Sweat (Um conjunto de pequenos afrontamentos)” de Sónia Baptista. Apresentado dia 24 de novembro, na sala Mário Viegas do São Luiz, este espetáculo celebra a sexualidade e o despudoramento no envelhecimento.
Nos dias 24 e 25, sobe ao palco do grande auditório da Culturgest, o elenco do espetáculo de dança “Profético (Nós já nascemos)” de Nadia Beugré, constituído por pessoas da comunidade transgénero de Abidjan.
Bárbara Bañuelos promete “Fazer Noite” nos dias 25 e 26 no TBA. Este espetáculo explora a empatia e a vulnerabilidade mediante uma conversa entre uma encenadora e um guarda-noturno. Ainda nestes dias, no São Luiz, será apresentado “Uirapuru” do coreógrafo Marcelo Evelin, um espetáculo de dança que se inspira nas entidades que habitam as florestas do Brasil. A garagem da Culturgest recebe “Montação”, do coletivo Afrontosas, numa celebração LGBTQIAP+ das manifestações de (r)existência queer, negra em diáspora.
Para os mais resistentes, há também duas festas Alkantara Festival 2023. A primeira acontece no dia 10 na A11 Galleries, um antigo espaço industrial em Alvalade, e a segunda acontece no dia 25 na Garagem da Culturgest, com uma “celebração da comunidade LGBTQIAP+ negra”.