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Seres vulneráveis no MAAT

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De 26 a 28 de novembro, o MAAT (Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia) recebe a segunda parte da iniciativa “Seres Vulneráveis”, uma assembleia pública que propõe uma reflexão sobre o espaço e a coabitação sob o prisma das doenças infeciosas, assente num trabalho de investigação de longo prazo realizado por Andrea Bagnato e Ivan L. Munuera.

Depois de uma primeira parte que aconteceu entre 29 e 31 de outubro, o MAAT irá ser, novamente, a casa de acolhimento desta assembleia que receberá convidados de diferentes disciplinas e contextos para um intenso programa de palestras, conversas, atuações, projeções de filmes e música.

Controlo de contágios: ferramenta de saúde pública e de opressão

Como se produz e espacializa o conhecimento epidemiológico, e quem é dele excluído? Como pode a linguagem em torno da doença e da saúde ser ressignificada com vista a abolir metáforas opressivas? E que conhecimentos colher de formas passadas e atuais de organização coletiva perante o sofrimento?

Estas são algumas das questões que estarão em cima da mesa de “Seres Vulneráveis” e que partem da observação histórica de que o conceito de “contágio” está sempre ligado à proximidade, uma proximidade que, contudo, começa a tornar-se desconfortável face ao aumento da frequência das epidemias decorrente da devastação capitalista do ambiente.

Isto está bastante visível no atual contexto pandémico. O controlo de contágios- aquilo que se entende por saúde pública – mudou a face das cidades (cidade em largo senso) e a forma como os seus habitantes se relacionam entre si. Contudo, para além da dimensão sanitária, isto levanta outras preocupações, mormente quanto à possível utilização da saúde pública enquanto instrumento de opressão, violência e segregação colonial.

Aliás, no próprio Ocidente, os indivíduos e grupos sociais que se afastaram da “norma” foram vítimas de exclusão estrutural, facto bem patente na pandemia do VIH/SIDA ainda em curso. 

“Seres Vulneráveis” é a primeira parte de um projeto distribuído por múltiplos espaços com curadoria de Andrea Bagnato e Ivan L. Munuera, ao qual será dada continuidade com Zonas de Contacto, uma exposição com inauguração marcada para o verão de 2022 em La Casa Encendida.

Conheça todo o programa para o “Seres Vulneráveis” para o período de 26 a 28 de novembro aqui.

Preços para o período 26–28/11/2021

Bilhete diário para estudantes: 9€

Bilhete diário para seniores (65+): 6€ 

Passe três dias para estudantes: 20€

Passe três dias para seniores (65+): 14€

Andrea Bagnato

É investigador nas áreas da Arquitetura, Ecologia e Epidemiologia desde 2013, no âmbito do projeto a longo prazo Terra Infecta. Entre as realizações do projeto contam-se um livro sobre paisagens infetadas na Sardenha (Humboldt Books, no prelo), o livro A Moving Border: Alpine Cartographies of Climate Change (Columbia/ZKM, 2019), bem como palestras e ensaios. Andrea leciona nestas áreas na Willem de Kooning Academy em Roterdão e na Architectural Association em Londres. Trabalhou como editor para a Trienal de Arquitetura de Sharjah, o grupo de investigação Forensic Architecture e a Bienal de Arquitetura de Chicago. De entre as publicações que editou destacam-se os dois volumes de Rights of Future Generations (Hatje Cantz, 2019–2021).

Ivan L. Munuera

É académico, crítico e curador e reside em Nova Iorque. O seu trabalho situa-se na interseção da cultura, tecnologia, política e práticas corporais no período moderno e num cenário global. Em 2020, foi premiado pela Universidade de Princeton com a Harold W. Dodds Fellowship, uma distinção que reconhece o mais elevado nível de excelência académica e um percurso profissional promissor. Foi curador de exposições no Museo Reina Sofia (The Schizos, 2009), Ludwig Museum (ACAX Residency, 2010) e CA2M (Pop Politics, 2012–2013). Desenvolveu diversos projetos, nomeadamente The Restroom Pavilion/Your Restroom is a Battleground (Bienal de Arquitetura de Veneza, 2021), Bauhauswelle (Floating University Berlin, 2018) e Chromanoids (Bienal de Design de Istambul, 2016; Bienal de Arquitetura e Urbanismo de Seul, 2017).

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