Comprar a primeira casa é um dos mais importantes momentos da nossa vida, não só pelo que representa em termos emocionais, mas, sobretudo, pelo impacto financeiro que terá ao longo da nossa vida.
Como todos os investimentos financeiros, o processo de compra da primeira casa deve ser realizado com a máxima racionalidade possível, nomeadamente no que toca ao momento em que o decide fazer, pois isso poderá significar ter acesso a taxas de juro mais competitivas.
Contudo, o timing de compra é apenas uma das dicas que temos para lhe dar. Eis 7 dicas que prometem ajudá-lo a comprar a primeira casa.
7 dicas para a compra da sua primeira casa
1 – Escolha bem o timing da compra
Como já afloramos nos parágrafos anteriores, o timing de compra da casa tem uma influência decisiva no preço a pagar pelo crédito habitação.
Depois de anos em que o BCE (Banco Central Europeu) manteve as taxas de juro (EURIBOR, taxa de juro associada ao crédito habitação) controladas que favoreciam o financiamento a custos mais baixos, com a inflação e a consequente subida das taxas, o crédito habitação está mais caro do que nunca.
Assim, se deseja comprar a sua primeira casa neste momento, procure fazer simulações de forma a encontrar a melhor proposta de crédito.
2 – Aproveite os apoios à compra/arrendamento
Apesar de os apoios públicos estrem mais vocacionados para o arrendamento, como é o caso do Porta 65 (destinado a jovens até aos 35 anos com rendimentos baixos), as instituições de crédito oferecem créditos habitação com taxa mista, o que significa que o valor das prestações mensais irá variar de acordo com as taxas de juro, ou seja, poderá começar a pagar uma mensalidade reduzida que, ao longo do tempo, vai aumentando gradualmente até atingir um valor que se vai manter constante até ao final do contrato.
Para além disto, os mais jovens até aso 35 anos que desejem comprar a sua primeira casa encontram, em algumas instituições de crédito a oportunidade de beneficiarem de uma redução de 0,2% no spread ao longo dos primeiros 5 anos de contrato ou, no caso de os pais já terem um crédito habitação naquela instituição, até mesmo ao final do contrato.
Caso seja tenha um grau de incapacidade igual ou superior a 60%, também poderá obter alguns benefícios na compra da primeira casa, uma vez que a Lei nº 64/2014 prevê que possa celebrar um contrato de crédito habitação bonificado.
Em termos práticos, este regime de crédito bonificado oferece montantes máximos de financiamento de 190 mil euros e prazos de reembolso até 50 anos. De sublinhar que os montantes não podem ultrapassar 90% do valor de avaliação da habitação pela instituição de crédito.
3 – Compare propostas de crédito habitação
Quer se trate de um crédito habitação ou de qualquer outra solução de crédito, é importante que faça sempre a comparação entre diferentes propostas.
A partir dos simuladores online que os bancos e instituições de crédito disponibilizam, poderá não só calcular o valor da prestação mensal que terá de pagar, mas também ficar a saber quais as taxas de juro que lhe serão imputadas, tais como a TAEG (Taxa Anual de Encargos Efetiva Global), o MTIC (Montante Total Imputado ao Consumidor), o spread e até seguros e comissões.
4 – Atenção à taxa de juro escolhida
Quando for pedir um crédito habitação, vai poder escolher entre uma taxa de juro fixa e uma taxa de juro variável.
Como veremos já de seguida, esta escolha tem um forte impacto no valor que terá de pagar ao longo do contrato:
- Taxa de juro fixa
Num contrato de crédito habitação com taxa fixa, a taxa de juro irá manter-se inalterada ao longo do prazo que tiver contratualizado com o banco ou instituição de crédito.
Assim, em função disto, ao longo do período contratualizado, o valor da prestação mensal irá manter-se inalterado, mesmo que a EURIBOR suba ou desça.
Por norma, a prestação mensal de um contrato de crédito com taxa fixa é mais elevada do que aquilo que acontece numa taxa de juro variável, contudo, se as taxas de juro subirem, ficará sempre a pagar o mesmo.
Fruto do forte aumento que as taxas de juro registaram nos últimos dois anos, quem contratou uma taxa fixa acabou por beneficiar, já que a sua prestação mensal se manteve inalterada.
- Taxa de juro variável
Neste caso, o valor da prestação mensal vai variar de acordo com a EURIBOR.
Na prática, a taxa de juro variável é o resultado da soma entre a EURIBOR e o spread cobrado pelo banco sendo que poderá escolher qual o prazo EURIBOR que mais lhe convier: 3, 6 ou 12 meses.
Ao atingir o prazo, o valor da EURIBOR é recalculado com base na média aritmética simples do mês anterior (obrigatoriamente arredonda à milésima) podendo levar a uma subida ou descida no montante da sua prestação mensal.
Note que, alguns bancos e instituições de crédito, oferecem uma redução no spread a quem adquira outros produtos e serviços financeiros.
5 – Crie um fundo de maneio/emergência
Um contrato de crédito habitação vai obrigá-lo a cumprir, religiosamente, com os pagamentos mensais acordados. Contudo, se o seu rendimento mensal se reduzir ou você cair numa situação de desemprego, é natural que o cumprimento desta obrigação se torne mais difícil.
Para facilitar a sua vida, crie um fundo de maneio/emergência a que possa recorrer enquanto não estabiliza a sua vida financeira e, assim, não cair em incumprimento.
6 – Pense a longo prazo
Pensar a longo prazo implica, entre outras coisas, escolher uma habitação bem localizada (próxima de escolas, supermercados, transportes públicos e serviços públicos) e que se encontre em bom estado.
Isto ajudará à valorização da sua habitação e a encontrar, mais facilmente, um futuro comprador.
Apesar desta potencial valorização futura, note que uma casa bem localizada irá trazer-lhe um maior fatura de IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis), por isso, antes de realizar a compra de uma determinada habitação, consulte o coeficiente de localização do IMI junto das Finanças.
7 – Entregue o processo de compra da primeira casa a uma agência
Comprar uma casa pode ser um trabalho extenuante, por isso, pondere delegar isto a uma agência que não só o poderá aconselhar sobre a localização, preço ou estado do imóvel que tem em vista, mas também ajudá-lo a fazer previsões sobre o potencial de valorização da habitação num futuro próximo.