
Os adeptos das caminhadas podem viver diversas experiências incríveis no nosso país. Existem algumas rotas que asseguram momentos inesquecíveis. Quem realizar estes percursos em perfeita harmonia com a Natureza fica verdadeiramente deslumbrado.
Estes trilhos proporcionam a oportunidade de observar monumentos emblemáticos da região que são testemunhos do nosso passado e que ajudam a compreender a história do país.
Além disso, também nos permite contemplar paisagens absolutamente impressionantes que nos revelam a Mãe Natureza no seu máximo esplendor. A Grande Rota da Prata e do Ouro é seguramente uma das rotas mais encantadoras de Portugal. Conheça as suas características e perceba as razões do seu sucesso.
Grande Rota da Prata e do Ouro: Sardoal – Mogão (GR®44)
O percurso foi marcado e organizado pelas autarquias de Sardoal e Vila de Rei. Este trilho não é para todos. A dificuldade técnica é muito difícil. Portanto, não se recomenda a quem não tem experiência em caminhadas.
Características da Grande Rota da Prata e do Ouro
Esta rota é desafiante. Para realizar o percurso completo, são necessárias 3 horas e meia, sensivelmente. A Grande Rota da Prata e do Ouro consiste num percurso linear de 28 km, aproximadamente. O percurso pode ser realizado nos dois sentidos. Por isso, tanto pode começar no Sardoal e acabar em Vila de Rei, como fazer o percurso inverso.
Dados da trilha
- Distância: 27,94 km
- Dificuldade técnica: Muito difícil
- Hora estimada: 3 h 34 m
- Desnível positivo: 945 m
- Desnível negativo: 731 m
- Elevação máxima: 424 m
- Elevação mínima: 132 m
A experiência
Este trilho é perfeito para quem gosta de fazer caminhadas de mochila às costas. Devido ao desafio exigente, torna-se improvável encontrar muitas pessoas no caminho. A socialização será mais com a companhia que levar.
Enquanto explora a Grande Rota da Prata e Ouro o destaque vai mesmo para a Mãe Natureza. O trilho encontra-se aberto ao longo do ano, independentemente da estação, pois revela-se sempre uma experiência interessante, seja qual for a altura em que se faça.
Destaques
As paisagens deslumbrantes que se encontram ao longo da caminhada revelam-se memoráveis. O trajeto apresentam-nos diferentes quadros, ora destacando áreas altas e encostas, nomeadamente ao longo da freguesia de Santiago de Montalegre (Sardoal), ora destacando margens de cursos de água, entre a Ribeira do Codes e a localidade de Cabecinha (Vila de Rei).
Todos os que realizam o percurso ficam rendidos aos panoramas encantadores sobre a Albufeira de Castelo de Bode. São autênticos quadros de museu, que ficarão na memória de todos os que percorrem a Grande Rota da Prata e do Ouro.
A passagem pela área dos Poios revela-se outro ponto de interesse no percurso, seguramente uma das áreas do concelho de Vila de Rei mais fascinantes. As cascatas destacam-se numa paisagem que conta ainda com formações rochosas e florestas exuberantes.

A origem da Grande Rota da Prata e do Ouro
A região percorrida na Grande Rota da Prata e do Ouro apresenta-nos características geológicas de xisto e grauváquia. Os conglomerados que se encontram no percurso foram explorados ao longo da Idade do Bronze até à ocupação romana. O nome da rota deve-se ao facto do espaço ter sido usado para a extração de ouro, estanho e prata.
O melhor da fauna local
No que diz respeito à fauna local, destaca-se a avifauna abundante. Entre as espécies comuns encontram-se muitas espécies de garças, o guarda-rios, o milhafre-preto, além do corvo-marinho. Esta ave encontrou na barragem de Castelo de Bode, especialmente, um habitat adequado para viver.
Por aqui, poderá também encontrar cegonhas-pretas que nidificam na zona da Ribeira do Codes. Ocasionalmente, avistam-se águias de Bonelli em voos de caça. Outros animais que podem ser avistados ao longo do percurso são o esquilo vermelho e a lontra, nomeadamente nas Ribeiras do Codes e de Andreus.
O melhor da flora local
Relativamente à flora, as galerias ribeirinhas destacam-se num cenário de grande beleza. Ambos concelhos destacam-se pela natureza florestal.
O pinheiro bravo e o eucalipto são dois elementos que marcam a paisagem que ainda apresenta manchas de sobreiros e carvalhos, espécies que até meados do século passado se revelavam mais abundantes.
É ainda possível observar um conjunto de vegetação associada a afloramentos rochosos de notável dimensão na área circundante.
Existem amieiros, choupos e salgueiros para criar uma moldura singular. Também há espécies características da flora mediterrânica, nomeadamente a gilbardeira, o pilriteiro, a aroeira, o rosmaninho, o medronheiro, a murta, a esteva, o sargaço, o estêvão, a giesta e a carqueja.
Realizar a Grande Rota da Prata e do Ouro consiste em fazer um percurso longo e difícil. Independentemente do sentido escolhido para fazer o trajeto, haverá cansaço, pois trata-se de um desafio exigente. No entanto, o esforço despendido é seguramente recompensado pela riqueza da experiência vivida e pelos encantos contemplados.