Nos últimos anos o combate à desinformação tem vindo a ser intensificado por consequência do aumento da quantidade de desinformação espalhado no mundo digital.
A União Europeia denomina o conceito de desinformação como “uma informação comprovadamente falsa ou enganadora que é criada, apresentada e divulgada para obter vantagens económicas ou para enganar deliberadamente a população, e que é suscetível de causar um prejuízo público“. No entanto, não se enquadra neste conceito “os erros na comunicação de informações, as sátiras e paródias ou as notícias e comentários claramente identificados como partidários.”
Mal qual é o real objetivo de quem cria este tipo de conteúdo desinformativo?
Existem vários objetivos além de um fácil ganho de dinheiro, mas existe outro ainda mais grave para o funcionamento da sociedade, o de “distrair e dividir, semeando a dúvida através de fatos distorcidos e falseados, com o fim de confundir as pessoas e diminuir a tua confiança nas instituições e nos processos políticos estabelecidos.”
Com base nisto, a UE no Código de Conduta de 2022 definiu compromissos específicos que as diversas plataformas digitais e de informação têm de assumir para combater a desinformação, assegurando um ambiente mais transparente, seguro e fiável.
Entre outros pontos, estão definidos algumas diretrizes como:
- Eliminar os incentivos financeiros à propagação da desinformação garantindo que os transmissores de desinformação não beneficiem de receitas publicitárias;
- Identificar novos comportamentos manipuladores como contas falsas, robôs digitais ou falsificações profundas maliciosas que propaguem desinformação;
- Capacitar os utilizadores graças a novas ferramentas que lhes permitam reconhecer, compreender e denunciar a desinformação.
Pegando neste último ponto, como pode então aumentar a tua capacidade de identificação do que é desinformação ou informação fatual?
1 – Verifique o conteúdo (ex: o conteúdo é tendencioso ou expressa algum tipo de opinião?)
2 – Verifique o órgão de comunicação (ex: verifica a secção “sobre nós” presente no site)
3 – Verifique o autor (ex: a pessoa que escreveu o conteúdo existe mesmo?)
4 – Verifique as fontes (ex: o autor utiliza fontes fidedignas?)
5 – Verifique as imagens (ex: através de uma pesquisa rápida consegue verificar se a imagem foi usada noutro contexto ou conteúdo)
6 – Pense antes de partilhar (ex: uma história pode ser uma distorção dos fatos ou de algo antigo)
7 – Questiona os teus próprios preconceitos e estereótipos (ao partilhar um artigo, está a deixar-se levar apenas pelos sentimentos momentâneos ou também por um lado racional?)
8 – Ajuda a descobrir informações falsas (mantêm-te a par das técnicas usadas para manipular a informação)
Para facilitar este combate à desinformação, a Google está a desenvolver uma investigação e desenvolvimento chamado Jigsaw, que consiste no lançamento de uma série de vídeos curtos informando diversas técnicas comuns utilizadas por muitos conteúdos enganosos.
Entre estas técnicas estão a disseminação do medo, o bode expiatório, as falsas comparações, o exagero e a falta de contexto. Além de serem técnicas muitos subjetivas, o tempo de demora e exigência de verificação de fatos jornalísticos está cada vez mais afetando quem desacredita no jornalismo tradicional.
Assim a gigante tecnológica está a desenvolver esta técnica de combate à desinformação chamada de “prebunking” e irá surgir em formato “anúncio” em plataformas como o Facebook, Youtube ou TikTok, numa fase experimental na Alemanha.