De acordo com o Banco de Portugal, existem mais de meia centena de instituições bancárias autorizadas legalmente a operarem no mercado português.
Entre bancos mais conhecidos como a Caixa Geral de Depósitos (CGD), o BPI, o Santander ou o Abanca e outros não tão “mainstream” como o Bison Bank, o BNI Europa ou o ING Bank, encontramos muitas instituições financeiras que atuam, exclusivamente, no canal online, isto é, não têm balcões abertos ao público e todas as operações são realizadas através da Internet.
Com a democratização do acesso à Internet e a mudança para hábitos de consumo que privilegiam a rapidez e o conforto, o número de bancos digitais tem aumentado de ano para ano em Portugal e alcançado uma quota de mercado cada vez maior face aos bancos tradicionais.
Se, para os mais tradicionalistas, uma ida a um balcão físico de um banco para contratar um crédito ou fazer uma transferência, para os mais jovens essa é uma fórmula ultrapassada e cansativa, já que, a partir do seu smartphone, podem contratar um cartão de crédito de forma extremamente rápida e sem grande burocracia envolvida.
Esta é apenas uma das muitas diferenças entre bancos digitais e bancos tradicionais, diferença que vamos explorar ao longo deste artigo.
Comecemos, no entanto, por perceber o que são bancos digitais.
O que são bancos digitais?
Como já referimos, os bancos digitais são, cada vez mais, uma parte integrante da vida de milhares de consumidores portugueses, mas a pergunta impõe-se: o que são bancos digitais?
Também denominados de “neobanks”, os bancos digitais funcionam, na sua grande maioria, de forma exclusivamente online, isto é, sem o apoio de agências físicas, permitindo-lhes, deste modo, reduzir custos operacionais e oferecer soluções financeiras mais competitivas que podem ser contratadas de forma mais rápida e menos burocrática.
Entre outros serviços, através de um banco digital pode, por norma, contratar créditos pessoais, cartões de crédito e créditos consolidados e ainda ter acesso às normais soluções presentes nos bancos tradicionais, como é o caso de transferências, consulta de saldos, contas a prazo, etc.
As ofertas diferem de banco digital para banco digital, mas todos apresentam uma característica comum: experiência bancária 100% digital.
Feita esta apresentação sucinta dos bancos digitais, é altura de percebermos quais as principais diferenças entre estes e os bancos tradicionais.
Diferenças entre Bancos Digitais e Tradicionais
• Presença Física vs. Digital
Enquanto bancos tradicionais, como a CGD ou o Santander, exigem, não raras vezes, que os seus clientes se desloquem a um dos seus balcões físicos espalhados pelo país para assinarem documentos ou tratarem de algum outro tipo de burocracia, nos bancos digitais isso não acontece.
Além de, na sua maioria, não possuírem balcões físicos, os bancos digitais oferecem um processo de contratação dos seus serviços 100% digital através do PC ou de uma app, quer se trate da abertura de uma conta, de um pedido de crédito ao consumo ou da mera consulta de um extrato bancário.
• Custos e Taxas associadas aos produtos financeiros
Outra das grandes diferenças entre os bancos digitais e os bancos tradicionais prende-se com o custo das operações e dos produtos financeiros que o cliente encontra à sua disposição.
Ao passo que a maior parte dos bancos tradicionais cobra comissões de manutenção de conta, taxas de transferências internacionais ou taxas de levantamento, no universo online, os bancos digitais, por norma, não cobram comissões de manutenção ou anuidades de cartões e oferecem taxas significativamente mais reduzidas.
Para além disto, é importante sublinhar que, como não têm despesas associadas à manutenção de um espaço físico, os bancos digitais têm uma maior margem de manobra para oferecer condições mais competitivas aos consumidores.
• Suporte e jornada de compra
Apesar de perderem na ausência de contacto pessoal com o cliente que, em muitos casos, é preponderante para o estabelecimento de uma relação de confiança com a instituição bancária, os bancos digitais oferecem um suporte 24 horas por dia, 7 dias por semana ao longo de todo ao ano via chat, email ou telefone.
Quanto à jornada de compra, acabamos por encontrar grandes diferenças, sobretudo, na burocracia envolvida e no tempo que medeia, por exemplo, um pedido de crédito e a sua aprovação.
Nos bancos digitais, todo o processo de contratação é 100% digital e conta com o apoio de ferramentas extremamente intuitivas, como é o caso dos simuladores online de crédito, que ajudam o cliente a escolher a melhor solução de financiamento para si. Após a escolha, a parte burocrática do pedido exige, apenas, o preenchimento de um formulário online e a anexação de alguns documentos (CC, recibos de vencimento, comprovativo de morada e IBAN).
Após o pedido de crédito, os especialistas do banco digital vão analisá-lo e, num máximo de 48 horas, o cliente fica a conhecer o veredito.
• Inovação e Tecnologia
Pelo seu funcionamento 100% online, os bancos digitais estão mais propensos a acomodarem e oferecerem novas funcionalidades tecnológicas.
Entre estas, citamos, por exemplo, a possibilidade de os clientes receberem notificações em tempo real, categorizarem despesas e até fazerem a integração com apps de gestão financeira.
Os bancos digitais já oferecem funcionalidades como notificações em tempo real, categorização de despesas, pagamentos via telemóvel ou site e até integração com apps de gestão financeira.
Bancos Digitais: a escolha compensa?
Como vimos ao longo deste artigo, os bancos digitais permitem-nos, de forma rápida, confortável e menos burocrática, abrirmos uma conta bancária ou pedirmos um crédito pessoal.
Além disso, graças à total ou quase total ausência de gastos com a manutenção de instalações físicas e trabalhadores, estas instituições são capazes de nos oferecer produtos financeiros mais competitivos e dar-nos acesso a ferramentas de gestão mais em linha com os nossos hábitos de consumo que, como indicam todas as estatísticas, se estão a tornar cada vez mais digitais.
Contudo, ao recorrermos a um banco digital, acabamos por perder o fator proximidade e, em alguns casos, até a confiança que nos dá sentarmo-nos com o nosso gestor de conta a analisarmos um pedido, avaliarmos um possível investimento ou resolvermos necessidades financeiras mais complexas, como um empréstimo pessoal com finalidade específica.
A todas estas considerações, temos de juntar a essencial análise das taxas de juro e das vantagens que cada banco, digital ou não, tem para nos oferecer escolhendo, em consciência, a proposta que melhor se adequa às nossas necessidades e possibilidades económicas.