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Domiciliação de ordenado vale a pena? Conheça os prós e contras

Domiciliação-do-ordenado

Entre as várias soluções colocadas ao nosso dispor pelos bancos para que possamos “fazer render” o nosso dinheiro, uma das mais utilizadas e conhecidas é a domiciliação de ordenado, mas, na prática, o que é, como funciona e quais as vantagens que este produto bancário nos oferece?

Comecemos por tentar perceber o que é e como funciona a domiciliação do ordenado.

Domiciliação de ordenado: o que é e como funciona?

A domiciliação de ordenado acaba por se caracterizar por ser um produto bancário que nos possibilita usufruir da transferência automática do nosso ordenado para uma conta específica.

Assim, mensalmente, o nosso empregador passa a depositar o montante relativo ao nosso ordenado diretamente na conta bancária por nós escolhida sem a necessidade de intervenções adicionais da nossa parte e, deste modo, como sublinha o Banco de Portugal, garantirmos “uma gestão financeira mais eficaz e pode dar acesso a condições bancárias mais vantajosas.”

Entre essas “condições bancárias mais vantajosas”, temos, por exemplo, o acesso a condições especiais de acesso a produtos bancários, como cartões de crédito ou créditos pessoais, isenção de comissões e até descontos na subscrição de seguros e pacotes de serviços.

Logo que o nosso ordenado cai na conta, todos os benefícios são, automaticamente, ativados.

Prós e contras da domiciliação de ordenado

Como acabamos de ver, a domiciliação de ordenado traz consigo várias vantagens, entre elas as principais são:

  • Isenção de comissões de manutenção;
  • Acesso a taxas de juro mais competitivas nos pedidos de crédito;
  • Acesso ao descoberto autorizado que, regra geral, permite a antecipação de 100% do salário;
  • Oferta de produtos financeiros exclusivos.

Como todas as soluções financeiras, a domiciliação de ordenado também tem alguns contras. A saber:

  • Risco de sobreendividamento pelo facto de podermos gastar mais do que aquilo que auferimos;
  • Se utilizarmos o descoberto enquanto o saldo da nossa conta estiver em território negativo, são contabilizados juros, cuja taxa é semelhante à dos cartões de crédito.

Em que consiste a facilidade de descoberto autorizado?

Falamos do descoberto autorizado, mas em que é que isto consiste?

No fundo, o descoberto autorizado é um contrato de crédito associado, por norma, a uma conta ordenado que nos permite usufruir de fundos que ultrapassam o saldo da nossa conta bancária até ao limite pré-estabelecido contratualmente.

No caso de uma conta ordenado, este descoberto vai-nos permitir, por norma, anteciparmos a 100% o nosso ordenado, ou seja, é como se o banco nos adiantasse uma parte ou a totalidade do nosso ordenado do mês seguinte.

Apesar de ser algo extremamente útil para fazer face a uma necessidade pontual, é importante que saibamos utilizar o descoberto com parcimónia, uma vez que o crédito tem juros e, quando o saldo da nossa conta se encontra negativo, poderá dar origem a uma espiral de endividamento.

Quem pode fazer a domiciliação de ordenado?

Para termos acesso às vantagens da domiciliação de ordenado, temos de cumprir algumas condições.

A primeira delas é sermos trabalhadores assalariados ou reformados/pensionistas, uma vez que é obrigatório domiciliarmos um rendimento regular na conta escolhida para o efeito.

Cumprindo este requisito, na hora de contratarmos este produto financeiro, só teremos de apresentar um recibo de vencimento ou da pensão junto do banco escolhido.

Já do lado da entidade empregadora ou da Segurança Social, conforme sejamos trabalhadores assalariados ou pensionistas, só temos de entregar o comprovativo do número da conta (IBAN) para a qual o nosso salário ou pensão deve ser transferido mensalmente.

Caso deixemos de ter rendimentos para alimentar a nossa conta-ordenado, os bancos, por norma, desclassificam automaticamente a mesma para uma conta à ordem normal.

Como fazer a domiciliação de ordenado?

O processo de domiciliação de ordenado é extremamente simples e rápido, senão vejamos:

1º Passo: escolhermos a conta-ordenado que nos ofereça melhores condições contratuais. Neste sentido, devemos prestar particular atenção às taxas de juro e à isenção de comissões e taxas preferenciais;

2º Passo: abrirmos a conta-ordenado;

3º Passo: informarmos a nossa entidade empregadora através de um preenchimento de um formulário fornecido por esta onde, entre outras coisas, devemos indicar o IBAN da conta ordenado;

4º Passo: confirmamos a domiciliação junto do nosso banco após o primeiro depósito para percebermos se esta foi realizada de forma correta e os benefícios anunciados e contratualizados se verificam.

E se já tivermos uma conta à ordem e quisermos transformá-la numa conta ordenado e, assim, passarmos a receber o nosso ordenado de forma automática na conta? É possível?

A resposta é sim. Caso queiramos transformar a nossa conta à ordem numa conta ordenado, devemos contactar o nosso banco e perguntar quais as condições.

Após este contacto, se desejarmos prosseguir com o processo de domiciliação de ordenado, devemos efetuar o preenchimento de um formulário (disponibilizado pelo nosso banco) e entregá-lo à nossa entidade empregadora para que esta, por sua vez, possa passar a depositar o nosso ordenado nessa conta ordenado.

No âmbito deste processo, é de notar que o banco poderá pedir-nos os seguintes documentos:

  • Cartão de Cidadão (CC) ou Bilhete de Identidade (BI);
  • Comprovativo de morada (uma fatura eletricidade, água ou telecomunicações, entre outros);
  • Recibo de vencimento ou declaração da entidade patronal com o valor do nosso vencimento mensal.

Onde fazer a domiciliação de ordenado?

A escolha do banco onde vamos domiciliar o nosso ordenado é fundamental e deve ter por base, como já sublinhamos, as taxas de juro do descoberto e a isenção do pagamento de comissões e taxas preferenciais.

Além destes fatores, também é importante termos levarmos em conta a isenção de custos de manutenção da conta, montante do descoberto autorizado e vantagens no acesso ao crédito pessoal ou habitação a taxas reduzidas, cartões de crédito sem anuidade e programa de pontos.

Para melhor realizarmos as devidas comparações entre diferentes soluções de domiciliação de ordenado, devemos ter em mente que no mercado financeiro português existem várias opções, tais como:

  • Bancos tradicionais: oferecem-nos uma maior solidez e o acesso a uma rede de caixas automáticas e serviços personalizados mais abrangente;
  • Bancos digitais: neste tipo de instituição financeira, encontramos, regra geral, produtos com isenção de comissões e apps com funcionalidades avançadas, como orçamentos automáticos e categorização de despesas.
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