O arquiteto do Burkina Faso, Francis Kéré, recebeu o prémio Pritzker 2022, com a Ordem dos Arquitetos de Moçambique (OARQ) a considerar que “se fez justiça à arquitetura africana”.
Anselmo Cani, secretário-geral da OARQ, em conversa com a Lusa, “É com muito regozijo que recebemos a notícia de que Francis Kéré venceu o Pritzker, porque é uma justiça que se faz a ele, uma vez que já tinha sido nomeado no passado, e é também uma justiça que se faz à arquitetura africana”.
“Ele encontrou uma textura muito própria, que combina elementos de tecnologia moderna e de tecnologia ancestral africana”, sublinhou.
Já o diretor-adjunto da Faculdade de Arquitetura e Planeamento Físico da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), Anselmo Cani, considerou que a entrega deste prémio vai aumentar a visibilidade do trabalho que se faz em África.
O docente na Faculdade de Arquitetura e Planeamento Físico da UEM, Luís Lage, afirmou à Lusa que “Há muita geografia nos trabalhos de Francis Kéré, porque desenvolve projetos com base em materiais locais e na atenção à sustentabilidade”.
Francis Kéré tornou-se, assim, o primeiro africano a conquistar o Pritzker.
Francis Kéré está a ser um pioneiro da arquitetura — sustentável para a terra e para os seus habitantes — em terrenos de extrema escassez. […] Através de edifícios que mostram a beleza, a modéstia, o arrojo e a invenção, e pela integridade da sua arquitetura e gesto, Kéré sustenta, com graciosidade, a missão deste prémio”, pode ler-se no comunicado do júri.
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Escrito por João Serra