O Princípio de Pareto (ou Lei de Pareto) surgiu em 1987 pela mão do sociólogo italiano Vilfredo Pareto (1848-1923), altura em que o académico publica um estudo sobre a distribuição de terras em Itália em que conclui que estas não estavam distribuídas uniformemente, uma vez que 80% das terras estavam nas mãos de apenas 20% da população.
Ao extrapolar este dado empírico para áreas tão diversas como a política ou a indústria, Pareto chegou a uma formulação que explica que 80% das consequências provem de 20% das causas ou, se quisermos, os melhores resultados (aproximadamente 80%) são obtidos graças a 20% dos esforços.
Aplicação prática do Principio de Pareto
Como referimos, devido à sua simplicidade, o Princípio de Pareto pode ser aplicado nos mais variados aspetos da vida. Eis algumas das suas aplicações mais importantes:
- Gestão do tempo
Num mundo em que se vive à velocidade da luz, o tempo assume-se como um bem mais precioso do que o ouro.
O tempo é um recurso escasso e valioso que, quando mal gerido, pode dar origem não só a quebras de produtividade e desmotivação, como fazer aumentar os nossos níveis de stress e ansiedade que acabarão por ter claras repercussões no equilíbrio pessoal, familiar e profissional.
Assim, fazer uma boa gestão do tempo afigura-se essencial e é aqui que entra a Lei de Pareto. De acordo com o princípio por ele proposto, ao analisarmos a nossa gestão de tempo, verificamos que 20% das nossas atividades determinam o consumo de 80% do nosso tempo diário.
Verifica-se, de igual modo, que durante o dia existem momentos em que não existe qualquer produtividade e que somados conduzem a uma perceção de que o tempo pareça mais infinitamente mais curto do que na realidade é.
Baseando-nos no princípio proposto pelo sociólogo italiano, a resposta está em reduzir as atividades sem grande valor acrescentado, os tais 20%. Pode, por exemplo, começar por registar hora a hora, durante uma semana, o que está a fazer enquanto está a trabalhar.
Findo esse período de recolha de dados, comece por procurar eliminar as atividades identificadas em que não foi produtivo.
- Produtividade industrial
Para além de nos ajudar a gerir de forma mais eficaz o tempo e a reequacionarmos prioridades nas leituras, o Princípio de Pareto também tem um papel muito importante na indústria, especialmente no controlo de qualidade, produção e vendas.
Isto acontece porque a base do diagrama de Pareto (gráfico de colunas que ordena a frequência das ocorrências, da maior para a menor, permitindo a priorização dos problemas) é uma das ferramentas-chave usadas em técnicas de gestão da qualidade total, bem como na Metodologia Seis Sigma.
Por exemplo, aplicando a Lei de Pareto à gestão de processos, temos que 80% das falhas de qualidade são originadas por 20% das tarefas. Isto ajudará um gestor de processo a priorizar a resolução desses problemas maiores em detrimento daqueles que têm um menor impacto na qualidade do produto e a modelar processos que façam com que essas tarefas deixem de ser tão ineficientes.
O mesmo acontece nas vendas. Segundo a Lei de Pareto 80% das receitas são geradas por apenas 20% dos clientes, o que deverá fazer com que a empresa dedique mais tempo e atenção (publicidade, contactos, etc.) a esse tipo de cliente ou a clientes com o mesmo perfil.
- Conhecimento
Quando estamos a estudar para um exame ou a fazer pesquisa para o desenvolvimento do nosso trabalho, nem tudo o que lê-mos é relevante e pode levar-nos a desviar o foco da nossa atenção do que é verdadeiramente importante.
De acordo com a Lei do Pareto, 80% do nosso conhecimento vem apenas de 20% das consultas e leituras que fazemos, o que faz sobressair a importância de sermos criteriosos naquilo que estamos a ler.
Ainda que não devamos esquecer leituras sobre outros assuntos do nosso interesse, quando estamos a estudar ou a realizar pesquisa para um trabalho,
Isto não significa, contudo, que não devamos ler sobre outros assuntos do nosso interesse, mas antes concentramo-nos nas leituras que beneficiarão o cumprimento do nosso objetivo.