A produção de aço é uma atividade industrial que gera grandes quantidades de gases com efeito de estufa, sendo responsável por cerca de 7% das emissões globais de CO₂. Descobre o briquete do minério de ferro, uma tecnologia promissora que pode contribuir para a redução das emissões de carbono na produção do aço.
O aço é um material fundamental nas sociedades modernas. Precisamos deste recurso para construir casas, pontes, meios de transporte, equipamentos e produtos essenciais.
Apesar de ser responsável por uma grande parte das emissões globais de CO₂ (7%), também pode ser um aliado no caminho para as emissões zero. Isto porque as turbinas eólicas, os eletrolisadores e os meios de transporte sustentáveis, como os veículos elétricos, necessitam de grandes quantidades de aço. Por isso, é uma pena que a produção de aço seja também uma importante fonte de emissões globais de gases com efeito de estufa.
Em busca de alternativas mais sustentáveis à produção de aço, a mineradora Vale desenvolveu um produto, chamado briquete do minério de ferro, que tem o potencial de reduzir em até 10% as emissões de carbono na produção do aço.
Briquete do minério de ferro
A Vale começou a desenvolver os briquetes há cerca de 20 anos, no Centro Tecnológico de Ferrosos. O método de briquetagem de minério de ferro não era um conceito novo, porém, os pesquisadores encontraram complicações para manter a integridade do produto final no alto-forno.
Assim, a empresa começou a trabalhar e conseguiu desenvolver uma solução de briquete que resolveu efetivamente esse problema. Trata-se de um aglomerado de minério de ferro. Ou seja, é um material produzido a partir da aglomeração a baixas temperaturas de minério de ferro de alta qualidade. A sua produção envolve uma solução tecnológica de aglomerantes que confere elevada resistência mecânica ao produto final.
A expetativa da Vale é ampliar a sua capacidade de produção para 100mtpa de briquetes e pelotas a partir de 2030.
Vantagens do briquete
Estes briquetes podem reduzir em até 10% a emissão de carbono durante a produção do aço. Isto porque consegue resistir à temperatura elevada do alto-forno sem se desintegrar, o que elimina a necessidade de sinterização, uma etapa importante na produção do aço, que necessita altas quantidades de energia.
Não só reduz as emissões de dióxido de carbono, como sa emissões de partículas e gases como dióxido de enxofre (SOX) e óxido de nitrogénio (NOX). Além disso, o produto dispensa o uso da água na sua produção, o que contribui para a redução do consumo de recursos naturais.
O briquete de minério de ferro pode ser utilizado na produção do HBI (Hot Briquetted Iron), metálico que é colocado no forno elétrico para, então, produzir um aço que chega a emitir entre 50% e 70% menos carbono, quando comparado à produção em alto-forno.
Vale
Há anos que a Vale investe em tecnologia e pesquisas para elaborar produtos que reduzam a pegada de carbono. Recentemente, a empresa inaugurou a primeira usina de briquetes do mundo, na Unidade Tubarão, localizada em Vitória, no Espírito Santo. Ainda em 2024, esta unidade contará com uma segunda usina e, juntas, produzirão cerca de 2,5 milhões de toneladas, chegando gradativamente a 6 milhões de toneladas anuais.
Apesar de ainda estar em fase de desenvolvimento, o briquete do minério de ferro tem o potencial de se tornar uma importante alternativa para a indústria siderúrgica.