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Deve considerar a transferência do crédito habitação?

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Depois de um par de anos em que o Banco Central Europeu, na sua ânsia de controlar a inflação, resolveu aumentar, sucessivamente, as taxas EURIBOR, há sinais de que esta comece a baixar e alivie o sofrimento de quem se encontra a pagar um crédito habitação.

Face a esta agradável tendência de descida que leva os bancos a oferecerem condições de financiamento mais favoráveis, muitos consumidores começam, agora, a pensar em transferir o seu crédito habitação, mas será que esta é uma boa decisão?

Antes de lhe darmos uma resposta, vejamos em que consiste uma transferência de crédito habitação.

Transferência de Crédito Habitação: em que consiste?

Em termos genéricos, a transferência de crédito habitação consiste, tal como o nome indica, na mudança do crédito habitação de um banco para um outro que lhe ofereça, à partida, melhores condições contratuais.

No momento em que pede a transferência de crédito, a instituição a quem está ligado contratualmente deve, no prazo de 10 dias úteis, fornecer à instituição para onde o vai transferir todas as informações relevantes para que esta lhe conceda o novo empréstimo.

Note que, se tiver um crédito habitação há mais de dois anos, poderá transferir o crédito habitação sem qualquer impedimento.

Apesar de ser possível transferir um crédito habitação com menos de dois anos, poderá ser difícil concretizá-lo, uma vez que as regras indicam que, no momento da transferência, deve ter pago, no mínimo, 10% do valor do imóvel.

No momento em que a transferência é realizada, a nova instituição de crédito a quem vai estar ligado contratualmente irá pagar, antecipadamente, o seu empréstimo ficando como a sua nova credora.

Qual o valor de poupança gerado pela transferência de crédito habitação?

A poupança gerada com a transferência de crédito irá depender de uma série de fatores, entre os quais se contam as garantias que dará ao banco, o seu atual contrato e as condições financeiras que a nova instituição oferece.

Por exemplo, se tem um crédito habitação no valor de 120 mil euros que, mensalmente, o obriga ao pagamento de uma prestação de 700 euros e uma outra instituição lhe oferece uma prestação mensal de 500 euros, a transferência parece ser a decisão mais sensata, já que lhe vai permitir poupar 200 euros por mês.

Contudo, além do valor da prestação, é essencial que se perceba se a oferta inclui a contratação obrigatória de um seguro ou outro tipo de produtos financeiros que, feitas as contas, acabam por “comer” a poupança gerada no pagamento da prestação.

Quanto custa a transferência de crédito?

Por norma, a maioria das instituições financeiras do mercado português permitem que se realize uma transferência de crédito sem qualquer custo.

Desta forma, acaba por poupar na comissão de abertura, na avaliação do seu imóvel e em outros encargos associados.

A isto soma-se, ainda, a isenção da taxa de amortização antecipada de créditos com taxa variável oferecida pelo Governo no âmbito das medidas de apoio à habitação que foram aprovadas, não sem muita polémica à mistura.

Como escolher a melhor oferta?

Para ter acesso às melhores condições contratuais, deve levar em conta que o seu perfil de cliente e o empréstimo que quererá transferir terão um significativo impacto nas propostas a que terá acesso.

Dentro destas duas condicionantes, encontram-se:

  • O valor do imóvel;
  • O valor em dívida;
  • As garantias de pagamento;
  • Os seguros que estão associados ao seu crédito habitação;
  • O número de titulares do contrato;
  • O prazo de reembolso do empréstimo;

Para além destes elementos, as condições do seu novo contrato podem estar dependentes do momento em que faz a transferência, uma vez que, durante o ano, os bancos oferecem promoções que o podem levar, por exemplo, a conseguir um spread de 0% durante um determinado período de tempo.

Assim, para encontrar o seu novo banco, recomendamos que realize simulações em cada um dos bancos ou entregue o processo a uma intermediária de crédito.

Em que momento deve transferir o seu crédito?

A transferência de crédito habitação deve ocorrer, de preferência, quando:

  • Começa a sentir dificuldades em liquidar a prestação mensal;
  • O spread do seu atual contrato é mais alto do que a média praticada no mercado:
  • O tipo de taxa não é vantajosa;
  • Os seguros obrigatórios são demasiado caros;
  • Pretende ajustar o prazo de pagamento.

Apesar de estes momentos poderem indicar ser a altura certa para transferir o crédito habitação, é indispensável fazer uma análise cuidada das ofertas existentes no mercado.

Alternativas à transferência

Se quer baixar o valor que paga, mensalmente, pelo seu crédito habitação, a transferência de crédito não é a única solução.

À transferência, somam-se o crédito consolidado hipotecário que, na prática, irá juntar todos os seus créditos num só e oferecer-lhe uma prestação mensal mais reduzida, e a renegociação do contrato diretamente com o seu banco.

Entre outras coisas, a renegociação das condições contratuais passa pela alteração do spread, das taxas de juro associadas e da inclusão de um período de carência.

Deve considerar a transferência do crédito habitação?

Lentamente, a conjuntura económica e a sensibilidade do Banco Central Europeu vai-se alterando no sentido de uma redução gradual das taxas EURIBOR, o que vai levar a que as condições contratuais de quem tenha um crédito habitação com taxa variável possa notar um certo alívio financeiro.

Esta conjuntura dá, de igual modo, uma nova e mais alargada margem de manobra aos bancos que passam a oferecer condições mais vantajosas aos consumidores. 

Apesar de, realçamos, o acesso a condições mais vantajosas de crédito habitação dependerem, sempre, da situação particular de cada consumidor, é relativamente seguro afirmarmos que, atualmente, pode compensar fazer uma transferência, especialmente devido aos spreads mais baixos praticados e à gratuitidade da transferência do crédito habitação. 

Deste modo, se transferir o crédito para um banco que lhe ofereça condições mais generosas, irá poder fazer uma melhor gestão das suas finanças e poupar de permeio, mas lembre-se, antes de transferir, é importante comparar as várias ofertas existentes no mercado.

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