2025 está no fim e muitos consumidores aproveitam os descontos na Black Friday para realizarem as compras de Natal de forma online, mas sabia que as compras online em 2026 vão sofrer alterações?
É verdade, se está habituado a aproveitar os baixos preços da Temu ou da Shein, vai ter de mudar de estratégia, uma vez que as encomendas vindas de fora da União Europeia a partir do “primeiro euro” vão passar a ser taxadas.
O que vai mudar nas compras online em 2026?
Atualmente, uma qualquer encomenda proveniente de fora da UE está isenta de taxas aduaneiras, desde que, contudo, o valor do produto não ultrapasse os 150 euros.
Contudo, ao longo dos anos e, especialmente, com o crescimento económico da China e o nascimento de plataformas como a Temu, as lojas online europeias estavam a perder competitividade.
Segundo dados da Comissão Europeia, só em 2024, registaram-se cerca de 4,6 mil milhões de encomendas classificadas como “baixo valor” que entraram na UE, sem qualquer taxa. O número é ainda mais impressionante quando se constata que, por dia, isso equivaleu a 12 milhões de encomendas.
No âmbito da luta da Comissão Europeia contra este domínio económico global da China, principal fonte de compras online feitas a partir da UE (91% do total), no início do próximo ano vão ser aplicadas taxas sobre encomendas online vindas de fora do espaço comum europeu.
Além das perdas económicas sofridas pelas empresas e plataformas de comércio eletrónico em cuja base estão a ausência de taxas aduaneiras e o baixo valor da mão-de-obra no país de origem das encomendas, a maioria dos produtos de baixo valor encomendadas pelos consumidores europeus não cumpre com as regras de higiene e segurança implementadas no espaço territorial da União Europeia, o que pode vir a ter impacto na saúde dos cidadãos.
Apesar de, num primeiro rascunho legislativo, esta medida de taxas as encomendas de baixo valor vindas de países terceiros ter estado prevista para 2028, os Estados-membro e a Comissão Europeia, alarmados pela perda de competitividade do comércio eletrónico europeu de decidiram fazer antecipar a entrada em vigor desta diretiva para 2026.
As consequências
Longe dos tempos em que era um membro respeitado e com peso na esfera económica mundial, a União Europeia está a tentar não só recuperar o tempo perdido, como a imiscuir-se na guerra comercial entre os Estados Unidos da América e a China.
Para além disto, esta medida enquadra-se numa estratégia mais ampla de reforço do controlo aduaneiro e combate a fraudes fiscais associadas ao comércio digital internacional. Neste sentido, a Comissão defende que este novo enquadramento prestes a entrar em vigor trará maior transparência e competição mais equilibrada
Esta mudança nas regras do comércio eletrónico europeu é, como referimos, mais um capítulo na luta pelo domínio do comércio internacional, contudo, a antecipação da entrada em vigor da taxação das encomendas online de baixo valor provenientes de fora da UE veio trazer enormes inconvenientes aos consumidores europeus que se habituaram a comprarem produtos mais em conta, ainda que vindos do outro lado do mundo.
Isto acaba por ser especialmente impactante tendo em conta que a medida vai apanhar os consumidores num momento de grande volume de compras online.
As consequências da entrada em vigor da taxação vai, ainda, obrigar as lojas e plataformas online europeias a ajustarem as suas estratégias de venda, uma vez que a previsível redução das encomendas vindas de fora da UE irá provocar, certamente, um aumento do volume de vendas.
Para muitas lojas online portugueses, em particular, a medida pode ser vista como uma oportunidade para recuperar clientes que até agora optavam por importações de baixo custo, embora, como tem acontecido em situações similares, o mais certo é existir uma inflação súbita dos preços no comércio eletrónico português.
Quem vai pagar a taxa?
No limiar da taxação de encomendas online extra-europeias, ainda não se sabe quem irá pagar a taxa.
A este respeito, a última informação oficial é a de que “a eliminação deste limiar de isenção garante que os direitos aduaneiros serão cobrados a partir do primeiro euro sobre todas as mercadorias que entram na UE, tal como o Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA)”.
Apesar de os eurodeputados terem insistido para que a taxa seja paga pela plataforma onde o consumidor realizou a compra e não pelo consumidor, é muito provável que o custo se venha a repercutir no preço dos produtos fazendo com que, indiretamente, acabe por ser suportado pelo cliente.
Como comprar online e poupar a partir de janeiro de 2026?
Se comprar online em plataformas de fora da União Europeia passa a ter custos que, até agora, não existiam, o comportamento dos consumidores no mercado online será obrigado a reajustar-se.
Sem aumentos salariais dignos de nota, os consumidores enfrentam um mercado que peca por não ter uma regulação à altura que os proteja de preços exorbitantes. Juntar à desregulação a esta taxa aduaneira temporária simplificada, o mais razoável é esperar um aumento generalizado dos preços dos produtos no comércio eletrónico português e, por extensão, europeu.
Para evitar que tudo isto tenha um peso exageradamente grande sobre a carteira dos consumidores, é importante que, quando estes decidem adquirir algum produto online, sigam estas recomendações:
- Utilizar comparadores de preços: através de comparadores de preços como aquele que a DECO Proteste oferece no seu website, o consumidor tem a oportunidade de, antecipadamente, verificar onde determinado produto está mais barato e quais as promoções em vigor;
- Estipular um limite de gastos: antes de se partir para uma compra online, será útil estipular um limite de despesa que se está apto a fazer de modo a controlar as compras por impulso e a cedência a desejos do momento;
- Aproveitar as promoções e descontos flash: muitas lojas online têm o hábito de promoverem promoções e descontos flash em determinados momentos do dia ou da semana. Aconselha-se, por isso, que o consumidor ativa as notificações das suas lojas online favoritas e esteja atento ao e-mail e às mensagens recebidas no telemóvel.
