Por Cláudia Matias.
Um mapa astrológico inclui os doze signos zodiacais e é habitualmente dividido em doze casas astrológicas.
Tal como os signos, as casas astrológicas são caracterizadas pela combinação dos quatro elementos com as três cruzes. Isto resulta em algumas analogias entre as casas e os signos, mas casas e signos representam diferentes fatores do mapa astrológico.
Enquanto os signos têm um simbolismo mais arquetípico, representando qualidades de energia, as casas têm um significado mais concreto – simbolizam áreas de vida, campos de experiência, os palcos onde a energia dos signos e dos planetas se manifesta.
Assim como o zodíaco tropical (constituído pelos doze signos) resulta do movimento de translação da Terra, os sistemas de casas têm por base o movimento de rotação da Terra e representam o consequente movimento aparente dos astros ao longo do dia.
Existem muitos sistemas de casas, criados a partir de diferentes sistemas de coordenadas e fórmulas de cálculo, não havendo consenso sobre qual o mais adequado para cada abordagem da Astrologia. Atualmente são mais populares os sistemas de casas baseados na divisão do tempo entre o nascimento e a culminação do Sol, projetada na eclíptica.
As casas são definidas para um dado local, data e hora (o local, data e hora de nascimento, no caso do mapa natal), como que uma divisão da vista do céu, a partir desse local e nesse momento, em doze fatias. Contrariamente aos signos, que ocupam sempre 30° zodiacais, as casas podem ter dimensões diferentes, em resultado da latitude do lugar e da desigualdade dos dias e das noites ao longo do ano.
Associados à divisão do mapa astrológico por casas encontram-se os eixos: Ascendente/Descendente, resultante da intersecção da linha do horizonte com a eclíptica, e Meio-do-Céu/Fundo-do-Céu, resultante da intersecção do meridiano do lugar com a eclíptica. Nos sistemas de casas modernos, o Ascendente corresponde à cúspide (ou seja, o início) da casa 1, o Fundo-do-Céu à cúspide da casa 4, o Descendente à cúspide da casa 7 e o Meio-do-Céu à cúspide da casa 10.
Na relação com os elementos e as cruzes, as casas classificam-se do seguinte modo:
- Casas de Fogo ou de identidade – casas 1, 5 e 9;
- Casas de Terra ou dos aspetos práticos da vida – casas 2, 6 e 10;
- Casas de Ar ou dos relacionamentos – casas 3, 7 e 11;
- Casas de Água ou da vida sentimental – casas 4, 8 e 12;
- Casas Angulares – casas 1, 4, 7 e 10 – correspondem à cruz Cardinal, estando ligadas aos eixos (ou ângulos) do mapa e conferindo mais força aos planetas que as ocupam;
- Casas Sucedentes – casas 2, 5, 8 e 11 – correspondem à cruz Fixa, associando-se à experiência concreta;
- Casas Cadentes – casas 3, 6, 9 e 12 – correspondem à cruz Mutável, associando-se à síntese e aprendizagem.
Vejamos então o que representa, resumidamente, cada casa:
- Casa 1: imagem e características individuais, projeção da energia pessoal no mundo;
- Casa 2: recursos e valores pessoais, valor próprio, bens e segurança materiais;
- Casa 3: ambiente próximo, aprendizagem e comunicação;
- Casa 4: fundações emocionais, infância, família e casa;
- Casa 5: expressão individualizada, criatividade, lazeres, romances e filhos;
- Casa 6: atividade quotidiana, autoanálise e autoaperfeiçoamento, saúde, trabalho e serviço;
- Casa 7: relações a dois, afinidade e complementaridade, parcerias, compromissos e alianças;
- Casa 8: valores dos outros, aprofundamento das relações, transformação interior;
- Casa 9: filosofia de vida, estudos superiores, saber vivencial, fé, viagens;
- Casa 10: vocação, carreira profissional, participação no coletivo e papel social;
- Casa 11: amizades, grupos e associações, partilha de interesses e ideais;
- Casa 12: retrospeção das experiências vividas e da integração no coletivo, espiritualidade.