Por Cláudia Matias.
A maioria das pessoas sabe qual o signo correspondente ao seu dia de nascimento, ou seja, o seu signo solar. Mas o que são afinal os signos do zodíaco?
Desde tempos imemoriais que o ser humano observa o movimento dos astros no céu. O conhecimento dos ciclos mensais da Lua e anuais do Sol, na sua relação com os ciclos da Natureza, teve um papel essencial no desenvolvimento da civilização humana. Mas os outros pontos de luz no firmamento também foram alvo de observação, conduzindo à distinção entre as estrelas, aparentemente fixas, e os planetas, “astros errantes”.
Assim, as estrelas tornaram-se referenciais de localização e os desenhos que formam no céu noturno inspiraram a denominação das constelações, às quais foram associados simbolismos mitológicos, tal como aos planetas.
A identificação da posição dos planetas começou por ser efetuada com referência às estrelas das constelações, mas o desenvolvimento dos prognósticos astrológicos, baseados na determinação do movimento futuro dos astros, requereu cálculos matemáticos mais precisos.
Na visão geocêntrica, o movimento da Lua e dos planetas do sistema solar ocorre ao longo do caminho aparente do Sol, dentro de uma faixa de sensivelmente 17° de latitude celeste (sendo Plutão o único planeta que, por vezes, sai dessa faixa, devido à elevada inclinação da sua órbita), no centro da qual se encontra a linha da eclíptica (i.e., a trajetória anual aparente do Sol na esfera celeste).
Terá sido na Mesopotâmia, por volta do século V a.C., que se dividiu os 360° da faixa zodiacal em doze partes iguais, de 30° cada, às quais se atribuiu o nome de doze constelações atravessadas pela eclíptica. O conjunto dos doze signos forma o zodíaco tropical, um sistema de coordenadas eclípticas, cuja longitude é contada a partir do ponto vernal (ponto de interceção da eclíptica com o equador celeste, que marca o equinócio da primavera no hemisfério norte), ao qual corresponde ao grau zero de Carneiro.
Como os signos zodiacais surgiram na era astrológica de Carneiro, presume-se que o primeiro signo estivesse alinhado com a constelação do mesmo nome na esfera celeste. No entanto, sendo o zodíaco resultado do movimento de translação da Terra em torno do Sol, os signos estão diretamente ligados às estações do ano (no hemisfério norte, onde a astrologia se desenvolveu inicialmente) e aos ciclos da Natureza; a sua relação com as constelações é meramente simbólica.
Ao longo do tempo, foram sendo associados fatores à caracterização dos signos zodiacais, entre os quais se destacam as cruzes e os elementos. Os doze signos decorrem da combinação das três cruzes (Cardinal, Fixa e Mutável) com os quatro elementos (Fogo, Terra, Ar e Água). Podemos, então, dizer que cada signo representa uma qualidade de energia própria, resultante da interação entre uma modalidade de energia (cruz) e um modo de expressão energética (elemento).
Resumidamente:
- Os Signos Cardinais – Carneiro, Caranguejo, Balança e Capricórnio – marcam o início das estações e relacionam-se com a iniciativa e a ação.
- Os Signos Fixos – Touro, Leão, Escorpião e Aquário – correspondem ao meio das estações e são associados à concentração e estabilização.
- Os Signos Mutáveis – Gémeos, Virgem, Sagitário e Peixes – correspondem ao final das estações e relacionam-se com a síntese e compreensão.
- Os Signos de Fogo – Carneiro, Leão e Sagitário – relacionam-se com a função psíquica intuição, que se traduz na inspiração das ideias, criatividade e impulso para a ação.
- Os Signos de Terra – Touro, Virgem e Capricórnio – relacionam-se com a função psíquica sensação, logo, com a experiência concreta e prática.
- Os Signos de Ar – Gémeos, Balança e Aquário – relacionam-se com a função psíquica pensamento, em termos de raciocínio lógico e análise objetiva.
- Os Signos de Água – Caranguejo, Escorpião e Peixes – relacionam-se com a função psíquica sentimento, logo, com as emoções e a vida interior.
Sendo o Sol símbolo de identidade e autoexpressão, o signo solar tem uma importância elevada na análise astrológica, mas é um de muitos fatores no mapa de nascimento, do qual constam inclusive os doze signos do zodíaco. Assim, de forma mais ou menos acentuada, direta ou indireta, todos temos a energia dos doze signos na nossa matriz energética!