Muitas pessoas sonham em viajar pelo mundo. Quem não quer conhecer destinos inspiradores e viver experiências memoráveis? Não é necessário ir a países remotos para viver momentos fantásticos. Mesmo no nosso país é possível vivenciar o melhor das viagens. Por isso, há cada vez mais pessoas a aproveitar cada momento para viajar, seja em escapadelas de fim de semana, seja em férias, de curta ou longa duração.
Uma das tendências que tem ganho popularidade entre viajantes é viajar a um ritmo lento. As viagens lentas permitem explorar o país ou o mundo num ritmo mais proveitoso para todos: o chamado slow travel. Fique a conhecer o que é ao certo o slow travel, um conceito de viagem que tem conquistado cada vez mais adeptos.
Slow travel
Frequentemente, viajar significa entrar num ritmo acelerado. Essa ferocidade com que se vivem as viagens que se realizam deve-se à necessidade de integrar um vasto conjunto de experiências no mínimo tempo possível. O slow travel visa contrariar essa tentação. Ousa impor outro ritmo.
De que é que falamos quando falamos em slow travel? Quem abraça este conceito investe mais tempo nas suas viagens. O viajante slow travel não pretende apressar a visita. Não quer passar por todos os pontos turísticos da aldeia, vila ou cidade visitada, sem conhecer nada de forma aprofundada.
Neste novo conceito do mundo das viagens, há imensas vantagens. O viajante que adota este estilo de viagem visa entrar verdadeiramente na pele do habitante local. Ele não pretende ser um mero turista, pois pretende estabelecer ligações mais profundas com novas culturas.
Os chamados slow travelers ambicionam conhecer a história local, a sua cultura e as tradições, ouvir a música local e saborear a gastronomia da região.
O método
Viajar devagar visa explorar ao máximo algumas zonas em vez de passar por várias zonas. Desta forma, este tipo de viagem permite-nos desconectar do ritmo acelerado da vida moderna, do rebuliço típico vivido nas férias e que faz parte do quotidiano das grandes cidades.
Os viajantes passam a conhecer o ritmo de vida dos habitantes locais, frequentam os melhores cafés e restaurantes, porque experienciam diferentes possibilidades. Eles sabem quais são os parques escondidos que proporcionam experiências mais agradáveis.
Para conseguirem essa exploração lenta dos lugares que visitam, dedicam mais tempo a esses espaços. Os slow travelers optam por passar algumas semanas num só lugar, podendo mesmo demorar vários meses a explorar os destinos que escolhem. Visitam os museus e vivem as melhores experiências.

Como planear experiências “slow travel” no interior de Portugal
Os slow travelers vivem verdadeiras aventuras, conseguindo vivenciar momentos que os turistas normalmente não experienciam. Com essa forma de viajar, os slow travelers conseguem estabelecer uma ligação muito mais autêntica com o local visitado.
Planificar
Para organizar uma Slow Trip no nosso país, é necessário capacidade de organização. Este tipo de viagem requer uma planificação mais pormenorizada do que uma viagem tradicional.
Definir um propósito
É importante definir o propósito da viagem que se pretende realizar e o que se deseja obter com essa experiência singular. Podem existir objetivos distintos: pode servir para uma verdadeira ligação com a Natureza ou como oportunidade de explorar aprofundadamente a cultura local de forma mais profunda.
Escolher o melhor destino
No momento de escolher as cidades, vilas ou aldeias, há que optar por destinos que incentivem o Slow Travel. Os melhores destinos são os que escondem uma grande riqueza cultural e natural.
Para as expectativas de viagem serem atendidas, convém, antes de escolher o destino, investigar sobre a infraestrutura local, as diferentes opções de acomodação que são disponibilizadas e as diferentes atividades que podem ser realizadas no local.
Fazer um cronograma flexível
Este tipo de viagem permite-nos estabelecer uma abordagem mais flexível. Não é necessário programar um vasto conjunto de atividades para o mesmo dia, de forma a aproveitar ao máximo o que de melhor há nesse destino.
Nessas viagens tradicionais, com itinerários tão apertados e lotados, não se consegue aproveitar cada momento. Facilmente se cai na armadilha do FOMO (que significa “fear of missing out”) por medo de perder tempo ou oportunidades de visitar os sítios incríveis que todos apresentam nas redes sociais.
No slow travel, prioriza-se a qualidade em vez da quantidade. Por isso, há mais tempo para explorar o destino. Neste tipo de viagem, existe disponibilidade para se absorver tudo o que há de bom no local escolhido para se visitar.
Optar por acomodações apropriadas
Idealmente, mais que escolher acomodações de luxo, deve-se priorizar aquelas que promovem um verdadeiro contacto com a cultura local e uma imersão mais profunda na comunidade.
Por isso, deves optar por instalações que proporcionem uma experiência mais autêntica. Os pequenos hotéis familiares ou até casas de hóspedes geridas por moradores locais permitem assegurar essa vivência mais verdadeira que o slow traveler procura.
Pensar já nas deslocações
As deslocações devem ser pensadas logo no momento em que estás a planificar a viagem. Se queres ter mobilidade dentro do destino escolhido, deves ter conhecimento de todas as opções que tens ao teu dispor, seja transporte público, bicicletas alugáveis, trotinetes ou outras.
Dependência de táxis ou de carros alugados, deve ser evitada. Podes até optar por te cingir às caminhadas para fazer a deslocação até aos pontos de interesse que pretendes visitar.
Pensar já na alimentação
Os slow travelers podem desfrutar verdadeiramente da gastronomia local. Parte da experiência de Slow Travel consiste em explorar pontos de interesse deste tipo, não apenas restaurantes tradicionais, mas até mercados de alimentos frescos.
Convém ter conhecimento dos pratos típicos da região e conhecer os diferentes sabores que se apresentam em espaços distintos. Existe até disponibilidade temporal para cozinhar essas refeições, com os ingredientes locais.
Manter a mente aberta
Por muito que se saiba planear, os imprevistos acontecem na viagem e não há forma de evitá-los. Mesmo que fujam do que está planificado, devem manter a mente aberta e fazer por aprender com o sucedido.
Desta forma, deves viver essas experiências com otimismo. Não deixes de manter uma atitude positiva e aberta.
Sustentabilidade e responsabilidade
O Slow Travel fortalece o compromisso com a preservação ambiental. Neste sentido, convém ter isso em consideração no momento de escolher o destino. Este tipo de viagem fomenta os valores de sustentabilidade que é nosso dever defender.
É fundamental termos uma maior consciência ecológica sempre que decidirmos avançar para esta aventura. Ter essa atitude e responsabilidade quando se embarca neste tipo de experiência permite-nos minimizar o impacto no meio ambiente.

Uma sugestão de destino: interior de Portugal
O interior do nosso país tem muito para explorar. Existem vários destinos que cumprem os requisitos para fazer uma slow travel memorável. As aldeias do xisto no centro de Portugal são uma das muitas possibilidades que existem.
A beleza natural que circunda as aldeias é simplesmente arrebatadora, apresentando uma paisagem cultural única no centro do nosso país. Neste espaço deslumbrante, reina a Natureza. Nós temos o dever de respeitar esse reinado.
Há montanhas a perder de vista, imponentes e encantadoras. Um vasto conjunto de árvores centenárias pode fazer parte da paisagem que nos mima com os seus diversos encantos. É possível encontrar água a brotar da terra em diversos rios e ribeiras. Este destino memorável tem ainda a vantagem de apresentar-nos um dos céus mais estrelados do mundo.
As aldeias do xisto são espaços rurais que nos fazem viver uma viagem temporal, fazendo-nos sentir como protagonistas num filme medieval. A beleza das casas é evidente, algo inusitado.
O cunho humano dos seus habitantes também merece uma menção especial. Nestas belas aldeias portuguesas, podemos encontrar gente genuína e tradições surpreendentes, um legado importante passado de geração em geração.
O estilo de vida é naturalmente distinto de tudo o que se encontra nas cidades. A tranquilidade do espaço garante-nos o sossego de que tanto necessitamos, mas frequentemente ignoramos.
Conclusão
Este tipo de viagem é verdadeiramente enriquecedor. Os slow travelers defendem uma experiência distinta. Não só nos permite ver melhor o que estamos a visitar, de forma calma e relaxada, como nos dá tempo para uma viagem distinta, de auto-conhecimento.
Por isso, aproveita este tipo de experiência para desligares-te do mundo. A internet e as redes sociais estão constantemente a solicitar a nossa atenção. Prescinde dessa ligação virtual e aproveita o momento para te conectares contigo, com os outros, no mundo real.
