O ChatGPT tem criado algum furor, mas o que faz com que esta ferramenta de inteligência artificial (AI) seja tão chamativa?
O que é o ChatGPT?
Foi no final de 2022 que o Chat Generative Pre-Trained Transformer, ou ChatGPT, começou a cair na boca do povo, atraindo a atenção de diversas pessoas, desde programadores a criadores de conteúdo.
Criado e lançado pela empresa de inteligência artificial, OpenAI, apenas a 30 de novembro do ano passado, este software com a função de construir textos numa linguagem natural, assemelhando-se a um humano, já angariou mais de um milhão de utilizadores.
Esta empresa conta com o envolvimento de influentes nomes da indústria tecnológica, como Elon Musk, Ilya Sutskever, Reid Hoffman (co-fundador do Linkedin) e Peter Thiel.
É, essencialmente, um software que apresenta uma AI com a capacidade de compreender e responder a perguntas complexas dentro de uma conversa, criando algum furor devido à semelhança das suas respostas às de um humano.
Adicionalmente, o ChatGPT recorre ao feedback humano como instrumento para desenvolver a sua capacidade de seguir orientações mais complexas inseridas pelos utilizadores, entender as nuances das mesmas e gerar respostas satisfatórias dentro daquilo que é esperado pelos humanos.
Apesar de ainda se encontrar em fase de revisão, podendo ser testado gratuitamente, este software é capaz de, não só responder a perguntas, como também resolver equações matemáticas, traduzir entre idiomas, redigir textos, corrigir códigos, realizar recomendações, entre outras funcionalidades.
Este programa de inteligência artificial tem, no entanto, algumas limitações, dado que não é ainda capaz de fazer cruzamentos de dados externos ou pesquisas na Internet. Todo o raciocínio deste AI é sustentado por informações de texto inseridas no software e a sua base de conhecimento termina em 2021.
Microsoft procura realizar um investimento de 9,3 mil milhões de euros.
Segundo o “The Information”, com o objetivo de reformular o seu motor de pesquisa, Bing, a Microsoft planeia investir na Open AI. A “aposta” alcançará os 9,3 mil milhões de euros (cerca de 10 mil milhões de dólares), avança a página de notícias, “Semafor”.
O acordo de investimento prevê uma angariação de 75% dos lucros da OpenAI por parte da multinacional norte-americana de tecnologia, até à recuperação do investimento inicial, passando a ser, de seguida, dona oficial de 49% da empresa responsável pela criação do ChatGPT e do software gerador de imagens, Dall-E.
Na verdade, a Microsoft já é investidora na empresa desde 2019, altura em que “apostou” 934 milhões de euros (cerca de mil milhões de dólares).
ChatGPT não é o único exemplo de AI a entrar em força no mercado.
Apesar da sua popularidade, este software não será o único a “inovar” em 2023, visto que outros programas prometem também criar surpresas neste novo ano.
Um exemplo desta “febre de inteligência artificial” é o “robô advogado” que, no mês de fevereiro, será o primeiro bot de AI a tornar-se advogado de um réu em tribunal. Desenvolvida pela DoNotPay, esta revolucionária tecnologia vai ouvir e analisar os argumentos apresentados em julgamento, oferecendo, de seguida, aconselhamento jurídico, em tempo real, através de uma app de smartphone e fones de ouvido.
Segundo o “Business Insider”, a empresa ainda não revelou mais detalhes, como o local do julgamento ou as acusações do réu.
O risco de fake news
No universo da inteligência artificial, os conteúdos falsos ganham nova vida com deepfakes, uma tecnologia que recorre a AI para criar imagens ou vídeos falsos de determinadas pessoas, com exemplos a irem de Volodymyr Zelensky, presidente ucraniano, a render-se a Vladimir Putin, a Nancy Pelosi, deputada norte-americana, a discursar embriagada.
Apesar de todos estes casos terem sido identificados, os mesmos demonstram que a tecnologia de AI pode ser usada como uma perigosa “arma” de desinformação, através da criação de imagens realistas de figuras públicas a fazerem coisas que, na realidade, nunca fizeram. Antes do público poder ser esclarecido, já as imagens circulam pela Internet, tornando este rápido desenvolvimento da inteligência artificial um poderoso instrumento de divulgação de fake news.
Respostas éticas
Um dos testemunhos da relevância da inteligência artificial na atualidade, é a tentativa, por parte de diversas instituições, de criar mecanismos éticos para o desenvolvimento de AI.
Exemplo disso é a assinatura da “Rome Call for AI Ethics”, um documento, aprovado e assinado hoje, na Casina Pio IV, por representante das três religiões abraâmicas, que procura promover um desenvolvimento ético da inteligência artificial.
A magnitude da AI nos dias de hoje é, assim, confirmada pela envolvência de grandes entidades, como o Vaticano, preocupadas com a sua evolução e construção éticas, bem como com o seu impacto na sociedade.