Como o inesperado não se faz anunciar, muitos portugueses criam um fundo de emergência que lhes permita fazer face às dificuldades que podem obstruir o caminho de uma vida tranquila.
Num momento em que a inflação, as taxas de juro e, sobretudo, os baixos salários que são praticados em Portugal levam a uma perda queda do poder de compra das famílias, a criação de um fundo de emergência pode parecer uma tarefa megalómana, especialmente se considerarmos que este fundo deve ter o equivalente a seis salários, montante que lhe permita ficar meio ano sem trabalhar.
Apesar da dificuldade, ao longo das próximas linhas vamos ajudá-lo a começar um fundo de emergência através de cinco simples passos. Venha daí!
5 passos para criar um fundo de emergência
1º Calcule as despesas e as receitas mensais
O primeiro passo a dar para criar um fundo de emergência é saber com exatamente o dinheiro com que pode contar no início de cada mês. Para isso, faça uma estimativa dos gastos fixos, deixando uma margem de erro para eventuais gastos flutuantes, que têm mensalmente e qual o total de receitas.
Com esta informação em mãos, poderá ajustar gastos reduzindo a despesa e perceber quanto é que poderá pôr de lado todos os meses.
2º Faça uma estimativa de qual será o valor do fundo
Como referimos, o valor recomendado para um fundo de emergência será, em média, equivalente a seis ordenados mínimos, mas poderá variar em função das despesas mensais que o agregado tenha.
Por exemplo, caso tenha despesas mensais no valor de 500 euros, o ideal será que consiga ter um fundo de maneio com, pelo menos, 3 mil euros.
No caso de trabalhar por conta própria, o conselho é para que o fundo consiga cobrir um ano de despesas.
3º Comece a poupar
Apesar de poder ser doloroso, para criar o fundo terá de começar a poupar.
Idealmente, a poupança deverá equivaler a entre 5% e 10% do seu orçamento familiar, mas cada caso é um caso e se conseguir poupar menos do que isso não há problema, apenas demorará mais tempo a rechear o seu fundo.
Uma boa estratégia para poupar é, no caso de receber o subsistido de alimentação em cartão, utilizá-lo para fazer as compras de supermercado de que necessita e transferir o equivalente a esse montante para a poupança.
4º Investir em produtos financeiros de retorno garantido
Pode parecer um contrassenso, mas para conseguir um fundo de emergência o truque poderá estar em investir em produtos financeiros de retorno garantido, como é o caso dos Certificados de Aforro.
Apesar de a série E que recompensava o dinheiro investido em 3,5% ter acabado por pressão dos bancos portugueses sobre o governo, os Certificados de Aforro são a garantia de que o seu dinheiro estará bem guardado e a render pois contam com a garantia do Estado, não cobram comissões e são facilmente convertidos em liquidez, uma vez que podem ser movimentados três meses após a subscrição.
5º Abra uma conta bancária separada para o fundo de emergência
De modo a não misturar as coisas e poder ter o impulso de gastar o que poupou, aconselhamos a que abra uma conta bancária separada para acomodar o dinheiro para o fundo.
Contudo, não anda com cartões de crédito associados a essa conta e tenha em mente que se escolher uma conta a prazo não poderá movimentar o dinheiro de imediato.