O peso corporal é uma preocupação de boa parte da população, especialmente quando se aproximam os dias quentes. Há pessoas que procuram uma perda de peso significativa para poderem chegar ao verão e ir à praia sem receios. Ter um peso adequado ajuda-nos a estar na toalha estendida no areal com outra confiança. Existem muitas dietas que prometem mundos e fundos. No entanto, nem sempre cumprem essas promessas. Além disso, frequentemente, revelam-se nefastas para a saúde. Uma das tendências entre famosos (e não só) para emagrecerem está no jejum intermitente.
Será o jejum intermitente uma prática saudável ou perigosa? Conheça os prós e contras desta estratégia popular para diminuir o peso.
O que é o jejum intermitente?
O jejum intermitente consiste num espaço temporal em que é forçada uma abstinência alimentar ou a ingestão de alimentos sem valor energético. Este período intercala com períodos de ingestão energética normal ou sem quaisquer limites. Esta prática visa promover no corpo uma perda de peso acentuada ou garantir um melhor controlo metabólico.
Geralmente, quando se cumpre esta prática, os resultados são evidentes. Contudo, não se pode dizer que esta seja a melhor dieta. O jejum intermitente pode permitir atingir os nossos objetivos, mas os mesmos resultados podem ser conseguidos com outra prática.
O que é importante é que as particularidades de cada um sejam respeitadas, independentemente da opção de dieta que se faça.
Diferentes tipos de jejuns
Existem diferentes modalidades (ou planos) de jejum intermitente. As diferentes possibilidades desta prática têm por base uma opção de regularidade de períodos alternados de jejum e de alimentação, mantendo essa opção pelo tempo em que se pratica a dieta.
As modalidades de jejum intermitente mais comuns são as seguintes:
- Jejum por intervalos de tempo, em que existe um período de jejum e um período de alimentação num só dia.
- Existe a possibilidade de cumprir diversos regimes. Os mais populares são de 16h, 14h ou 12h de jejum ininterrupto, reservando o tempo restante para se ingerir alimentos. Portanto, 8h, 10h ou 12h, respetivamente.
- Há ainda regimes diários modificados, nos quais se faz restrição alimentar acentuada em 2 dias da semana. Embora se faça uma alimentação normal em 5 dias da semana, reserva-se para os outros dias uma restrição de 85% do aporte energético normal.
- Jejum absoluto em dias alternados. O jejum é mantido ao longo de todo o dia. Faz-se isso num dia, não no outro. Portanto, numa regularidade dia sim, dia não.
- O jejum periódico corresponde a um jejum completo por 1 ou 2 dias por semana (segunda e quinta-feira, por exemplo), reservando-se uma alimentação normal nos restantes dias.
Apesar da diversidade de modalidades de jejum intermitente, a prática mais comum é feita por intervalos de tempo, revelando-se a mais fácil de aplicar no nosso quotidiano. Muitas pessoas adotam o jejum intermitente apenas por alguns meses, acabando por desistir, por haver uma grande dificuldade de manutenção do regime ao longo do tempo.
Outros benefícios
Existem diversos estudos sobre o jejum intermitente. São até apontados diversos benefícios para a saúde associados a esta prática. A perda de peso e a massa gorda são motivos mais que suficientes para a realização desta dieta. Contudo, há outros, nomeadamente:
- Redução da pressão arterial;
- Melhoria do controlo da glicemia;
- Regulação dos níveis de colesterol e triglicéridos;
- Efeito anti-inflamatório;
- Aumento da longevidade.
Efeitos possíveis
Nesses estudos, também são apresentadas desvantagens. Quando o jejum intermitente é mal planeado, pode gerar uma privação de nutrientes que pode implicar alguns efeitos secundários, nomeadamente:
- Fome
- Fadiga
- Fraqueza
- Insónia
- Náusea
- Dor de cabeça
- Alterações do humor
- Irritabilidade
- Desidratação
- Desequilíbrios hidro-eletrolíticos
Recomendações
O jejum intermitente deve ser feito com algumas recomendações para se conseguir retirar todos os benefícios a ele associados. Manter uma boa hidratação é fundamental ao longo do processo. Pode e deve beber água durante o jejum, mas também chá e café sem açúcar.
Deve evitar excessos fora dos períodos de jejum. Além disso, para evitar carências nutricionais, opte por manter uma alimentação saudável, rica em hidratos de carbono complexos, proteína, fibra, vitaminas e minerais.
Lembre-se que a prática de atividade física tem de ser cuidadosamente planeada e realizada nos momentos adequados, tendo em conta os períodos de jejum e alimentação definidos.
É uma prática perigosa?
Segundo a investigação científica, o jejum intermitente não implica necessariamente riscos para a saúde. Não existem quaisquer problemas, se há pessoas que aguentam bem 24 horas de jejum. Contudo, podem existir imprevistos em que não se aguenta esse tempo em jejum.
Quem vai começar esta prática deve informar-se se o pode fazer. Por isso, os especialistas recomendam que esta prática seja realizada com o apoio de um acompanhamento especializado, como acontece com outras dietas.
O jejum intermitente pode não ser adequado para determinadas pessoas. Os profissionais qualificados são um apoio indispensável, porque podem facultar informação fidedigna e acompanhar todo o processo. Além disso, com um conhecimento do perfil, podem dar o aval para se avançar com a prática ou recomendar outra solução.
Deste modo, para que o jejum intermitem seja realizado de forma correta, ter um nutricionista ou médico assistente é fundamental. Esse apoio ajudará a que tudo se desenvolva da forma mais adequada e saudável.
É também essencial estar ciente dos sinais de alerta. Saber o que é hipoglicemia leve e hipoglicemia grave, conseguir identificar o que ocorre num quadro de hipoglicemia e quais são os sintomas apresentados.
As consultas de nutrição são fundamentais para quem pretende ter um bom acompanhamento. Contudo, embora o jejum intermitente seja muito procurado como método para perda de peso ponderal, a mesma prática não tem o mesmo efeito em todas as pessoas.