Por Cláudia Matias.
Vénus transita em Peixes, o signo da sua exaltação, desde 27 de janeiro, propiciando um aumento da nossa sensibilidade aos problemas e sentimentos dos outros, da nossa necessidade de envolvimento emocional e da expressão dos nossos afetos através de atos de proteção ou ajuda.
No dia 15 de fevereiro, Vénus encontra Neptuno, o regente moderno de Peixes, considerado a “oitava superior de Vénus”. Esta conjunção, no grau 24 de Peixes, amplia e dissemina os efeitos de Vénus no signo da sua exaltação, podendo gerar um clima de elevada compassividade e inclusividade, ou de idealização e ilusão.
De qualquer modo, tende a ser uma altura em que podemos estar mais em contacto com os nossos sentimentos, ter mais facilidade em empatizar com os outros a ajudá-los altruisticamente, ter maior sensibilidade às energias envolventes e recetividade às perceções extrassensoriais, dar mais valor à nossa dimensão espiritual. É também possível que recorramos mais à nossa imaginação e apreciemos mais os gestos românticos, sendo importante não perdermos o contacto com a realidade.
O encontro de Vénus e Neptuno ocorre em quadratura com a Lua (em Sagitário), colocando em tensão as nossas necessidades de grande ligação emocional com os outros e de liberdade individual, cuja integração requer uma noção consistente do nosso valor próprio, para não resultar em dependências afetivas ou dificuldades na partilha da intimidade.
É neste contexto de grande sensibilidade emocional que, no dia 16, tem lugar a conjunção anual entre o Sol e Saturno. Esta ocorre no racional signo de Aquário, mais propriamente a 27°44’, marcando o início dum novo ciclo de assunção da nossa responsabilidade individual perante o coletivo e de aplicação de valores aquarianos (e.g., igualdade, liberdade, fraternidade, cooperação, inovação e visão universal) na reformulação das nossas estruturas sociais e pessoais.
Como Saturno ingressa em Peixes no próximo mês de março e já não retorna a Aquário, esta é a última conjunção entre Sol e Saturno neste signo, a qual enceta o ciclo onde Saturno transita entre Aquário (cuja regência partilha com Úrano) e Peixes, onde ficará sob a regência de Neptuno (domiciliado em Peixes) e Júpiter (o par social de Saturno). Assim, a sincronia das conjunções de Vénus-Neptuno e Sol-Saturno pode, de certa forma, preparar essa transição, pois, se a primeira sugere a ligação ao suprafísico e o desenvolvimento do amor incondicional, a segunda remete para a racionalidade e o sentido prático.
Estas conjunções representam energias bem diferentes, mas igualmente necessárias, que devemos equilibrar, tanto na nossa vida pessoal, como na nossa participação social. Precisamos de sentir e sonhar a realidade, tal como precisamos de concretizar os sonhos e experienciar os sentimentos.