Por Cláudia Matias.
O atual ciclo lunar começou na Lua Nova de 20 de abril, com um Eclipse Solar no grau 29 de Carneiro. A culminação ocorre na Lua Cheia de 5 de maio, com um Eclipse Lunar no grau 14 do eixo de Touro-Escorpião.
Trata-se de um eclipse penumbral, no qual a Lua se encontra na penumbra na Terra, sendo parcialmente iluminada pelo Sol, o que resulta numa redução do brilho lunar. O ponto médio do eclipse ocorre pelas 18:23, no horário de Portugal, sendo visível sobretudo na África, Ásia e Oceânia.
A Lua Nova de 20 de abril foi uma segunda Lua Nova em Carneiro, que renovou a oportunidade de iniciarmos um ciclo de afirmação da identidade individual, através da iniciativa e da ação; e nos apresentou a proposta de revermos o modo como procuramos afirmar-nos e provar o nosso valor, com vista a eliminarmos padrões de impulsividade e temeridade excessivas, impaciência, dificuldade em escutar os outros, irritabilidade e reatividade emocional e, assim, aplicarmos a nossa capacidade criativa individual construtivamente.
Tal como as luas cheias em geral, os eclipses lunares trazem à superfície questões internas ou temas emocionais, para que sejam consciencializados. A grande diferença reside no facto de nos eclipses a acentuação desses assuntos ser mais forte e o apelo de consciencialização – potenciado pelo obscurecimento ou redução do brilho (no caso do eclipse penumbral) da Lua pela sombra da Terra – ser mais premente, para que sejamos levados a efetuar as mudanças necessárias.
Neste eclipse, o Sol em Touro, apelando à nossa autovalorização e à harmonia com a vida, traz à luz da consciência os desejos, obsessões, exigências, instintos de posse e controlo, representados pela Lua em Escorpião, que nos fazem sentir constantemente insatisfeitos.
O Sol faz conjunção com Mercúrio e Úrano; e a oposição dos luminares é intermediada por aspetos fluentes de Marte (regente de Escorpião, que se encontra em Caranguejo e em recessão mútua com a Lua) e aspetos tensos de Vénus (regente de Touro, em Gémeos e em recessão mútua com Mercúrio).
Uma grande obstinação em seguir as nossas próprias ideias é combinada com fortes impulsos emocionais e alguma incerteza em relação aos valores que nos movem. A dificuldade em conciliar o nosso pensamento lógico com a intensidade dos nossos sentimentos tende a traduzir-se em instabilidade emocional, comportamentos reativos e atitudes muito combativas. E uma questão é-nos apresentada: “Estamos a procurar preencher as nossas reais necessidades emocionais ou a criar necessidades que não podemos satisfazer?”.
A afirmação individual pela iniciativa e ação construtivas, proposta pela Lua Nova que iniciou este ciclo lunar, enfrenta agora o desafio de libertação dos impulsos, valores e objetivos que nos conduzem à frustração com a vida e/ou ferem a nossa autoestima, pois o ponto de partida para provarmos o nosso valor reside no nosso amor-próprio.