A luta pela sustentabilidade traz para a praça pública uma série de novas palavras e expressões, como é o caso da “economia circular”, que encerram em si mesmas ideias e formas de reduzirmos a nossa pegada ecológica e fazermos nascer um planeta mais verde e justo.
Como nesta altura do campeonato todos já devem ter noção, o capitalismo baseia-se na sobre-exploração dos recursos de modo a formar cadeias de consumo cada vez mais intensas. Consumir, consumir, consumir é o mantra deste regime económico chamado capitalismo, mas há quem pense e queira fazer diferente elencando uma economia de base humana mais justa para todos.: a Economia Circular.
O que é e qual a sua importância num mundo dominado pelo capitalismo selvagem, é aquilo que vos vamos dar a conhecer ao longo das próximas linhas.
O que é a Economia Circular?
Contrapondo à voracidade da economia linear capitalista, a Economia Circular é um conceito que se baseia na redução, reutilização, recuperação e reciclagem de materiais e energia.
Através da substituição do conceito de fim-de-vida da economia linear por fluxos circulares de reutilização, restauração e renovação, num processo integrado, a economia circular é vista como um elemento chave para promover a dissociação entre o crescimento económico e o aumento no consumo de recursos, relação até aqui vista como inexorável.
Este é um processo dinâmico que acaba por exigir, simultaneamente, compatibilidade técnica e económica (capacidades e atividades produtivas) e enquadramento social e institucional (incentivos e valores) de forma a permitir o desenvolvimento de novos produtos e modelos de negócio economicamente viáveis e ecologicamente eficientes que minimizem a extração de recursos, maximizem a reutilização e aumentem a eficiência.
Assim, por exemplo, quando um produtor atinge o seu fim-de-vida, os materiais resultantes da sua “descontrução” são mantidos, tanto quanto possível, dentro do sistema económico podendo ser utilizados novamente.
Qual a sua importância?
A redução do desperdício e das emissões de gases poluentes são, sem sombra de dúvidas, os pontos fortes da Economia Circular.
No seu conjunto, as medidas para a prevenção de resíduos e para a promoção de uma conceção ecológica ou da reutilização que estão na base deste novo tipo de economia permitem não só uma maior poupança para empresas e consumidores, como também uma redução assinalável das emissões anuais totais de gases com efeito de estufa.
De referir que, anualmente, a extração e produção de materiais são, segundo a União Europeia, responsáveis por 45% das emissões de CO2.
Estima-se que as medidas de prevenção dos resíduos, conceção ecológica, reutilização e outras ações “circulares” poderão gerar poupanças líquidas de cerca de 600 mil milhões de euros às empresas da UE (cerca de 8% do total do seu volume de negócios anual), criando 170.000 empregos diretos no sector da gestão de resíduos e, ao mesmo tempo, viabilizando uma redução de 2 a 4% das emissões totais anuais de gases de efeito de estufa.
Como referimos, os consumidores também ganham e muito com a economia circular, uma vez que estes passam a usufruir de produtos com um maior tempo de vida útil e mais inovadores do ponto de vista ecológico permitindo-lhes poupar dinheiro e diminuir a sua pegada ambiental.