O dia 30 de setembro marca o fim das moratórias de crédito. Instrumento fundamental na garantia da sobrevivência financeira de milhares de famílias durante as fases mais complicadas da pandemia, as moratórias estão prestes a chegar ao fim, o que acaba por levantar a pergunta: e depois?
Se no seu horizonte já se avizinham dificuldades financeiras com os encargos pós-moratórias, deixamo-lo com algumas dicas sobre como pode contornar essa situação.
O que pode fazer no fim das moratórias a 30 de Setembro
- Recorrer ao PARI e ao PERSI
Se a escassez de fundos para cumprir com os seus compromissos financeiros é já uma inevitabilidade, pondere recorrer ao PARI (plano de ação para o risco de incumprimento) ou ao PERSI (procedimento extrajudicial de regularização de situações de incumprimento) junto da sua instituição de crédito de modo a forçar a resolução do seu problema.
Se, no caso do PARI, o prazo para que as instituições de crédito fizessem uma avaliação de risco de incumprimento do cliente e propusessem alternativas de pagamento adequadas à situação já acabou, no caso do PERSI a situação é diferente.
Os clientes agregados no PERSI têm 90 dias no pós-moratórias para encontrarem soluções junto do seu banco para evitarem, por exemplo, a execução de uma hipoteca. De referir que, ao longo destes 90 dias, os clientes mantêm as garantias dadas pelas moratórias tais como a impossibilidade de o banco resolver o contrato ou de intentar ações judiciais.
Para alguém poder usufruir deste programa deve cumprir alguns requisitos, como por exemplo: estar desempregado, redução de rendimentos, existência de dívidas à Autoridade Tributária ou à Segurança Social e desenvolvimento de atividade profissional em áreas afetadas pela pandemia.
- Consolidar Crédito
Para quem tem mais do que um crédito e as prestações mensais ameaçam o seu orçamento, um crédito consolidado pode ser a solução para escapar ao peso que advirá do fim das moratórias.
Tal como o nome indica, a consolidação de créditos é uma solução que lhe permite juntar todos os seus créditos num só e ficar com uma taxa fixa, um prazo fixo e apenas uma prestação mensal, mais baixa, para pagar.
Para além destas vantagens, na altura de consolidar créditos pode ainda pedir um financiamento extra para aforrar ou gastar numa necessidade premente.
- Alargar prazo do empréstimo
A juntar à renegociação das taxas de juro, tem também a possibilidade de pedir um alargamento do prazo do empréstimo.
Caso a resposta do seu banco seja afirmativa, terá mais tempo para amortizar o crédito o que significará uma prestação mensal mais reduzida, mas um aumento da fatura final dos juros a pagar.
- Adiar o reembolso de uma parte do capital em divida
Se pretende diminuir o valor das prestações que terá de saldar no fim das moratórias, adiar o reembolso de uma parte do capital em dívida para o fim do empréstimo pode ser uma solução.
Contudo, apesar de reduzir o montante das prestações no imediato, prepare-se para última prestação muito elevada e um montante total de juros a pagar maior.