Poupar ou investir, eis a questão a que vamos tentar dar resposta ao longo das próximas linhas.
Face ao aumento do custo de vida e à redução do poder de compra promovida pelos aumentos salariais que ficam aquém da taxa de inflação, o primeiro impulso de milhões de portugueses é poupar as suas finanças pessoais a gastos desmesurados, mas será que tem de ser assim?
Todos procuram a melhor estratégia que permita que o seu dinheiro estique até ao final do mês e, de preferência, que se multiplique.
Poupar ou investir?
Nem só poupar, nem só investir. A resposta deve passar por um misto das duas a ser aplicada, contudo, em momentos diferentes.
O primeiro passo será poupar. Crie um orçamento mensal com todos os gastos e entradas de dinheiro, opte por transportes públicos ao invés do carro, aproveite as promoções, evite jantar fora de casa e renegocie os seus contratos de energia e telecomunicações. Com racionalidade e perseverança acabará por conseguir criar um fundo de maneio que lhe permita fazer face a necessidades urgentes, imprevistos (desemprego, por exemplo) ou investir.
De forma a se precaver de forma efetiva ou investir, este fundo deve ter seis vezes o valor da totalidade das despesas mensais com renda da casa, eletricidade, gás, água, alimentação, combustíveis, etc.
Como referimos, este fundo deve ter um propósito/objetivo e deve ser “guardado” num produto financeiro de baixo risco, logo baixa rendibilidade, para que este dinheiro vá gerando algum retorno e possa resgatá-lo imediatamente quando dele necessite e com a menor perda de capital. Depósitos a prazo, contas-poupança, Certificados de Aforro, Certificados do Tesouro e alguns PPR com capital garantido são excelentes produtos de baixo risco onde pode “guardar” e aumentar a sua taxa de poupança.
Neste ponto, entramos no processo de investimento, mas atenção, só deve alocar dinheiro para investimento de que esteja seguro de que não vai necessitar no curto, médio prazo. Por exemplo, se vendeu um bem ou recebeu uma herança, esse é o dinheiro que deve investir.
Contudo, como o investimento deve ter em vista a geração de retornos mais elevados, logo de maior risco, é importante que analise bem e faça escolhas equilibradas, já que existe risco de perda de capital.
Em termos de investimento, produtos como ações, obrigações, fundos de investimento ou imobiliário são algumas das opções disponíveis, mas a escolha deverá ser feita tendo em conta o seu perfil de investimento e, acima de tudo, “não colocar todos os ovos no mesmo cesto”, isto é, diversifique os seus investimentos para que caso um dos seus produtos desvalorize não perda todo o seu dinheiro.
Diversificar um investimento significa, na prática, distribuir o seu dinheiro por diferentes classes de ativos, geografias, setores de atividade, e prazos, de forma a dividir o risco e o retorno de uma forma equilibrada.
Dado que se trata de uma área muito específica, pondere recorrer, numa fase inicial, a profissionais do setor para que o informem sobre as opções disponíveis e as características de cada produto. Depois de escolhido o produto financeiro, acompanhe a sua evolução e esteja atento a alternativas disponíveis no mercado.
Com a componente investimento aliada ao fator poupança, pode pensar em “mais altos voos”, como pagar a universidade dos seus filhos ou criar um fundo de reforma.
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