O saber não ocupa lugar dá-nos o mote perfeito para abordarmos a questão da requalificação profissional e do seu impacto na carreira de cada um de nós.
Vivemos tempos desafiantes, a pandemia serviu de catalisador ao fim de muitos empregos tais e quais os conhecíamos e acentuou o domínio de profissões ligadas à saúde, à tecnologia e ao digital, por exemplo.
Esta revolução no mercado de trabalho exige, assim, um olhar atento sobre a nossa qualificação académica e profissional para percebermos se nos enquadramos no novo paradigma laboral.
Porque é que a Requalificação Profissional é importante?
O mundo é dinâmico e o mercado laboral não lhe foge à regra. Como afloramos no início deste artigo, a pandemia serviu de catalisador a inúmeras mudanças neste campo, a começar desde logo pelo teletrabalho.
Este novo modelo de trabalho à distância acabou por deixar a nu inúmeras fragilidades no que toca às competências informáticas de milhares de trabalhadores. Coisas que para nativos digitais são tão simples, como ligar uma câmara ou começar uma “call” via Zoom ou Skype, para muitas pessoas são algo do domínio do místico.
A juntar a isto, tivemos o fecho de grande parte dos negócios com porta para a rua, levando milhares de negócios a tentarem migrar para o e-commerce, mas a depararem-se com inúmeras dificuldades na criação e manutenção das suas plataformas, bem como na forma correta de captarem uma audiência tão exigente como a aquela que faz compras online.
Estes dois casos são paradigmáticos do choque entre aquilo que a realidade económica pede e a qualificação que os profissionais portugueses têm.
A Requalificação profissional nas áreas do digital apresenta-se assim não só como uma forma de dotar estas pessoas de bases e novos conhecimentos que lhe permitam navegar com mais facilidade num mercado laboral de base tecnológica, mas também prepararem-se para encontrar novas saídas profissionais num futuro em que um estudo da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), em parceria com a McKinsey Global Institute e a Nova School of Business and Economics (Nova SBE), conclui que, até 2030, se dê desaparecimento de 1,1 milhões de postos de trabalho.
Por tudo isto, é cada vez mais importante apostar na formação para a requalificação e renovação de competências profissionais.
Onde começar um processo de Requalificação Profissional?
Caso pretenda dar um outro rumo à sua carreira e seguir o caminho da requalificação profissional, o primeiro passo pode ser dado com o auxílio do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), mas há mais.
De seguida, damos-lhe conta de instituições e programas que o podem ajudar a ganhar competências numa nova área de saber, seja qual for a sua qualificação de base.
- IEFP
Entre os vários programas colocados à disposição dos trabalhadores (desempregados ou não) pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) na área da formação, encontra-se o Centro Qualifica e o Recodeme.
- Centro Qualifica
Este centro tem por objetivo desenvolver processos de informação e orientação com vista ao encaminhamento para as ofertas de educação e formação mais adequadas; processos de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais (RVCC) Profissional e processos de RVCC Escolar.
O público-alvo dos centros Qualifica são os adultos, com idade igual ou superior a 18 anos, que pretendam dar continuidade ao seu percurso de qualificação ou que procurem melhorar a sua situação face ao mercado de emprego e jovens “nem nem”, ou seja, pessoas que não estejam a estudar e/ou trabalhar.
- Recodeme
Destinado a jovens desempregados com idade até 29 anos, 12.º ano completo e inscritos no IEFP, o Recodeme é o resultado de uma parceria entre o IEFP e as empresas agap2IT, Bee Engineering, KCS iT, Adentis e Decode que tem como objetivo principal a requalificação para o setor da inovação.
A frequência desta fomação, agora online em virtude das medidas de contenção da pandemia, formação é gratuita.
Criado em 2020 para ajudar a mitigar os efeitos da pandemia sobre o emprego, a medida EstágioAtivar.pt destina-se a ajudar os jovens e desempregados a entrarem ou a regressarem ao mercado de trabalho.
Na prática, trata-se de um estágio remunerado, promovido pelo IEFP, que tem a duração de 9 meses não prorrogáveis. Contudo, em algumas situações mais específicas, um EstágioAtivar.pt pode ter a duração máxima de 12 meses.
Em relação à requalificação, este programa prevê várias medidas e programas, adaptados a diferentes situações:
– Apoios ao emprego, em especial para novos desempregados;
– Formação Profissional;
– Requalificação profissional no ensino superior.
Esta iniciativa parte da Universidade de Coimbra em parceria com diferentes empresas, tais como a Critical Software, BPI, Novabase, Accenture, AIRC, Everis e Present Technologies.
Destina-se a pessoas com formação superior, independentemente das suas áreas de formação originais, que nutram apetência pelas Tecnologias de Informação e que desejem redirecionar a sua carreira profissional.
Estre programa é anual e pretende por um lado colmatar a falta de pessoas com competências na área da informática, e por outro integrar no mercado de trabalho profissionais motivados de áreas com pouco empregabilidade.
Profissões de futuro
Ao longo deste artigo falamos de uma revolução no mercado laboral em virtude do crescimento e democratização do digital e apresentamos-lhe possíveis formações para a sua requalificação profissional, mas agora chegou a vez de lhe darmos a conhecer, em especifico que profissões ajudarão a moldar o futuro.
De acordo com uma análise da empresa de Recursos Humanos Adecco, estas serão as 12 profissões que marcarão a paisagem laboral da próxima década:
– Guia de Loja Online;
– Analista de Dados;
– Especialista em Realidade Virtual e Inteligência Artificial;
– Construtor de viagens de realidade aumentada;
– Controlador de trafego rodoviário e do espaço aéreo;
– Criador de partes do corpo (criação de partes vivas do corpo para atletas, soldados, etc.);
– Nano-médicos;
– Agricultor recombinante;
– Conselheiro de bem-estar para os mais velhos.
– Neurocirurgião;
– Éticos da ‘nova ciência’.
– Pilotos espaciais, guias turísticos e arquitetos.