O Vale do rio Côa permite-nos uma viagem temporal singular. Ter a oportunidade de explorar a região revela-se uma experiência que nos permite conhecer um pouco do passado deste território.
Visitar este espaço único permite-nos testemunhar a glória de outras eras e observar manifestações artísticas ao ar livre que se integram em momentos distintos, da Pré-História, Proto-história e da História.
Neste território, há um conjunto de figurações paleolíticas ao ar livre verdadeiramente fascinante. Um conjunto rupestre extraordinário que se apresenta distribuído ao longo de dois eixos fluviais principais.
Há neste espaço territorial mais de 70 sítios diferentes que apresentam mais de mil rochas que revelam manifestações rupestres. Existe um predomínio das gravuras paleolíticas, mas também motivos da Idade do Ferro, Época histórica e Pré-história recente.
Desta forma, revela-se formidável ter a oportunidade de observar uma galeria de arte ao ar livre que foi conservada ao longo 30.000 anos. O Parque Arqueológico do Vale do Côa, ex-líbris local, foi classificado pela UNESCO Património Mundial desde 1998.
Por isso, muitas pessoas optam por realizar a Grande Rota do Vale do Côa e viver uma aventura verdadeiramente impressionante. Descubra a riqueza formidável que a Grande Rota do Vale do Côa nos apresenta e aprenda a longínqua história de um território com uma herança inestimável.
A rota
A Grande Rota do Vale do Côa (GRVC) consiste num trilho repleto de pontos de interesse. Ele estende-se ao longo de 200 km. O percurso deste trilho é linear. Percorrer este trilho permite-nos acompanhar o percurso do rio Côa, um percurso que vai da nascente (em Fóios, Sabugal) à foz (Vila Nova de Foz Côa).
É possível optar pelo sentido sul-norte ou norte-sul, porque a Grande Rota do Vale do Côa encontra-se marcada nos dois sentidos. Além disso, a GRVC pode ser percorrida de formas distintas. Não apenas a pé, mas também de bicicleta, pois ao longo do percurso há desvios exclusivos para ciclistas.
Há rotas alternativas marcadas nas localidades de Almeida e de Algodres (Figueira de Castelo Rodrigo). Assim, será possível optar pela rota Este ou rota Oeste.
Pontos de interesse
O património histórico local é outra riqueza incomum deste território. Podemos encontrar vestígios da presença humana e da respetiva arte, gravada nas margens do Côa. Estes elementos indicam a presença de comunidades nómadas no vale há mais de 25.000 anos, do Neolítico, do Período Proto-Histórico e da Romanização. Há marcas no território de diferentes eras. Algumas apresentam-se em ótimo estado de conservação
Ao longo do percurso, podemos encontrar construções diversas que ajudam a testemunhar a história fascinante deste lugar singular. Os castelos são seguramente atrações imperdíveis da Grande Rota do Vale do Côa, nomeadamente:
- Castelo do Sabugal
- Castelo de Vilar Maior
- Castelo Mendo
- Castelo Bom
- Castelo de Pinhel
- Fortaleza de Almeida
- Castelo Rodrigo
- Castelo Melhor

A Grande Rota do Vale do Côa permite-nos explorar a imensa riqueza de um grande vale encantado. Fazer este trilho permite-nos viver momentos mágicos ao longo de vários quilómetros que se apresentam quase intocados.
A beleza natural apresentada deslumbra todos os que exploram a Grande Rota do Vale do Côa. Este trilho, que nos apresenta os encantos da Reserva Natural da Malcata, está dominado pelas urzes que se espalham pelos diversos cenários apresentados.
Nas paisagens apresentadas ao longo da Grande Rota do Vale do Côa, também se encontram matos de giesta branca (Cytisus multiflorus), esteva (Cistus ladanifer), piorno-amarelo (Retama spherocarpa) e zonas de silvado, com rosa-canina (Rosa canina) e amora-silvestre (Rubus sp.).
Também se destacam outros elementos naturais, nomeadamente carvalho-negral (Quercus pyrenaica), medronheiro (Arbutus unedo) e azinheira (Quercus rotundifolia).
Ao longo do percurso, podemos ver diversos apontamentos de verde em diferentes paisagens até ao vale. Existe ainda uma rede capilar de ribeiras e afluentes do rio que contribuem para a apresentação de quadros dignos de um verdadeiro museu.
No percurso, podemos encontrar diferentes cenários que apresentam mosaicos distintos onde se podem destacar culturas mediterrânicas, nomeadamente a vinha, o olival e o amendoal.
Junto da foz do rio, na Reserva Natural da Faia Brava que se encontra integrada na Zona de Intervenção Florestal de Algodres e Vale de Afonsinho, podemos contemplar um enorme montado de sobro (Quercus suber), azinho (Quercus rotundifolia) e carvalho-português (Quercus faginea).
No céu, existem diversos seres que encantam todos os que gostam de observar aves. Neste território, podemos encontrar águias-reais (Aquila chrysaetos), águias de Bonelli (Aquila fasciata), abutres-negros (Aegypius monachus), britango (Neophron percnopterus), entre outras aves que nos observam nos seus voos magestosos.
Características da rota
- Distância total do trilho marcado: 196 km
- Distância total (baseada nas etapas, com desvios para as aldeias incluídos): 224 km
- Altitude máx.: 1164
- Altitude min.: 129 m
- Duração total a pé: 10 a 15 dias
- Duração total de bicicleta: 3 a 6 dias
- Grau de dificuldade: difícil a muito difícil
- Há várias etapas com dificuldade média
- Épocas aconselhadas para fazer a GR do Vale do Côa: primavera e outono
