
A Grande Rota Muradal-Pangeia (GR 38) revela-se uma experiência imperdível para os amantes de caminhadas.
Fazer um passeio pedestre pelo Trilho Internacional dos Apalaches, como também é conhecido este percurso, implica viver diversos momentos agradáveis, em perfeita comunhão com a Mãe Natureza que se apresenta no seu máximo esplendor.
Inspiração americana
Desde o mês de março de 2015, que o nosso país tem um dos Trilhos Internacionais dos Apalaches, que se caracteriza por revelar “o maior trilho de pegadas humanas do mundo. Trata-se de uma das experiências mundiais do pedestrianismo que se tornou icónica.
O IAT- International Apalachian Trail original encontra-se presente nos Estados Unidos da América. Este trilho de 3.500km estende-se ao longo de 14 estados dos EUA, permitindo atravessar a cordilheira montanhosa dos Apalaches. Por isso, revela-se uma experiência imperdível que se pode viver no continente americano.
O exemplar português
O International Appalachian Trail (IAT) é o mais famoso percurso pedestre de todo o mundo. A organização internacional do IAT integrou um trilho Internacional dos Apalaches no nosso país sob inteira influência do Maciço Ibérico.
“O trilho português dos Apalaches” é oficialmente conhecido como GR 38 – Grande Rota Muradal Pangeia. Este trilho consiste numa aproximação entre o continente americano e o europeu.
Ele faz a ligação entre a serra do Muradal e o Geopark Naturtejo, em Portugal. Ele liga ainda a congéneres europeus, nomeadamente à Escócia e à Gronelândia, descendo pela América do Norte ao longo das Appalachian Mountains.
Grande Rota Muradal-Pangeia é o nome do percurso português que faz alusão à emblemática montanha quartzítica, onde se desenvolve, e ao continente que existiu há 200 milhões de anos. Esse território antigo conjugava em si todos os continentes e, consequentemente, a região do Maciço Ibérico.

O nome
A Grande Rota do Muradal Pangeia passa pelas freguesias de Estreito-Vilar Barroco, Orvalho e Sarnadas de S. Simão e corresponde ao Trilho Internacional dos Apalaches.
Este projeto de expansão é intitulado de Pangea, como forma de recordar o supercontinente que existiu durante as eras paleozóica e mesozóica. Nessa época histórica, as placas continentais colidiram e formaram-se assim as montanhas Apalaches, as montanhas Caledonian da Europa Ocidental, o Maciço Ibérico e a Cordilheira do Atlas de Marrocos.
Características
A Grande Rota do Muradal Pangeia está situada em Oleiros, na Serra do Muradal. Esta Grande Rota apresenta-se em cerca de 37km. Este trilho é considerado uma das maiores atrações turísticas da região. Fazer este trilho permite-no fazer uma viagem pela natureza local. Enquanto se descobrem as maravilhas naturais a partir da serra do Moradal, poderá encontrar-se um património arqueológico relevante.
A paisagem da região é fortemente marcada pela imponência do relevo montanhoso. No cenário que se encontra nesta área encantadora destacam-se os cumes quase desnudados que contrastam com as encostas que se apresentam revestidas de uma vegetação bastante densa.
Numa faixa mais elevada, encontram-se matos, que apresentam diferentes cores e texturas, com os tojos, as urzes, os rosmaninhos e as estevas conjugadas numa paisagem deslumbrante. Numa faixa mais baixa, destacam-se as manchas arbóreas. O protagonismo vai para o pinheiro-bravo e o eucalipto, quase exclusivamente.
Na base da montanha, o solo permanece como florestal, predominantemente. As áreas agricultadas são raras. Os tímidos mosaicos das hortas, dos pomares e dos olivais apresentam-se somente na cintura dos escassos povoados, no fundo dos vales menos fechados ou em socalcos.
O parco povoamento dispersa-se em pequenas aldeias perdidas na serra ou encovadas nos vales. O isolamento que vivem pela distância física é agravado pela morfologia do terreno. Uma realidade que implicou a realização de caminhos que percorrem as curvas de nível bastante sinuoso.
- Distância: 38 km
- Tempo médio total: 8h
- Tipo de Percurso: Linear
- Dificuldade: Média / Difícil
- Desnível Positivo: 87,9m
- Desnível Negativo: 13,7m
- Altitude Mínima: 794m
- Altitude Máxima: 872m
Informação detalhada
A rota está devidamente sinalizada para que todos os que fazem o percurso obtenham a informação de que necessitam para a experiência ser verdadeiramente memorável.
Ao longo da rota, poderá encontrar mesas de interpretação da paisagem e painéis informativos. Estes elementos pertinentes apresentam-se dispersos ao longo do percurso. No total, são seis mesas para contemplar a paisagem e oito painéis informativos.
Riqueza incomum
Ao longo da «Rota dos Apalaches», poderá encontrar diversos elementos que comprovam uma riqueza incomum. Escondem-se autênticos tesouros entre zonas de grande elevação rochosa e vales, nomeadamente os encantadores bosques verdes onde se pode caminhar e ficar a contemplar a paisagem singular.
Também poderá atravessar os diversos cursos de água recorrendo a passadiços de madeira. Desta forma, poderá subir ao topo das montanhas e chegar aos famosos miradouros locais que permitem contemplar algumas das paisagens mais belas desta região, quiçá de Portugal!
Principais pontos de interesse
- Penha Alta
- Geossítio do Portelo
- Casa da Moura
- Picoto
- Via Ferrata
- Miradouro do Zebro
- Poço de Fervença e Poço Mosqueiro
- Cascata da Fraga d´Água Alta
- Miradouro do Cabeço Mosqueiro
Fazer este percurso representa contemplar uma janela aberta para um mundo estranho, primitivo como a terra nua.
Permite-nos testemunhar uma beleza crua, num espaço perdido, entre serras, montes e vales, num reino governado pelo silêncio e pela beleza selvagem. Caminhar pelo trilho mais famoso do mundo revela-se uma experiência incrível, algo que todos os amantes de caminhadas devem fazer pelo menos uma vez na vida.