
A bexiga hiperativa é um dos problemas urológicos mais frequentes, que afeta tanto homens como mulheres e pode estar relacionada com a incontinência urinária. Neste artigo, vamos dar-te a conhecer mais sobre esta condição.
Estima-se que cerca de 17% da população europeia com mais de 40 anos sofra de bexiga hiperativa. Apesar de ser mais comum em mulheres a partir dos 60 anos, a síndrome da bexiga hiperativa pode afetar homens e mulheres de todas as idades.
A bexiga hiperativa não se trata de uma doença, mas sim de um conjunto de sintomas que afeta o comportamento deste órgão. Como consequência, quem sofre deste problema pode sentir um impacto negativo na sua qualidade de vida.
Em que consiste?
De uma maneira geral, a bexiga hiperativa consiste numa contração, ou aperto involuntário do músculo da parede da bexiga, mesmo que o volume de urina seja reduzido.
Num sistema urinário saudável, os rins produzem urina, drenando-a para a bexiga. Quando a bexiga está cheia, são enviados sinais nervosos para o cérebro, indicando vontade de urinar. Os músculos da bexiga contraem-se, empurrando a urina para fora.
A urina passa assim pela bexiga através de uma abertura na parte inferior, chegando ao exterior através de um canal à uretra.
Por outro lado, quando se está perante um caso de bexiga hiperativa, os músculos deste órgão enviam mensagens erradas ao cérebro, levando a que a bexiga se contraia mais do que o que deveria.
Origem do problema
Nem sempre é possível descobrir a causa que está na origem destes sintomas. No entanto, existem algumas condições que parecem contribuir para a hiperatividade da bexiga, aumentando o seu risco:
- Distúrbios neurológicos, como o acidente vascular cerebral e esclerose múltipla;
- Infeções urinárias recorrentes;
- Medicamentos que aumentam a produção de urina;
- Tumores ou pedras no sistema urinário;
- Consumo excessivo de cafeína ou álcool;
- Esvaziamento incompleto da bexiga;
- Alterações hormonais decorrentes da menopausa, no caso das mulheres;
- Declínio da função cognitiva devida ao envelhecimento;
- Diabetes.
Impacto na qualidade de vida
Os sintomas mais comuns desta condição são a urgência miccional, a incontinência urinária e a noctúria — acordar 2 ou mais vezes durante a noite para urinar. Estes sintomas limitam o bem-estar dos pacientes de várias maneiras.
Primeiro, provocam ansiedade perante a possibilidade de não encontrar uma casa de banho a tempo. Assim como afetam a vida social e sexual, ao sentir necessidade de esconder o problema por vergonha, quer seja pela preocupação com o odor, sensação de sujidade ou incontinência durante a sua atividade sexual.
Por fim, a vida profissional pode também ser afetada pelas constantes interrupções das funções laborais.
Como enfrentar a bexiga hiperativa?
Na maioria dos casos, a bexiga hiperativa pode ser controlada com algumas modificações no teu estilo de vida:
- Prática regular de exercício físico;
- Redução do consumo de cafeína, álcool e refrigerantes;
- Evitar alimentos picantes ou ácidos;
- Não fumar;
- Controlo de doenças crónicas, como a diabetes;
- Realização de exercícios para fortalecimento os músculos pélvicos, como o Kegel.