Um grupo de investigadores do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) da Universidade do Porto descobriu uma proteína que permite prever a eficácia da quimioterapia em doentes com cancro da mama triplo negativo.
De acordo com um comunicado, a investigação, publicada na revista científica “Cell Reports”, abre “portas a uma utilização mais inteligente da quimioterapia” que, apesar de não ser igualmente “eficaz” em todas as mulheres, é o método mais utilizado.
Segundo realça o i3S, para além de efeitos secundários como fadiga, náuseas ou perda de cabelo, “em cerca de metade dos casos a quimioterapia nem sequer funciona”, sendo que o estudo procurou compreender a causa deste insucesso.
Os investigadores descobriram uma proteína, localizada nas células tumorais (com o nome de FER), que permite prever a eficácia da quimioterapia nestes pacientes.
Sandra Tavares, uma das responsáveis pela investigação, sublinhou, citada no comunicado, que as mulheres com cancro da mama triplo negativo que apresentam elevados níveis desta proteína “reagem melhor à quimioterapia com taxanos, um tipo de medicamento normalmente associado ao retardamento da divisão celular e, consequentemente, ao crescimento do tumor”.
“Quando não têm esta proteína a quimioterapia não faz qualquer efeito”, afirma.
Patrick Derksen, investigador do Centro Médico Universitário de Utrecht e líder do estudo, clarificou que o objetivo é “usar o teste desde o momento do diagnóstico” para que seja possível “oferecer um tratamento mais personalizado”.
“O teste é realizado no laboratório com o material tumoral recolhido. Não é necessário pedir exames extra aos pacientes. Vamos fazer ensaios clínicos deste teste para confirmar a nossa previsão e assim poder oferecer um tratamento mais personalizado e eficaz”, disse.
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Escrito por João Serra