“A taxa EURIBOR subiu”, “a taxa EURIBOR está em mínimos históricos”. Estas e outras frases fazem parte do nosso quotidiano noticioso, mas já se interrogou o que será, afinal, a EURIBOR?
Criada em 1999 durante o processo de introdução do Euro como moeda única, a EURIBOR, acrónimo para Euro Interbank Offered Rate, é uma taxa que se baseia na média das taxas de juro praticadas nos empréstimos a curto prazo realizados entre um painel de bancos europeus e afeta, particularmente, quem tem um contrato de crédito habitação com taxa variável.
Porquê? É o que vamos procurar explicar de seguida.
De que forma a EURIBOR afeta a prestação mensal do crédito habitação?
A taxa EURIBOR é calculada diariamente em função do prazo (uma semana, um mês, três meses, seis meses ou um ano). No caso especifico do crédito à habitação em Portugal, é comum aplicar-se a EURIBOR a seis ou a 12 meses.
Assim, quando contratamos um crédito habitação com taxa variável, esta taxa será formada por uma junção do spread (que é a margem de lucro que o banco arrecada para si e que define com base no risco do cliente) com a EURIBOR, o que significa que a taxa de juro aplicada à sua prestação mensal será formada por estes dois elementos.
Se, no caso do spread, estamos a falar de uma componente fixa, o mesmo não se passa com a EURIBOR, pois quando esta aumenta, o montante a pagar pela prestação da casa irá, consequentemente, subir. Caso desça, a mensalidade também sofrerá uma redução.
Atenção, estamos a falar de um crédito habitação com taxas variáveis. No caso de optar por um crédito habitação com taxa fixa, o valor da prestação mensal manter-se-á inalterado ao longo de todo o período do crédito.
Vale a pena contratar um crédito habitação com taxa variável?
Num cenário como o atual em que as taxas EURIBOR se encontram há largo tempo abaixo de zero, compensa contratar um crédito habitação com taxa variável, uma vez que a mensalidade será mais baixa.
Contudo, numa situação em que esta taxa suba e fique positiva, o aumento dos encargos financeiros com a casa pode colocar alguma pressão na taxa de esforço das famílias.
De modo a acomodar a potencial volatilidade do mercado, algumas instituições bancárias oferecem uma espécie de taxa mista: um contrato de crédito habitação em que os primeiros cinco, 10, 15 ou mais anos são com taxa fixa, passando depois para variável a partir de uma dada altura.
O que fazer no caso da taxa EURIBOR ficar positiva?
Como referimos, enquanto a EURIBOR navegar por terrenos negativos, quem tiver contatos de crédito habitação com taxa variável vai pagar menos pelo empréstimo para a compra da sua casa, mas no caso de esta taxa subir e ficar positiva, o aumento dos encargos financeiros com a casa pode colocar alguma pressão na taxa de esforço das famílias.
Por isso, aquando da contratação de um crédito habitação é importante que não se foque apenas na prestação mensal que vai pagar ao banco, mas também no chamado MTIC (Montante Total Imputado ao Consumidor), que é o custo total do empréstimo, englobando o capital, os juros, o valor dos seguros de vida e multirriscos e ainda eventuais comissões.