Já ouviste falar do BaaS (Banking-as-a-Service)? Ainda não? Neste artigo iremos explicar-te então esta nova revolução da prestação de Serviços Financeiros.
Com os avanços tecnológicos a surgirem de forma contínua, a forma como as pessoas interagem com os serviços financeiros está em constante mudanças estruturais, sendo uma dessas alterações o “Banking-as-a-Service” (BaaS). É um conceito revolucionário que está a transformar a indústria financeira e a abrir portas para uma gama diversificada de players no mercado financeiro.
Mas então o que é o BaaS e o que significa?
O termo “Banking-as-a-Service” é constituído por duas partes principais: “Banking” (banca) e “as-a-Service” (como um serviço). Este conceito é uma evolução natural da tendência para fornecer serviços diversos através de modelos “as-a-Service”, como Software-as-a-Service (SaaS) e Infrastructure-as-a-Service (IaaS). No caso do BaaS, o objetivo é dar capacidade às empresas e instituições a possibilidade de fornecer serviços financeiros, tradicionalmente oferecidos através de bancos e instituições financeiras, usando APIs (Interfaces de Programação de Aplicativos) e plataformas digitais.
Ou seja, o BaaS pretende desagregar componentes de serviços financeiros e disponibilizá-los como serviços independentes facilmente integrados em aplicações, plataformas e ecossistemas de terceiros. Assim, constrói-se uma série de oportunidades para empresas de diversos setores (fintechs, retalho,tecnologia, entre outras) poderem oferecer serviços financeiros aos clientes através das suas próprias marcas.
Como Funciona o BaaS na Prática?
O BaaS na prática é um facilitador da integração de serviços financeiros em diferentes aplicações e plataformas. As empresas que pretendem oferecer serviços financeiros aos seus clientes podem integrar o BaaS através de APIs. Estas, por sua vez, fornecem funcionalidades específicas, como o processamento de pagamentos, abertura de contas, transferências bancárias, gestão de ativos e muito mais.
Assim as empresas que incorporam estas funcionalidades diretamente em seus produtos, garantem uma experiência ao utilizador mais completa e conveniente.
Por exemplo, imagina que uma empresa de tecnologia tem uma aplicação para gestão de finanças pessoais. Ao usar o BaaS, não precisa criar uma infraestrutura bancária. Pode-se apenas conectar-se ao provedor de BaaS e fornecer aos utilizadores a capacidade de conectar as contas bancárias, categorizar despesas, criar orçamentos e realizar transferências, tudo dentro da aplicação.
Quais são as reais vantagens do BaaS?
1 – Agilidade e Inovação: O BaaS permite que as empresas inovem e lancem serviços financeiros mais rapidamente, sem a necessidade de construir uma infraestrutura financeira complexa. Assim o tempo de entrada no mercado é menor, permitindo que as empresas testem novas ideias mais facilmente.
2 – Personalização: O sistema BaaS permite a personalização de serviços financeiros de acordo com as necessidades e preferências dos seus clientes. Assim é criada uma experiência mais envolvente e relevante, aumentando a satisfação do cliente.
3 – Expansão de Mercado: Empresas que estejam fora do mercado financeiro, como retalhista e empresas de tecnologia, podem expandir os seus serviços, através da oferta de produtos financeiros aos clientes existentes.
4 – Redução de Custo e Complexidade: A construção e manutenção de uma infraestrutura bancária é cara e complexa. O BaaS reduz os custos e complexidades associados, permitindo que as empresas se concentrem nas suas principais áreas de atuação.
Mas o BaaS acarreta consigo também alguns desafios:
1 – Regulamentação: O setor financeiro é altamente regulamentado. As empresas que adotam o BaaS têm que garantir que estão a cumprir as leis e regulamentações relevantes para evitar problemas legais e financeiros.
2 – Segurança e Privacidade: Os dados financeiros são altamente sensíveis e sujeitos constantemente a ameaças de segurança. As empresas que oferecem serviços de BaaS necessitam de implementar medidas rigorosas de segurança cibernética para proteger os dados de seus clientes.
3 – Dependência de Terceiros: Ao depender de fornecedores de BaaS para serviços críticos, as empresas estão sujeitas à disponibilidade e confiabilidade dos mesmos. Problemas técnicos ou interrupções podem afetar a experiência do cliente.
4 – Concorrência Crescente: Com o aumento da adoção do BaaS, o mercado de serviços financeiros tem a tendência para ser mais competitivo. As instituições financeiras tradicionais precisam inovar e melhorar para se manterem relevantes.
Com a entrada do BaaS, em setores não financeiros, as instituições financeiras tradicionais podem ressentir-se. Esta inovação tecnológica está a criar mudanças profundas e desafios significativos junto das mesmas.
A concorrência de novos players, a necessidade de se adaptar às expectativas digitais dos clientes e a pressão para inovar criam pressão para as instituições financeiras repensarem nas suas abordagens.
Muitos bancos estão a começar a adotar estratégias de BaaS ao oferecer as suas próprias APIs e soluções, por forma a permitir que outras empresas integrem os seus serviços.
Assim conseguem gerar receita adicional, mas também os coloca no centro da inovação financeira permitindo uma colaboração com um maior leque de parceiros.
Assim sendo, o BaaS está não só a moldar e inovar o futuro dos serviços financeiros que utilizamos diariamente como também a democratizar o acesso a soluções bancárias.