No dia 23 de setembro (às 07:50, no horário de Portugal), o Sol chega a Balança, ingresso que marca o meio do ano zodiacal. É o equinócio de outono no hemisfério norte (e da primavera no hemisfério sul).
Balança é o segundo signo de Ar e abre o hemisfério coletivo do zodíaco. Juntamente com Carneiro, forma o eixo relacional do zodíaco natural, ou seja, o confronto mais direto entre o Eu e o Outro (que representa não só as outras pessoas, mas também tudo o que é exterior ao indivíduo).
Tal como Carneiro é o signo da primeira afirmação pessoal, no qual o Sol tem a sua exaltação; Balança é o signo da relação, por excelência, e o Sol encontra-se aí em queda. Isto porque, em Balança, a busca de complementaridade (a “cara-metade”, no caso das relações de casal), a criação de parcerias e o estabelecimento de acordos tornam-se mais importantes do que a expressão da vontade individual. É em Balança que o encontro de dois se assume como uma entidade própria – a relação. Logo, representa a expressão da identidade da relação (e não das identidades das pessoas que a formam).
O trânsito do Sol em Balança traz-nos, assim, uma dupla proposta: em termos mais gerais, fazermos o balanço da primeira metade do ano e avaliarmos o que precisamos de ajustar para melhorar o equilíbrio na metade seguinte; no âmbito relacional, tomarmos consciência do nível de equilíbrio e harmonia das nossas relações e, se necessário, diligenciarmos no sentido do seu reequilíbrio.
Este ingresso cardinal ocorre com o Sol em recessão mútua com Vénus (que rege o signo de Balança, a partir de Leão), sendo que esta se encontra bem ligada a Marte (em Balança) – aspeto que favorece a harmonia relacional – e em aspetos tensos com Úrano (em Touro) e a Lua (em Capricórnio) – sugerindo que a nossa capacidade de expressão pessoal é desafiada tanto pelo impulso de independência, como pela necessidade de sermos apreciados pelos outros.
Tal remete-nos para o facto de o equilíbrio pressupor harmonia, mas a harmonia não significar necessariamente equilíbrio! Quando procuramos manter a tranquilidade nas nossas relações, comprometendo a equidade de direitos e deveres entre as partes, estamos a gerar desequilíbrio e, possivelmente, a viver numa “paz podre”. Assim, durante este trânsito do Sol em Balança, que decorre até 23 de outubro, é muito importante recordarmos que só há equilíbrio quando existe igualdade.