Normalmente, as seguradoras garantem a reparação do automóvel, em caso de acidente. No entanto, isso não se verifica quando o perito do seguro declara a perda total do veículo. Neste artigo vamos explicar-te o que significa.
Enquanto que em alguns acidentes de carro, os danos não passam de alguns riscos e amolgadelas, noutros podem ser tão dispendiosos que o perito do seguro acaba por declarar a perda total do veículo.
O que é a perda total do veículo?
Quando um veículo está envolvido num acidente, pode sofrer danos parciais, que podem ser reparados, ou danos mais graves, que o tornam irreparável.
Dependendo do tipo de danos, as seguradoras declaram perdas diferentes: perda parcial ou perda total. A primeira diz respeito a danos que podem ser reparados, enquanto a segunda levam a que o lesado receba uma indemnização monetária.
Quando se aplica?
Segundo a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões, a perda total do veículo aplica-se:
- Quando o veículo ficou completamente destruído ou desapareceu;
- Quando o veículo sofreu danos que não podem (ou não devem) ser reparados, ao colocarem em causa as condições de segurança;
- Quando, em veículos com menos de dois anos, o custo avaliado para a reparação dos danos, somado ao valor do veículo no estado em que ficou após o acidente (o valor do salvado), ultrapassa os 100% do valor pelo qual poderia ser substituído antes do acidente (o valor venal);
- Quando, em veículos com mais de dois anos, o custo estimado para a reparação dos respetivos danos, somado ao valor do veículo no estado em que ficou depois do acidente, ultrapassa os 120% do valor pelo qual o veículo poderia ser trocado antes do acidente.
Como se calcula a indemnização por perda total
Sempre que se declara a perda total após um acidente, o proprietário tem direito a uma indemnização. Para calcular a indemnização, é necessário ter em conta: o valor salvado, referente ao valor do veículo após o acidente; e o valor venal, ou seja, o valor pelo qual o veículo poderia ser substituído antes do acidente.
Assim, o valor da indemnização por perda total corresponde ao valor venal menos o valor do salvado. Em contrapartida, caso tenham um seguro de danos próprios com cobertura de perda total, o valor da indemnização vai corresponder ao que está previsto no contrato.
A indemnização deve ser paga no prazo de oito dias úteis após a data em que foi assumida a responsabilidade pelo acidente e depois da entrega de todos os documentos. Além de terem de cumprir estes prazos, as seguradoras são também obrigadas a indicar qual a entidade que avaliou a possível reparação e a sua viabilidade; qual o valor venal e valor salvado do veículo.
Sinais de que o teu carro ficou destruído
A tua seguradora pode demorar vários dias a determinar se os danos do teu veículo são suficientemente dispendiosos para declarar como perda total do veículo. Mas há alguns sinais que deves conhecer e que te podem dizer o mesmo.
Abaixo estão alguns sinais de que o teu veículo pode ser declarado como perda total:
1. Não se pode ser conduzir
Se não consegues conduzir o teu veículo até à oficina, é muito provável que esteja demasiado avariado. Isto porque o motor pode estar totalmente destruído, ou pode haver peças do chassis dobradas fora do sítio que obscurecem a visão do condutor.
2. Tem uma fuga grave
Na maioria dos casos, uma fuga é sinonimo de perda total do veículo. Isto é, sempre que haja algum tipo de fluido, como o fluido do radiador ou dos travões, a jorrar do teu veículo depois de um acidente, a reparação será muito cara.
3. O chassis está destruído
Reconstruir o chassis do teu veículo custa muito dinheiro, e isso não inclui o custo de o pintar de novo. Portanto, se o teu veículo tiver mais de cinco anos e apresentar danos extensos na estrutura, a maioria das companhias de seguros declarará a perda total do veículo.
4. Não se pode reparar com segurança
Por vezes, um profissional pode reparar o teu veículo após um acidente, mas não em segurança. Se houver demasiados danos, um mecânico pode não se sentir seguro a trabalhar no teu veículo. Neste caso, o mais provável é que a seguradora considere o veículo como perda total.