O bem-estar financeiro dos colaboradores é um tema cada vez mais relevante nas empresas. Afinal, aqueles que possuem saúde financeira estão mais motivados, produtivos e satisfeitos no trabalho. Neste artigo, vamos mostrar-te como melhorar o bem-estar financeiro dos colaboradores.
Vivemos numa época em que o equilíbrio entre vida pessoal e profissional é cada vez mais uma necessidade dos trabalhadores. Quando falamos de medidas das empresas para melhorar a vida pessoal, pensamos no trabalho remoto ou nas semanas de 4 dias de trabalho.
No entanto, é frequente os trabalhadores necessitarem de apoio para gerir o seu orçamento mensal e não apenas de mais tempo livre nas suas vidas, especialmente os trabalhadores mais jovens que ainda não têm um fundo de emergência suficiente.
Bem-estar financeiro dos colaboradores
Com a crescente inflação, torna-se cada vez mais difícil gerir o custo de vida atual. O inquérito à Geração Z e aos Millennials da Deloitte revelou que as preocupações financeiras estão no topo da lista de preocupações dos trabalhadores, com mais de um terço dos Millennials e da Geração Z a não estarem confiantes de que conseguirão reformar-se com bem-estar financeiro.
De fato, com as previsões para o aumento contínuo do custo de vida, espera-se que os níveis de ansiedade relativamente ao bem-estar financeiro aumentem nos próximos anos.
Neste sentido, as organizações devem nadar contra a maré e procurar várias formas para melhorar o bem-estar financeiro do trabalhador. Segundo os inquiridos pela Deloitte, as apólices mais importantes são a proteção dos rendimentos ou a cobertura de doenças graves.
Felizmente, este tipo de apólices ou produtos financeiros está cada vez mais acessível às empresas e pode ser um ponto de partida ideal para estimular a satisfação e o bem-estar dos trabalhadores.
No entanto, o elefante na sala que as organizações não estão a ser capazes de dar resposta é a promoção e o auxílio no bem-estar financeiro dos seus profissionais num contexto em que o custo de vida sobe a um ritmo acelerado.
Se conseguirem ultrapassar este desafio e prestar suporte ao trabalhador, as organizações não só melhoram a satisfação e a produtividade dos colaboradores, como reforçam a reputação da organização como um local de trabalho atrativo e preocupado com o bem-estar dos seus funcionários.
Por isso, investir no bem-estar financeiro dos colaboradores é uma situação em que ambas as partes (organizações e colaboradores) podem beneficiar. Vem daí e descobre como criar um ambiente de trabalho mais saudável e financeiramente consciente.
Formações personalizadas
A principal estratégia para alcançar este objetivo é o investimento em formações financeiras personalizadas, já que a educação financeira é a chave para empoderar os colaboradores na gestão das suas finanças pessoais.
Alguns cursos de finanças pessoais que podes recomendar aos teus colaboradores:
- Proteste Investe – esta plataforma da DECO, disponibiliza informação financeira sobre temas como depósitos a prazo, contas poupança, PPR, entre outros. De entre os vários programas disponíveis, sugerimos o curso “O meu dinheiro”, em regime de e-learning. Nele, os trabalhadores poderão aprimorar o conhecimento sobre as finanças pessoais e aperfeiçoar a tomada de decisões que aumentem a eficiência da gestão financeira pessoal e atinjam os seus objetivos nas diversas fases da vida.
- Todos Contam – pertencente ao Plano Nacional de Formação Financeira, esta plataforma disponibiliza vários recursos úteis para a gestão das finanças pessoais e para a tomada de decisões financeiras. Desde simuladores (por exemplo, de crédito à habitação, crédito ao consumo e PPR) a formações em regime de e-learning (sobre como planear o orçamento familiar, poupar e investir, conhecer os impostos, criar uma empresa ou fazer um seguro).
- Finanças para Todos – trata-se de um plano de formação gratuito criado pelo Nova SBE Finance Knowledge Center, para aumentar os níveis de literacia financeira no nosso país. Os conteúdos lecionados vão desde o planeamento financeiro e orçamento familiar; crédito aos consumidores e à habitação; investimento e reforma; banca, seguros e literacia financeira digital; ao sobre-endividamento.
- MoneyLab – Esta plataforma disponibiliza diversos recursos, como artigos ou simuladores, mas o destacamos a formação “Do Zero à Liberdade Financeira”. Este curso aborda temas como a relação com o dinheiro ou o orçamento familiar, hábitos de poupança, tipos de investimentos e dicas para escolher bons investimentos.
Ferramentas e recursos acessíveis
De modo a melhorar o bem-estar financeiro dos colaboradores, a entidade patronal deve ainda disponibilizar ferramentas e recursos que facilitam o planeamento financeiro é essencial.
De fato, há várias opções gratuitas na internet, desde apps de gestão de despesas até calculadoras de poupança. Estas ferramentas de finanças pessoais permitem estabelecer objetivos de poupança, receber alertas para desvios em relação ao orçamento familiar, importar extratos bancários e categorizar automaticamente despesas para saber quais as tipologias mais representativas.
Eis, algumas das melhores apps de finanças pessoais:
- a portuguesa Boonzi — permite centralizar várias contas bancárias, exibe os gastos, oferece relatórios e gráficos e faz o planeamento dos próximos meses;
- You Need a Budget (YNAB) — uma das apps de finanças pessoais mais intuitivas, que te permite poupar, bem como planear a liquidação de dívidas (Por exemplo, alerta-te quando gastas mais que o rendimento do mês anterior).
- ou a Home Budget — especializada na gestão de um orçamento familiar, já que permite partilhar as despesas com todos os membros da família.
Vê também neste artigo, as melhores opções para comparar preços dos produtos.
Desta maneira, os colaboradores tomarão decisões financeiras informadas e, consequentemente, aumentará a sua satisfação e a produtividade.
Comunicação transparente e apoio contínuo
Manter uma comunicação transparente é crucial para garantir que se trata de uma situação em que tanto as organizações, como os colaboradores podem beneficiar.
As organizações devem garantir que os seus colaboradores se sintam à vontade para partilhar dúvidas e preocupações relacionadas com o seu bem-estar financeiro.
As melhores práticas empresariais de apoio contínuo ao bem-estar financeiro dos colaboradores são a realização de sessões regulares de Q&A e webinars informativos. Além disso, a entidade pode também disponibilizar apoio personalizado, como consultores financeiros, de modo a criar uma cultura de saúde financeira na empresa.
Feedback e adaptação
Por fim, a organização deve avaliar a eficácia das iniciativas de bem-estar financeiro. Através do feedback regular dos colaboradores, podes ajustar e melhorar continuamente as ações implementadas.
Mais, as necessidades financeiras dos colaboradores podem variar ao longo do tempo (por exemplo, após a compra de uma casa ou nascimento de um filho). Por isso, é fundamental estar atento ao feedback dos trabalhadores e adaptar as estratégias conforme necessário.
Por exemplo, os trabalhadores, mesmo quando estão apertados financeiramente, raramente pedem adiantamentos aos seus chefes ou aos Recursos Humanos.
E sim, sabemos que, muitas vezes, as organizações não podem garantir estes pedidos. No entanto, estas devem promover um clima de confiança com os seus colaboradores. Desta maneira garantem que o dinheiro não se torna um tema tabu para os seus colaboradores, e consequentemente não se sentem desconfortáveis a pedir adiantamentos ou aumentos de salário.
Ao fazê-lo, não só garante um ambiente de trabalho mais saudável, como financeiramente consciente.