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Espaços verdes e a saúde da população

Espaços Verdes e saúde da população

À medida que as áreas urbanas expandem-se, a circulação da água, o equilíbrio do solo, a biodiversidade alteram-se, tornando a necessidade de espaços verdes urbanos cada vez mais evidente. Neste artigo, exploramos a importância dos espaços verdes não só para as cidades, mas também para os habitantes que nelas vivem.

O local onde se nasce, cresce, trabalha e envelhece tem um impacto na saúde da população, tanto positivo como negativo. Atualmente, com 55% da população mundial a viver em zonas urbanas, uma proporção que deverá aumentar para 68% até 2050, tem-se verificado uma diminuição da qualidade de vida em meio urbano.

Por conseguinte, os espaços verdes urbanos foram se tornando cada vez mais relevantes, sendo cada vez mais reconhecido o seu papel no aumento da saúde e qualidade de vida da população. Contudo, nem sempre foram vistos da mesma maneira. Só neste século é que começaram a surgir os jardins públicos nas cidades europeias, enquanto promotores do equilíbrio da urbanização, tornando ambientes mais saudáveis e atrativos.

Na atualidade, os espaços verdes ainda são usados para aliviar os efeitos da urbanização,  combatendo os problemas sociais, ambientais e económicos das cidades. Como locais de convívio, eles contribuem para o bem-estar físico e mental da população, com os benefícios aumentados quando são equipados com infraestruturas e equipamentos.

Portugal é um dos países que já aderiram ao Acordo Cidade Verde. Este é um acordo ambiental que incentiva as cidades europeias a se juntarem voluntariamente para lidar com os problemas que as cidades enfrentam atualmente.

Assim, a meta é tornar as cidades mais verdes, limpas e saudáveis até 2030. Nesse sentido, muitos municípios em Portugal já assinaram o Acordo para atingir esses objetivos.

Mas, afinal, quais são os benefícios para a saúde física e mental dos espaços verdes? Vamos descobrir.

  1. Redução do stress

A proximidade e observação da natureza ajuda a fazer um ”reset mental” e a reduzir os níveis de cortisol.

  1. Diminuição da ansiedade

Segundo um estudo do Reino Unido, passeios de 15 minutos por uma floresta permitem reduzir entre 23 e 31% dos sintomas de ansiedade.

  1. Diminuição da depressão

Estudos realizados em metrópoles de todo o mundo indicam que a natureza pode ser um alívio para a tensão da vida urbana: segundo a investigação de Daniel Cox, se os espaços urbanos estivessem disponíveis para 15% da população, conseguir-se-ia reduzir 5% dos casos de depressão.

  1. Reduzem o impacto negativo das condições ambientais na Saúde

A natureza ajuda a diminuir o calor excessivo sentido nas cidades, diminuindo os seus efeitos nos comportamentos dos cidadãos — reduz agressividade e problemas de sono. 

  1. Aumento dos níveis de atividade física

Existe uma relação próxima entre atividade física e os espaços verdes. Um estudo feito na cidade de Coimbra, destaca que quem se desloca aos espaços verdes para praticar desporto ou para relaxar apresenta melhor saúde mental.

  1. Maior interação social

Os espaços verdes servem como ponto de encontro social. Neste sentido, reforçam os laços sociais, a sensação de pertença, ao mesmo tempo que contrariam os sentimentos de solidão.

  1. Reforço das atitudes pró-ambientais

A empatia da população para com a natureza reforça o investimento na proteção ambiental e no combate às mudanças climáticas.

  1. Facilitação do envelhecimento saudável

Devido às reformas ou problemas de mobilidade, o bem-estar dos cidadãos seniores está intrinsecamente relacionado ao ambiente residencial, onde passam a maioria do seu tempo. Um ambiente residencial mais verde, acessível e seguro, reduz a mortalidade e o isolamento, evita a deterioração física e cognitiva e aumenta a saúde, bem-estar e satisfação com a vida.

  1. Maior sensação de bem-estar

O contacto com a natureza não só reduz a pressão arterial, o ritmo cardíaco e a tensão muscular, como também diminui as emoções de raiva, tristeza, medo e stress, favorecendo um humor mais positivo.

  1. Facilitação do desenvolvimento das crianças

O contacto com a natureza ajuda o desenvolvimento cognitivo, emocional e comportamental das crianças, tornando-as mais capazes de aprender, imaginar, criar e estabelecer relacionamentos.

  1. Adaptação positiva a doenças crónicas

As experiências em ambientes naturais são benéficas para as pessoas com Alzheimer e demência porque reduzem comportamentos negativos, reações de raiva, e melhoram a confiança e a mobilidade.  Além disso, aproveitar a natureza ajuda aliviar a fadiga mental e o stress causado pelo processo de diagnóstico, tratamento e cirurgia de outras doenças, como o cancro da mama.

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