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Investimentos: como criar uma carteira diversificada e segura?

carteira de investimentos

Poupar é importante num tempo em que produtos e serviços estão cada vez mais caros, especialmente quando os salários não estão à altura das despesas, mas nem só de poupança vive o Homem e deve existir um espaço para o investimento racional que multiplique a riqueza.

É caso para dizer que “investimentos há muitos”, contudo, nem todos servem ou interessam a quem quer colocar uma parte da sua poupança ao serviço de um produto financeiro que, espera-se, lhe garanta uma boa rentabilidade mensal ou anual.

Neste aspeto, os grandes economistas e especialistas em mercados de investimento são claros: a carteira de ativos alvo de investimento deve ser diversificada.

Diversificada e segura, acrescentamos nós, já que nem todas as soluções de investimento apresentam o mesmo risco associado.

Como todos aqueles que desejam investir querem fazê-lo da forma mais segura possível e poderem, posteriormente, colher os frutos dessa aposta, hoje vamos ajudá-lo a criar uma carteira de investimentos diversificada e, claro, com garantias de que verá o retorno desejado.

Antes de investir: crie um fundo de maneio

Antes de escolher os títulos que vão fazer parte da sua carteira de investimentos, é essencial garantir o financiamento exigido.

Neste sentido, recomendamos que não contraia empréstimos ou toque no seu rendimento líquido mensal, ao invés, quando surgir a vontade de investir, perda/ganhe alguns meses a criar um fundo de maneio que, posteriormente, servirá única e exclusivamente para investir.

Deste modo, mesmo que os seus investimentos não corram como o esperado, terá a garantia de que o seu orçamento mensal e as suas necessidades não serão afetadas.

Na prática, este fundo deve ser constituído por um montante que seja equivalente às suas despesas fixas que tenha de suportar durante 6 meses a um ano.

Após a construção deste fundo de investimento pessoal, estará na altura de criar uma estratégia de investimento baseada no seu perfil e no valor que tenha em mente investir.

Apesar destes dois pontos serem essenciais, a construção de uma carteira de investimentos diversificada e segura implica muito mais, senão veja.

Como construir uma carteira de investimentos diversificada e segura?

1º Passo: Perceber que tipo de investidor é

Perceber qual é o seu perfil de investidor é uma das pedras basilares de todo o processo de investimento.

Cada investidor é único, o que significa que há quem prefira apostar forte em produtos de alto risco na esperança de um maior e mais rápido retorno, ao passo que há outras que preferem ser mais cautelosas e investir em produtos de menor rendimento, mas que este seja garantido.

Além do valor e prazo de retorno, a idade é outro dos fatores a ter em conta, já que a capacidade de recuperar perdas torna-se mais complicada em função do avançar da idade.

Com estes elementos em cima da mesa, veja agora em que tipo de perfil de investidor se encaixa melhor:

  • Investidor defensivo

Neste caso, é um investidor que tem receio de perder as suas poupanças, razão porque dá preferência a investimentos de baixo risco, ou seja, investimentos com capital garantido e com um prazo de retorno reduzido, já que tem dificuldade em trabalhar com ativos de alta volatilidade, tais como ações.

  • Investidor moderado

Neste caso, está disposto a apostar em ativos mais voláteis que lhe garanta uma rentabilidade mais elevada.

Apesar destas características, pretende encontrar um bom balanço entre rentabilidade e segurança, o que o leva a diversificar a sua carteira a nível de risco, embora os ativos com capital garantido sejam os mais predominantes.

  • Investidor dinâmico

Neste caso, consegue lidar bem com perdas moderadas e está disposto a correr maiores riscos do que um investidor moderado.

Prefere ativos com taxas de rendibilidade superiores às taxas de juro e opta por uma diversificação de investimentos que privilegie o médio/longo prazo escolhendo, para o efeito, ativos de maior risco associado, embora estes não preencham a totalidade da sua carteira.

  • Investidor arrojado

Por último temos o investidor arrojado que pretende obter altas rentabilidades, não se preocupa em assumir perdas elevadas (inclusive superiores ao capital investido) e, por isso, aposta, sobretudo, em ativos de alto risco que podem sofrer oscilações rápidas nos mercados bolsistas.

2º Passo: Conheça os tipos de investimento ao seu dispor

Depois de definido o seu perfil enquanto investidor, é tempo de conhecer, a fundo, os tipos de investimentos que o mercado financeiro lhe oferece. Lembre-se que existem ativos para todas as carteiras que, por sua vez, apresentam condições, riscos e naturezas diferentes.

Entre os ativos financeiros mais comuns, poderá encontrar:

  • Depósitos a prazo: solução bancária que consiste na entrega de fundos a um banco ou instituição de crédito que, por sua vez, ficam obrigados a restituir-lhe o valor investido no final do prazo previamente estabelecido acrescido de juros;
  • Certificados de Aforro e Certificados do Tesouro: embora diferentes, ambos são ativos financeiros com garantia estatal que servem para que o Estado obtenha financiamento.O dinheiro investido ser-lhe-á restituído no final do prazo acrescido de juros;
  • Seguros de capitalização: ativos financeiros sob a forma de seguro e com capital garantido. A rendibilidade mínima pode o não existir;
  • Planos de Poupança Reforma (PPR): estes planos de poupança a médio/longo prazo têm como objetivo o financiamento da reforma e apresentam uma rendibilidade garantida;
  • Ações: cada ação representa uma parte do capital de uma empresa e está sujeita a oscilações no mercado bolsista;
  • Obrigações: têm retorno e prazo e assume-se como um título de dívida;
  • Unit Linked: são, na prática, contratos de seguro ligados a fundos de investimento ou a outros ativos financeiros (ações, obrigações, matérias-primas, taxas de juro, etc.).
  • ETF (Exchange Traded Fund): corresponde a fundos de investimento negociados em bolsa que é gerido de forma passiva e segue uma determinada carteira de ativos;
  • Commodities: ouro, prata, açúcar, milho ou outro tipo de produtos e metais podem se alvo de investimento através de fundos ou da compra de ETF;
  • Forex: compra e venda de moeda estrangeira com o objetivo de lucrar com a oscilação cambial;
  • Criptoativos: transação de ativos digitais, como os NFT ou as moedas Bitcoin e Ethereum, por exemplo;

3º Passo: Defina a estratégia de investimento

Chegou a hora de se preocupar com uma estratégia de investimento diversificada e segura. Neste ponto, a primeira etapa passa por definir o montante de investimento inicial e os objetivos.

De seguida, avalie os tipos de ativos e as respetivas percentagens que vão diversificar a sua carteira de investimentos.

A partir do capital que pretende investir, estabeleça um horizonte temporal para os seus investimentos de forma a saber se deve optar por algo de curto ou de longo prazo.

Comece por fazer investimentos de curto prazo (inferiores a cinco anos), como os PPR ou os certificados, já que envolvem um menor risco menor, mas também um menor retorno.

Para o longo prazo (mais de 5 anos) guarde os ativos de maior risco que, apesar de lhe garantirem um maior retorno, são mais voláteis. Ainda assim, como o prazo é maior, a possibilidade de obter retorno é maior, embora deva sempre ir monitorizando a sua evolução.

Neste campo dos investimentos de maior risco, vai encontrar, por exemplo, as ações, os fundos ou os criptoativos.

Por fim, é altura de avaliar o retorno face ao risco e minimizar as perdas com uma carteira recheada com ativos de diferente risco e prazo, mas não só. Caso, por exemplo, opte por investir em ações, deve levar em consideração outras camadas de diversificação, como os setores de atividade e geografias.

Assim, quanto maior for o número de setores e países abrangidos, mais diversificada será a sua carteira.

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