Um grupo de investigadores iniciou o processo de administração de doses de uma vacina experimental contra o VIH, que recorre a uma tecnologia de mRNA do imunizante da Moderna contra o coronavírus.
De acordo com o “Washington Post”, a Moderna, empresa norte-americana de biotecnologia, em conjunto com a organização sem fins lucrativos International Aids Vaccine Initiative (IAVI), estão a estudar o uso da tecnologia de mRNA, a mesma usada na vacina da Pfizer contra a covid-19, que leva o corpo a produzir uma proteína que desencadeia uma resposta imunológica.
Durante as investigações, os cientistas irão monitorizar 56 adultos VIH-negativos durante seis meses na primeira fase do ensaio clínico desta vacina experimental, aquele que normalmente é o primeiro passo para estudar a segurança e a eficácia da mesma.
A Universidade George Washington, nos Estados Unidos, que é, atualmente, um dos locais onde o ensaio está a decorrer, afirmou ser o primeiro ensaio humano de uma vacina para o VIH baseada em mRNA.
Apesar de, nos últimos anos, o VIH se ter tornado um vírus controlável, graças a várias décadas de investigação, ainda não existe, de momento, uma vacina para ajudar a prevenir as centenas de milhares de mortes que o mesmo causa anualmente.
No entanto, múltiplas pesquisas sobre o VIH auxiliaram o aprimoramento de tecnologias que foram utilizadas contra a covid-19.
O VIH integra-se nas células do corpo, o que significa que a vacina necessita de começar imediatamente a trabalhar de forma a eliminá-lo.
Este ensaio da Moderna, que teve início na passada quinta-feira, procura focar-se nos imunogénios do VIH, ou seja, as proteínas que provocam uma resposta imune ao vírus, que, graças à tecnologia mRNA, podem estimular o corpo a produzir anticorpos neutralizantes.
Mark Feinberg, presidente e CEO da IAVI, afirmou, em comunicado, que “Estamos extremamente empolgados em avançar nessa nova direção no design de vacinas contra o VIH com a plataforma de mRNA da Moderna. A busca por uma vacina tem sido longa e desafiadora, e ter novas ferramentas em termos de imunógenos e plataformas pode ser a chave para progredir rapidamente em direção a uma vacina eficaz e urgentemente necessária”.
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Escrito por João Serra