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Inteligência Artificial no Mercado de Trabalho

Inteligência Artificial no Mercado de Trabalho

A digitalização da vida quotidiana e a introdução da Inteligência Artificial (IA) num sem números de processo anteriormente desempenhados por mão humana é um grande desafio para todos nós, mas qual será o real impacto da introdução da Inteligência Artificial na carreira profissional de cada um de nós e, num sentido mais abrangente, no Mercado de Trabalho?

Estima a OCDE que, até 2030, a automatização do trabalho poderá levar Portugal a perder mais de um milhão de postos de trabalho, principalmente na indústria transformadora e no comércio.

O cenário não é animador, especialmente se percebermos que mais de metade da força de trabalho portuguesa tem apenas o ensino básico, mas a robotização e a digitalização da economia são também uma oportunidade única para granjear maior qualidade de vida no trabalho.

Atualmente, o mercado laboral já não se interessa pela visão clássica das profissões, mas pelas competências e é aqui que entra a importância de novas tecnologias como a Inteligência Artificial na carreira profissional de cada um de nós.

O que é e que potencialidades tem a Inteligência Artificial na alavancagem da carreira profissional

A IA é a ciência que junta ciência e engenharia na procura da compreensão e desenvolvimento de máquinas para apoiar a inteligência humana no desempenho de um sem número de funções.

Na prática, por intermédio de teorias e modelos da Inteligência como programas de computador, a IA procura que máquinas reproduzam, na medida do possível, a inteligência humana e sejam capazes não só de armazenar e manipular dados, como também adquirir, representar e manipular conhecimento.

Contudo, ao conseguirem deduzir ou inferir novos conhecimentos a partir do conhecimento existente, assim como utilizar métodos de representação e manipulação para resolver problemas complexos, acabam por trazer para o debate problemas de ordem ética e, no caso do mercado de trabalho, assumirem uma posição de dominância ao invés de se apresentarem como auxiliares.

As consequências disso são, como vimos no início deste artigo, a substituição de pessoas por máquinas no desempenho de funções que antes estavam apenas entregues a humanos.

Esta visão um tanto ou quanto negativa tem o seu reverso. Isto é, apesar da perda direta de postos de trabalho no imediato, na medida em que torna as tarefas cada vez mais autónomas, a introdução da IA tem fatores extremamente positivos como o aumento dos níveis de produtividade, optimização de processos burocráticos documentação e recrutamento) e, acima de tudo, a transformação gerada e reconversão dos modelos de negócio levará à criação de novos empregos.

Num país em que mais de 50% dos trabalhadores têm apenas o ensino básico, pode ser preocupante, ou não?

É óbvio que a exigência trazida pela digitalização dos modelos de negócio vai exigir a reconversão e a aquisição de novas competências profissionais e isso pode vir a revelar-se complicado, pelo menos numa primeira fase.

Porém, não nos podemos esquecer que já vivemos rodeados pela IA e, por vezes nem damos conta disso.

Desde o smartphone à box da televisão, no relógio de ponto com reconhecimento facial à entrada do trabalho ao software específico usado, por exemplo, no tratamento de imagem ou na faturação, assim como nos chats automáticos, disponíveis em alguns websites ou lojas online, lidarmos com a IA já faz parte do nosso dia-a-dia e tem-nos ajudado a ter uma vida mais confortável.

O grau de conforto e assimilação da Inteligência Artificial na carreira de profissional pode e vai seguir o mesmo caminho da mesma forma que, quando há 20 anos se deu o boom da Internet, milhares de profissionais, ancorados na aprendizagem continua e reciclagem de conhecimentos, aproveitou a onda para encontrarem novas oportunidades de negócio.

Aliás, se não quisermos ir tão longe no tempo, basta olhar para o que aconteceu durante os confinamentos que a pandemia obrigou. Milhares de pessoas, sem histórico prévio ou grandes conhecimentos especializados, lançaram-se no e-commerce e muitos outros passaram a trabalhar a partir de casa graças às plataformas digitais e à Inteligência Artificial que novos programas de gestão disponibilizaram.

O grande poder do desenvolvimento da IA está na possibilidade de complementar e aumentar as capacidades humanas. Isto significa que vai ajudar as pessoas em algumas tarefas e libertá-las de outras, sobretudo as mais repetitivas, para que cada profissional possa focar-se nas vertentes mais complexas do seu trabalho, como a estratégia e a criatividade.

Posto isto, importa reter uma ideia: adaptarmo-nos à mudança e incorporar-mos a tecnologia na carreira que escolhemos é a melhor estratégia para enfrentar o futuro.

Vantagens da IA no mercado de trabalho

Entre receios e potencialidades, a introdução da Inteligência Artificial no Mercado de Trabalho vem trazer uma série de benefícios ao mercado de trabalho e, por inerência, ao trabalhador. A saber:

  • Automatização de processos:

Quando aplicada a tarefas repetitivas (cadeias de produção, por exemplo), a IA permite economizar tempo, optimizar recursos e diminuir o erro humano decorrente da distração ou cansaço do trabalhador que normalmente realiza essas tarefas.

A automatização de processos não se aplica, somente, à parte técnica/produtiva dado que o seu contributo no trabalho burocrático agiliza e torna mais eficaz esta componente.

Tudo somado, temos não só um ganho de tempo e diminuição do erro, como um aumento exponencial da produtividade.

  • Optimização do trabalho burocrático

Como referimos no ponto anterior, a parte burocrática é uma das que mais sai a ganhar com a introdução da IA. Com a utilização da cloud, com backups constantes, passou a ser possível arquivar, pesquisar e partilhar com rapidez e segurança qualquer documento.

  • Realização de tarefas

Quando não está em causa a perda de um posto de trabalho, a introdução de IA nos processos de serviço ao cliente (atendimento telefónico, chatbots auxiliares de compras na Internet, etc.) acabam por ser uma mais-valia para o trabalhador que, assim, fica liberto para o desempenho de tarefas mais importantes e complexas.

  • Criação de novos postos de trabalho

Apesar da perda de postos de trabalho que esta transição digital traz, também existe o reverso da medalha.

O contributo da IA na carreira profissional pode ser algo positivo, dado que novas profissões emergiram com a sua disseminação e, consequentemente, novas oportunidades de emprego.

A par disto, é preciso ter sempre presente que a transformação digital veio para coexistir com a mão-de-obra humana e não para a erradicar.

  • Melhor comunicação

Para além de optimizar processos de produção e agilizar todo o processo burocrático, a introdução de ferramentas tecnológicas com base em IA também influencia a comunicação interna e externa de uma empresa tornando-a mais rápida e assertiva.

  • Agilização do Recrutamento

O que antes era um trabalho completamente manual do Recursos Humanos, ficou facilitado pela IA, através do recurso a plataformas específicas, permitindo encontrar, de modo fácil e rápido, o candidato ideal para a vaga. A própria entrevista pode ser feita via Skype, poupando tempo e facilitando, mais uma vez, o processo.

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