O mundo é cheio de cores, mas nem todas as pessoas percebem-nas da mesma forma. Uma pessoa que sofre de daltonismo tem dificuldades para distinguir certas cores, como o vermelho e verde ou o azul e amarelo. Neste artigo vamos explicar-te tudo sobre esta condição que afeta mais homens que mulheres.
Um daltónico é o indivíduo que padece de daltonismo ou discromatopsia — a incapacidade de perceber as diferenças de cor em condições normais de iluminação. Este defeito na visão passa despercebido pelos portadores, já que não consegue ser detetado pelos próprios daltónicos.
O daltonismo é principalmente uma doença hereditária, o que significa que ocorre devido à genética. No entanto, existem algumas causas não genéticas para o daltonismo, tais como as doenças que danificam a retina e o nervo ótico.
Esta condição também pode ser um efeito secundário de alguns medicamentos, como os que tratam a malária. A exposição a produtos químicos tóxicos também pode danificar os olhos e levar ao daltonismo.
Algumas doenças como a doença de Alzheimer, a diabetes, a esclerose múltipla e a degenerescência macular relacionada com a idade aumentam o risco de desenvolver daltonismo. Além disso, as cataratas também podem afetar a forma como a luz entra no olho, o que pode alterar a forma como se vê a cor.
Tipos de daltonismo
Nas pessoas com visão cromática normal, existem uns cones nos olhos, que possuem pigmentos responsáveis pela deteção de diferentes comprimentos de onda da luz. Estes pigmentos de deteção da luz ajudam os olhos a distinguir entre diferentes tonalidades de cores.
Nos daltónicos, a falta de certos pigmentos significa que os olhos não conseguem diferenciar as tonalidades das cores.
Existem vários tipos de daltonismo, e cada tipo distingue-se pelos cones que são afetados. Devido a diferentes características, os principais tipos de daltonismo incluem:
Daltonismo vermelho-verde
Esta é a forma mais comum de daltonismo, em que os cones da retina não processam a diferença entre o verde e o vermelho.
Os genes associados ao daltonismo vermelho-verde são transmitidos através do cromossoma X e as pessoas com herança étnica não caucasiana têm muito menos probabilidades de ter este tipo de daltonismo.
Daltonismo azul-amarelo
Este tipo de deficiência de visão cromática é mais raro. Os sintomas incluem dificuldade em distinguir o azul-escuro do preto e em distinguir os tons de púrpura, azul e verde.
Uma vez que esta forma de daltonismo é transmitida por um cromossoma diferente do X, afeta igualmente todos os sexos. Além disso, também não há distinção na prevalência entre pessoas de diferentes origens étnicas.
Monocromacia
Trata-se da forma menos comum de daltonismo, na qual a pessoa não consegue ver nenhuma cor. Os homens têm muito mais probabilidades de ter esta condição do que as mulheres, mas não há diferença com base na raça ou etnia. Apesar de tudo, apenas cerca de 1 em cada 100 mil pessoas em todo o mundo têm monocromacia.
Quais os sintomas?
Apesar de os sintomas dependerem da gravidade do daltonismo, de uma forma geral este são os sintomas que uma pessoa daltónica sente:
- Dificuldade em ver as cores e o brilho das mesmas;
- Incapacidade de distinguir entre tons semelhantes, sobretudo entre vermelho e verde ou azul e amarelo;
- Visão deficiente;
- Nistagmo;
- Ambliopia;
- Sensibilidade à luz.
Também existem mulheres daltónicas?
A resposta é sim, também existem mulheres daltónicas, embora seja muito menos expressivo do que nos homens. Ao passo que 1 em cada 12 homens (8%) sofre de daltonismo, o mesmo problema apenas afeta 1 em cada 200 mulheres (0,5%).
Isto acontece porque as mulheres biológicas têm dois cromossomas X e os homens biológicos têm os cromossomas XY.
O gene para o daltonismo vermelho-verde é um gene recessivo ligado ao X. Os genes recessivos ligados ao X são expressos se estiverem presentes em ambos os cromossomas X nas mulheres e num cromossoma X nos homens.
Ou seja, uma criança nascida do sexo feminino teria de herdar dois cromossomas X com o gene portador para nascer daltónica, enquanto uma criança nascida do sexo masculino só precisa de herdar um cromossoma X com o gene portador para nascer daltónica.
O daltonismo não é comum nas mulheres porque há uma baixa probabilidade de uma mulher herdar os dois genes necessários para a doença. No entanto, como apenas um gene é necessário para o daltonismo vermelho-verde nos homens, é muito mais comum.
Como se pode minimizar o impacto do daltonismo?
Apesar de não haver cura, há ferramentas que ajudam a integração do daltónico. Por exemplo, o ColorAdd é um sistema de identificação de cores para daltónicos, que está em muitos manuais escolares portugueses e até já faz parte do programa de ensino.