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Os piores hábitos de condução que os jovens aprendem dos pais

Os piores hábitos de condução que jovens aprendem dos pais

Conduzir é uma experiência única, especialmente para os jovens condutores que estão a dar os primeiros passos no mundo da condução. No entanto, este período inicial pode ser influenciado por hábitos adquiridos, muitas vezes inadvertidamente, dos pais. Neste artigo, exploraremos os piores hábitos de condução que os jovens aprendem dos seus pais. 

Seja por desconhecimento ou por terem recebido informações incorretas, muitos condutores cometem erros que podem prejudicar os seus veículos e, sobretudo, ter implicações na sua segurança e na dos outros.

Isto acontece especialmente aos jovens condutores; não só pela falta de experiência mas também porque, no período inicial de aprendizagem, podem herdar os maus hábitos de condução dos seus pais e outros familiares próximos.

Entender quais são estes comportamentos negativos, é o primeiro passo para evitar problemas na estrada e construir uma base sólida para uma condução segura e responsável.

Eis, os piores hábitos de condução que os jovens condutores aprendem com os pais:

Não utilizar os espelhos e “piscas”

Um dos piores hábitos que alguns jovens condutores podem absorver dos pais é não seguir naturalmente o princípio básico de Espelho, Sinal, Manobra (“Mirror, Signal, Manoeuvre“).

Todos os veículos incluem espelhos retrovisores; e são extremamente úteis para o condutor ter uma perceção do espaço ao seu redor, especialmente nas várias manobras ou mudanças de direção. Contudo, trata-se de um equipamento que, muitas vezes, é esquecido ou mal utilizado. 

Ainda assim, o hábito que os jovens condutores mais aprendem com os pais é a utilização escassa dos “piscas”. Isto faz com que os condutores que te seguem atrás não saibam que direção vais tomar. 

Apesar do incumprimento desta sequência não seja automaticamente motivo de reprovação num exame de condução, é uma prática que compromete a segurança na estrada.

Conduzir com uma mão

Os jovens condutores cresceram a ver os seus pais conduzirem com apenas uma mão no volante, à medida que vão ganhando à-vontade ao volante, têm tendência a desenvolver este hábito. 

No entanto, manter as duas mãos no volante é o mais correto a fazer durante a condução. O posicionamento correto das mãos é muito importante para não perderes o controlo do veículo e poderes reagir a tempo em caso de imprevistos.

Além disso, um posicionamento incorreto das mãos no volante podem fazer com que cruzes as mãos, quando fazes uma curva longa ou apertada.

Assim, ao conduzir deves manter ambas as mãos no volante, preferencialmente na posição 9-3 (posições do relógio). Desta maneira, garantes um maior controlo do veículo, especialmente em situações de emergência. Sem falar que, nessas posições, os braços cansam-se menos durante viagens longas.

Para evitar cruzar os braços ao fazer as curvas, vira os braços para o lado da curva até que fiquem na posição 11-5 ou 1-7. Depois troca as mãos — a de cima vai segurar em baixo e a de baixo vai segurar em cima — e repete o movimento a cada meio giro.

Coasting

Dá-se o nome de Coasting à condução em ponto morto com o motor ligado e é um dos hábitos de condução que alguns jovens condutores podem aprender com os pais.

Esta estratégia é utilizada frequentemente pelos condutores para poupar combustível. No entanto, não é apenas desnecessária, como pode acarretar vários riscos.

Assim, os jovens condutores devem ser educados sobre a importância de manter o veículo engrenado para uma condução mais segura e eficiente.

Agressão

A impaciência e a agressão ao volante são hábitos de condução negativos que alguns jovens condutores podem herdar dos pais.

Um estudo sobre o “comportamento dos condutores portugueses”, realizado por uma empresa do ramo automóvel, com apoio da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária e Prevenção Rodoviária Portuguesa, constatou que os condutores mais jovens, entre os 18 e os 25 anos, são os que mais reportam uma performance deficitária em situações de stress ao volante.

Expressar frustração através de buzinas excessivas, gestos agressivos ou comportamentos intimidatórios não só cria um ambiente negativo nas estradas, mas também aumenta o risco de acidentes. 

Os dados analisados mostram ainda que quem revela um comportamento mais agressivo na estrada, 29% buzina com os outros, 35% grita com os outros condutores e 33% diz palavrões.

A este respeito, é crucial educar os jovens condutores sobre a importância de se manterem calmos e pacientes enquanto conduzem um veículo.

Pressionar excessivamente o acelerador

Seja pela pressa de chegar mais rápido ou por puro hábito, muitos motoristas veteranos gostam de pisar a fundo no acelerador. Este comportamento é, muitas vezes, herdado pelos filhos.

O excesso de velocidade pode ser extremamente perigoso, pondo em perigo não só a tua vida, mas também a dos peões e dos outros condutores. O Código da Estrada estabelece limites de velocidade com multas para aqueles que os excedem, numa tentativa de reduzir o risco que estes “aceleras” representam para os outros na estrada.

De fato, acelerar em excesso não só aumenta o risco de acidentes, mas também contribui para um maior consumo de combustível, maior desgaste do motor, amortecedores, travões e pneus. 

Riding the clutch

Riding the clutch é uma expressão que se refere ao hábito de conduzir com o pé no pedal da embraiagem. 

Conduzir com o pé a pressionar a embraiagem é um dos erros de condução mais comuns, especialmente para os condutores novatos. É um ato normalmente involuntário, mas que pode ser herdado do estilo de condução dos pais, especialmente quando estes têm uma condução mais cautelosa. 

Conduzir com o pé na embraiagem é um hábito que provoca um desgaste prematuro da mesma.

Para evitar pressionar inconscientemente na embraiagem, coloca o pé no compartimento do lado esquerdo do pedal quando não estiveres a mudar de velocidade.

Descer as mudanças individualmente

Descer as mudanças individualmente em vez de mudar em bloco é um hábito que alguns jovens condutores podem adquirir ao observar os seus pais. 

Provavelmente aprendeste isto nas tuas primeiras aulas de condução, já que se trata do básico da condução de um carro manual — as mudanças têm uma ordem natural, que vai de acordo à velocidade do veículo. Começas na primeira mudança (cerca 15 km/h), depois metes a segunda (cerca de 25 km/h), depois a terceira (até 45 km/h) e assim sucessivamente.

No entanto, apesar de terem aprendido isso na escola de condução, depois acabam por não aplicar isso a conduzir. Por exemplo, quando vão em 4ª e aproximam-se de um cruzamento, metem o pé na embraiagem e no momento escolhem a mudança ideal para dar seguimento, sem ir reduzindo mudança a mudança.

Descer as mudanças do carro sem respeitar a sequência não é estritamente incorreto; embora mudar em bloco, respeitando a sequência natural, é geralmente mais eficiente e suave.

Ao respeitar as sequências das mudanças minimizas o desgaste da embraiagem e da caixa de velocidades. 

Aproximar-se demasiado do veículo da frente

Manter a distância do carro da frente é talvez das técnicas de condução defensiva mais eficazes. Não obstante, vários condutores quando estão com pressa ou distraídos no trânsito, aproximam-se do veículo da frente mais do que é necessário, não tendo espaço suficiente para travar, caso seja necessário.

O Código da Estrada não determina uma distância de segurança mínima entre veículos, apenas define que esta deve ser “suficiente para evitar acidentes em caso de súbita paragem ou diminuição de velocidade deste, tendo em especial consideração os utilizadores vulneráveis”.

Nesse sentido, os jovens condutores devem aprender a manter uma distância segura para permitir uma resposta eficaz em caso de emergência.

Comer, beber e fumar no carro

O Código da Estrada, no artigo 11.º estipula que “os condutores devem, durante a condução, abster-se da prática de quaisquer ações que sejam suscetíveis de prejudicar o exercício da condução com segurança”.

Embora não exista uma proibição direta sobre fumar, comer e beber ao volante, os agentes da autoridade podem recorrer a estas disposições legais para te penalizar.

Isto porque, abrir uma caixa com comida ou uma garrafa de água, levar uma bolacha ou garrafa à boca, ou até descascar uma banana podem ser uma distração significativa para condução. Mais, com a comida ou bebida na mão, não podes segurar o volante com tanta firmeza. Da mesma forma, perdes a concentração ao acender o cigarro, ao dar uma passa e até podem cair cinzas que tiram os olhos da estrada. 

Os jovens condutores devem entender que estas atividades podem desviar a atenção da estrada, aumentando o risco de acidentes.

Utilizar estilos de condução desatualizados

Acreditar em mitos ou estilos de condução desatualizados é um hábito que alguns jovens condutores podem adquirir dos familiares mais velhos. Um exemplo clássico é a ideia de que é necessário segurar o volante na posição 10-2.

Atualmente, a recomendação é manter as mãos nas posições 9-3 ou 8-4 para uma condução mais confortável e segura. Desmistificar esses conceitos ultrapassados é crucial para os jovens condutores adotarem práticas atualizadas.

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