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Aumento de preços em 2024: o que esperar?

Aumento de Preços em 2024

Como é tradição, o ano novo traz-nos também preços novos. Eletricidade, gás e telecomunicações, são alguns dos serviços que vão sofrer aumento de preços no início do novo ano, mas não são os únicos.

Antes, porém, de lhe dar a conhecer quais são os principais aumentos que a sua carteira vai sentir, vamos perceber o que é que se espera de 2024 em matéria de taxa de inflação, um importante indicador para se perceber não só em que medida podem os preços virem a subir ou descer ao longo do ano, mas também o que se pode esperar em poder de compra.

Taxa de Inflação: quais são as perspectivas?

Depois de um 2023 marcado por altas taxas de inflação que fizeram disparar os preços dos bens de consumo, o novo ano começa com uma taxa de inflação na ordem dos 2,6%, mas a tendência será para ir subindo ao longo do ano.

Esta é, pelo menos, o que nos diz o Banco de Portugal (BdP), entidade que assinala que em termos trimestrais, “após atingir 2,6%” nos últimos três meses de 2023, “a inflação deverá apresentar valores temporariamente mais elevados ao longo de 2024, convergindo para 2% em 2025”.

Este aumento da taxa de inflação durante 2024 irá ter, segundo o BdP, “efeitos temporários sobre os preços dos bens energéticos e alimentares”. 

No que toca à inflação subjacente, a que desconta os produtos energéticos e alimentares, a entidade responsável pelo sistema financeiro português prevê que esta assuma uma trajetória descendente ao longo de 2024 naquilo que será o reflexo dos efeitos desfasados da redução de custos e do aperto da política monetária.

Feita esta importante nota acerca da taxa de inflação, vejamos então com que aumentos os consumidores portugueses se vão deparar em 2024.

Aumentos de preços em 2024: o que esperar?

Como referimos na introdução a este artigo, os aumentos de preços em 2024 serão transversais a quase todos os setores de atividade, especialmente no que diz respeito aos bens de consumo, energia e rendas.

Comecemos pelos bens de consumo:

Fim do IVA Zero leva a aumentos do cabaz alimentar

Entre quem pedia a regulação dos preços do cabaz alimentar e aqueles que defendiam a auto-regulação do mercado, o Governo decidiu-se por acordar a implementação da chamada medida de IVA Zero que, na prática, permitiu a isenção de IVA num conjunto de 46 produtos alimentares.

Isto aconteceu em abril de 2023 e tinha como data limite da sua aplicação o dia 31 de dezembro. Devido a pedidos do setor da distribuição, esta data foi prolongada até dia 4 de janeiro, mas a partir de dia 5 os produtos abrangidos por esta medida regressam às taxas de IVA de 6% e de 23%, com o consequente aumento de preços.

Dois dos produtos em que o fim desta medida terá impactos imediatos será o pão e o bacalhau. Quer num caso, quer no outro, as respetivas associações do setor já comunicaram publicamente o aumento do preço destes produtos, embora sem adiantarem valores.

Preço da Eletricidade aumenta 2,9% no mercado regulado

Face aos preços praticados no mercado liberalizado de energia foram muitos os portugueses que migraram para o mercado regulado atraídos por preços mais baixos, mas isso pode estar prestes a mudar, já que a partir do dia 1 de janeiro, os preços da eletricidade no mercado regulado subiram 2,9%.

Na prática, este aumento significa que a faturam mensal de um contrato com uma potência contratada de 3,45 kVA e um consumo de 1.900 kWh por ano irá implicar o pagamento de mais 1,05 euros por mês, o que no final do ano dará um total de 37,67 euros.

Já num contrato com potência contratada de 6,9 kVA numa habitação que consuma cerca de 5.000 kWh/ano, o consumidor vai pagar mais 3,27 euros por mês, em média, contando um total de 95,70 euros por ano.

No caso do mercado liberalizado, face ao expectável aumento da taxa de inflação que terá influência direta nas Tarifas de Acesso às Redes (TAR), é possível que os contratos sofram um aumento de preços.

Rendas sem travão

Apesar da crise da habitação e dos baixos salários da generalidade da população, o Governo decidiu não travar a subida das rendas, algo que vai permitir aos senhorios aumentarem as rendas em até 6,94%.

De forma a amparar os aglomerados familiares mais desfavorecidos no pagamento das rendas, o Governo vai cobrir com a atualização da mensalidade em até 4,94%.

Telecomunicações mais caras

Utilizar o telemóvel ou aceder à Internet sairá mais caro aos consumidores portugueses ao longo de 2024. 

De forma que poderá parecer concertada, as três maiores operadoras nacionais vão aumentar os preços dos tarifários até 4,6% em janeiro, embora a maioria dos tarifários só seja atualizada a 1 de fevereiro.

A tradição cumpre-se: tabaco e bebidas alcoólicas aumentam no início do ano

Como já é tradição no início de cada ano, o tabaco e as bebidas alcoólicas ficam mais caras.

No caso do tabaco, os aumentos são de 30 cêntimos (que pode chegar aos 40 cêntimos, uma vez que as tabaqueiras estão autorizadas a adicionarem uma margem de 10 cêntimos), o que corresponde a um aumento de 6% devido ao agravamento fiscal.

Para além do tabaco convencional, todos os produtos de tabaco vão sofrer aumentos. Neste ponto, é interessante destacar que o preço das cigarrilhas vão sofrer um aumento faseado ao longo dos próximos dois anos: 50% em 2024; 75% em 2025; e 100% em 2026.

Já no que toca às bebidas alcoólicas, o Imposto sobre o Álcool e Bebidas Alcoólicas (IABA) vai subir cerca de 10%, o que implica, consequentemente, um aumento do preço das bebidas.

Preço das Portagens sofre agravamento de mais de 2%

Ainda que o preço das portagens na A22 Algarve, A23 IP e Beira Interior, A24 Interior Norte, A25 Beira Litoral e Beira Alta, A4 Trasmontana e Túnel do Marão, e A13 e A13-1 Pinhal Interior vá sofrer uma redução, nas restantes autoestradas do país, as portagens vão sofrer um aumento de 2,04%.

Bilhetes mais caros nos transportes públicos

A partir de dia 1 de janeiro, quem viaja de alfa pendular vai pagar mais 6,25% por viagem enquanto os bilhetes dos restantes serviços ferroviários (suburbanos, regionais e intercidades) vão aumentar 6,43%.

Já no caso dos transportes públicos de Lisboa, os preços do Metro sobem entre 14 e 20 cêntimos, enquanto os preços dos bilhetes dos autocarros da Carris sofrem um aumento de 10 cêntimos. Contudo, a maior subida na área metropolitana de Lisboa fica a cargo do Elevador de Santa Justa, uma vez que os bilhetes para este serviço passam a custar 6 euros.

Ainda na zona da Grande Lisboa, nota para o aumento de 10 cêntimos no preço dos bilhetes na ligação fluvial entre Cacilhas e o Cais do Sodré.

Por último, uma boa notícia para os utentes dos transportes da área Metropolitana do Porto, já que não estão previstos aumentos nos preços dos bilhetes da STCP e nos passes Andante.

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