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Tecnologia para a acessibilidade: quais são e como funcionam

Tecnologia para a acessibilidade: quais são e como funcionam

A tecnologia está ao alcance de qualquer pessoa hoje em dia, no entanto neste artigo vamos dar destaque à tecnologia para a acessibilidade de pessoas com algum grau de deficiência. 

Cada vez mais existem grupos de investigação que se focam no desenvolvimento de tecnologia para uso de pessoas com algum tipo de deficiência (física, mental, auditiva, visual ou múltipla) com o objectivo de melhorar a qualidade de vida, a sua integração na sociedade e também de promover um certo “alívio” aos seus cuidadores.

É importante que a tecnologia para a acessibilidade seja utilizada desde cedo, para que as pessoas portadoras de deficiência consigam explorar o seu potencial enquanto seres humanos e sentirem-se mais integradas e adaptadas à sociedade desde a infância e adolescência.

Um exemplo prático de como a tecnologia pode ser usada são os livros em áudio. À semelhança dos podcasts ou audiobooks de lazer, a utilização de livros em áudio tem um lado lúdico e recreativo que pode estimular a imaginação e dinamizar a aprendizagem das crianças. 

No caso de crianças e adolescentes portadores de algum grau de deficiência visual, esta é uma tecnologia essencial para que se sintam não só integrados na aprendizagem como também consigam acompanhar o ritmo dos colegas.

Alguns destes softwares que podem ser utilizados são:

  • Liane TTS: é um programa sintetizador de voz que permite uma comunicação mais ágil na sala de aula;
  • DosVox, Virtual Vision e Jaws: são softwares que permitem aos alunos portadores de deficiência visual ter um nível de independência e desempenhar tarefas nos pacotes do Microsoft Office.

A utilização de impressoras 3D, também é uma ferramenta óptima a ser integrada nas escolas. Porquê? Porque permite a impressão de livros, folhas e até mesmo exercícios com relevo que facilitam a aprendizagem a portadores de deficiência visual a um ritmo muito mais próximo dos restantes colegas, bem como torna a utilização e presença do braille mais fácil e comum no ambiente escolar, potencializando uma maior integração das crianças neste mesmo ambiente.

Felizmente é cada vez mais frequente as investigações e desenvolvimento de tecnologias para a acessibilidade e uma dessas tecnologias é a SiosLife. Esta tecnologia para a acessibilidade é uma plataforma interativa de fácil utilização. Permite não só o acesso a novas tecnologias de soluções adaptadas às características e necessidades dos seus utilizadores, como também a aquisição de competências cognitivas e motoras relacionadas com as atividades desenvolvidas.

Segundo o testemunho da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) de Coimbra, o SiosLife “tem um ecrã de toque, sensores de movimento numa câmara para realização de atividades motoras, comandos de voz e gestos. O ecrã é ergonómico, pois a posição do equipamento é ajustável consoante as características físicas dos utilizadores”.

Este software tem disponível várias aplicações que permitem o desenvolvimento de competências cognitivas (memória, atenção, velocidade de processamento da informação) e motoras (coordenação motora, permite a utilização dos membros superiores, e em algumas atividades coordenar com os membros inferiores), por exemplo, ‘puzzles’, jogos de tocar nas formas/insetos que aparecem, jogos de palavras, jogos de números, jogo da memória, jogos de apanhar fruta/obstáculos onde se conseguem visualizar a si e aos objetos que vão surgindo no ecrã e que devem alcançar/tocar.

A nível Europeu, existe um grupo de cientistas que está a trabalhar no desenvolvimento de um projeto chamado #Insension com o objetivo de transformar a vida de pessoas com deficiências intelectuais e múltiplas profundas, através  do uso de tecnologias de ponta como a inteligência artificial, para que consigam comunicar as suas necessidades através de uma nova forma.

Esta ferramenta é um “alívio” não só para os portadores de deficiência, mas principalmente para os seus cuidadores. Os níveis profundos de deficiência mental ou múltipla não permitem que o portador da mesma consiga expressar-se de forma a que quem o rodeia consiga entender. É um trabalho por vezes “pesado” para quem cuida e precisa de estar constantemente em alerta e a “adivinhar” as necessidades que precisam de ser satisfeitas.

Neste projeto, existem crianças e adolescentes a serem filmados no seu dia-a-dia para que se possam recolher imagens de vídeo e registos de áudio que criaram um banco de dados para que sejam trabalhados através da inteligência artificial.

O investigador e coordenador do projeto, Michal Kosiedowski, revela que o sistema funciona da seguinte forma: “A câmara olha para a pessoa com deficiência e o componente de Inteligência Artificial, um componente de software, pode identificar essa pessoa, monitorizar as mãos, os braços e o corpo todo, assim como os gestos. E também capta os pequenos pontos, ou os pontos no rosto, que são monitorizados e dão indicação de uma expressão facial específica”.

Assim o sistema consegue registar o que entende por gestos relevantes atribuindo um significado. A interpretação desses gestos é então comunicada ao cuidador.

Conforme estes exemplos acima referidos, existem muitos outros estudos, projetos, tecnologias a serem desenvolvidas e outras que já estão acessíveis a todos nós, que podem ser usadas para uma maior acessibilidade, integração e adaptabilidade de pessoas portadoras de algum grau de deficiência, bem como aos seus cuidadores.

Às vezes uma simples mensagem de voz pode fazer a diferença a um portador de deficiência visual, ou um programa interativo a um portador de deficiência auditiva. De alguma forma, todos nós podemos começar a usar a tecnologia para a acessibilidade sempre que necessário para que quem seja portador de algum grau de deficiência possa sentir-se integrado, adaptado e consiga crescer de uma forma melhor e mais saudável.

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