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Glaucoma: como tratar a doença que pode levar à cegueira

Glaucoma: como tratar a doença que pode levar à cegueira

Glaucoma é a designação médica para um grupo de doenças do olho que danificam o nervo ótico, responsável pela transmissão da informação do olho até ao cérebro. Sabe o que é e como tratar estas doenças.

O glaucoma é a principal causa de cegueira irreversível em todo o mundo (80 milhões de pessoas sofrem de glaucoma, 10% das quais cegas de ambos os olhos). Estima-se, ainda, que a doença atinja cerca de 100 mil pessoas em Portugal.

A dimensão destes números deve-se, principalmente, porque o diagnóstico é muitas vezes tardio. E tende a aumentar, dado o crescente envelhecimento da população.

O que é?

É uma doença crónica e progressiva que provoca a destruição do nervo ótico. Este conduz a informação captada pelo olho para o cérebro, permitindo-nos ver. É por isso que a sua destruição leva a uma cegueira irrecuperável

Existem diferentes tipos de glaucoma, sendo mais frequente na população ocidental, o glaucoma de ângulo aberto.

Glaucoma de ângulo aberto

Esta é a forma mais frequente de glaucoma e tem como principal causa o aumento da pressão intraocular. Tal resulta da dificuldade em drenar um líquido produzido dentro do olho — o humor aquoso.

Costuma surgir depois dos 35 anos e é mais frequente em diabéticos e míopes. Além disso, esta doença tem tendência para surgir em vários elementos da mesma família e surge com maior frequência (e com sintomas mais graves) em pessoas de raça negra.

O glaucoma de ângulo aberto é uma doença silenciosa. Ou seja, não apresenta qualquer sintoma — além da perda de visão progressiva — passando despercebida até os doentes se encontrarem numa fase muito avançada, quando o campo visual fica muito danificado ou até, em alguns casos, se verifica cegueira num dos olhos. 

Glaucoma de ângulo fechado

Também conhecido como glaucoma agudo, provoca ataques repentinos de aumento de pressão, normalmente em apenas um dos olhos. Nesta doença, o espaço entre a córnea e a íris dos doentes fica mais estreito do que o habitual. Assim, quando a pupila dilata, pode fazer com que a íris impeça a drenagem do humor aquoso.

Além de um ligeiro agravamento da visão, os sintomas podem incluir também dores no olho e na cabeça, náuseas e vermelhidão do olho. Em casos mais graves, pode provocar perda rápida da visão e uma dor aguda e repentina no olho.

Glaucoma congénito

Tal como o próprio nome indica, é uma forma de glaucoma que a criança tem à nascença por já estar presente durante a gravidez.  É considerado raro e requer tratamento imediato após o seu reconhecimento.

Quais são os fatores de risco? 

Qualquer pessoa pode desenvolver glaucoma, porém algumas apresentam um maior risco, nomeadamente

  • Pessoas com história familiar desta doença;
  • Pessoas de raça negra; 
  • Pessoas com idade superior a 35 anos;
  • Pessoas com diabetes, doenças cardíacas, elevada pressão sanguínea ou hipotiroidismo; 
  • Pessoas com espessura de córnea reduzida ou alterações estruturais do nervo ótico; 
  • Pessoas medicadas de forma crónica com corticoides.

Diagnóstico do glaucoma

O diagnóstico é feito através da observação feita pelo oftalmologista do/a:

  • pressão intraocular — quando elevada, constitui o principal fator de risco para esta doença;
  • local de drenagem do humor aquoso, através da gonioscopia;
  • fundo ocular, para detetar alterações no nervo ótico.

Recorre-se, depois, a um conjunto de exames de imagem para confirmar a suspeita e classificar o estádio da doença. 

Como tratar o glaucoma?

Habitualmente, o glaucoma trata-se com colírios (gotas), que se aplicam diretamente nos olhos. Salvo algumas exceções, quando estas não são o suficiente para reduzir a pressão intraocular.

Assim, quando o tratamento médico não é eficaz ou não é tolerado deve recorrer-se à cirúrgia. Nesse sentido, existem diversas técnicas cirúrgicas que permitem aumentar a drenagem do humor aquoso e diminuir a pressão intraocular, como a trabeculectomia e a esclerectomia profunda

Por fim, em alguns casos especiais — menos de 5% — pode ser necessário tratamento adicional, recorrendo-se ao laser micropulsado.

Em qualquer caso, o doente deve ser seguido regularmente pelo oftalmologista.

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