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Investimento Verde na Europa e no Mundo

investimento verde

Não há planeta B. A exaustão dos recursos naturais da Terra e as inevitáveis consequências no meio ambiente estão a levar a uma reconfiguração no modo de atuação de diversos setores da sociedade. O mercado financeiro é um deles, cada vez mais investidores procuram produtos financeiros que tenham em atenção as práticas empresariais mais sustentáveis e com responsabilidade ambiental e social, o chamado Investimento Verde.

O Investimento verde e o selo de qualidade “green bonds”

Para se ter uma ideia, os ativos financeiros que seguem os critérios ESG (ambientais, sociais e de governança) já atingem os 3 mil milhões de dólares a nível mundial e os investimentos no universo das finanças sustentáveis já rendem 40 mil milhões de dólares em receitas para o sistema financeiro.

Também denominados “green bonds”, uma vez que o capital subscrito pelos investidores deve ser aplicado em projetos relacionados com desenvolvimento sustentável e com benefícios de natureza ambiental (incluindo a vertente da mitigação das alterações climáticas), estes ativos ainda carecem de harmonização nos critérios que determinam a sua configuração e caracterização.

Isto pode levar, por exemplo, à existência, no mesmo mercado, de instrumentos caracterizados como “green bonds”, mas cujo capital não é realmente afeto a projetos ambientalmente sustentáveis.

De forma a colocar alguma ordem neste mercado e prevenir crimes de “ecobranqueamento”, a Comissão Europeia acordou com o Parlamento Europeu e com o Conselho Europeu a estruturação e publicação dos princípios básicos que servirão como guia para o desenvolvimento da taxonomia que permite identificar um “investimento verde”.

Este avanço é o primeiro sistema de classificação das atividades económicas sustentáveis e tem como objetivo criar uma linguagem comum que permita identificar com clareza os investimentos que, de facto, promovam a sustentabilidade.

Para que um investimento seja qualificado como “verde”, devem ser respeitados critérios técnicos robustos e de base científica e, paralelamente, avançar garantias de que cumprem os “mínimos” ao nível social e de governança.

Para além destes parâmetros, as atividades económicas que usufruam deste “financiamento sustentável”, são avaliadas consoante a capacidade de dar uma contribuição substancial para, pelo menos, um dos seis objetivos ambientais avançados pela comissão:

  • Adaptação às alterações climáticas
  • Mitigação das alterações climáticas
  • Uso sustentável e proteção de recursos hidráulicos
  • Transição para uma economia circular, prevenção dos resíduos e reciclagem
  • Controlo e prevenção da poluição
  • Proteção e restauração da biodiversidade e ecossistemas

Produtos financeiros verdes disponíveis em Portugal

O investimento verde também já chegou a Portugal. Eis alguns exemplos de fundos com caráter sustentável que se podem encontrar nas instituições bancárias portuguesas:

  • Fundo Santander Sustentável (Santander): este fundo com critérios ESG, obriga a um investimento inicial de 500 euros (que são investidores maioritariamente em obrigações mas também até 20% em ações) e ao pagamento de uma comissão de gestão de 1,1%.
  • IMGA Iberia Equities ESG (BCP): dá a oportunidade de apostar em empresas cotadas nos mercados regulamentados em Portugal e Espanha ou, se cotadas noutro mercado regulamentado, com gestão ou fontes de receitas relevantes nestes dois mercados. No caso deste fundo, a rentabilidade anualizada é negativa em 6%.
  • Sustainable Energy Fund da BlackRock (BCP): fundo de ações do setor de energia alternativa, que investe em ações ligadas a serviços públicos, indústria, tecnologia e materiais básicos, na Europa e EUA.
  • Caixa Ações Europa Socialmente Responsável (CGD): permite investir, predominantemente, em ações de empresas cotadas na União Europeia, Suíça e Noruega. Com um investimento mínimo de 100 euros, rendeu 7,76% em 2019.
  • Pictet Water R Eur (Best): permite investir em ações de empresas globais que se dedicam ao abastecimento e serviços de tratamento e abastecimento de água, bem como em empresas associadas ao desenvolvimento de tecnologias e serviços ambientais.

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