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Como usar a moratória para reduzir os encargos com o crédito?

moratória reduz os encargos com créditos

Depois de uma primeira moratória de crédito que visava dar uma folga orçamental às famílias mais afetadas pela crise pandémica, no verão passado, o governo voltou a aprovar alterações à legislação relativa às moratórias de crédito para que estas permitam não só suspender o pagamento das prestações da casa e do crédito ao consumo para fins de educação e formação, bem como o pagamento das prestações do crédito à habitação até 30 de setembro de 2021.

Apesar da suspensão dos pagamentos das prestações dos créditos contraídos ser uma realidade, o pedido de moratória pode não ser completamente gratuito. Ao longo do período “de pausa” no pagamento das prestações de crédito, os bancos continuarão a contabilizar os juros devidos e somá-los-ão ao capital em dívida.

Isto significa que, apesar de ficarem até 18 meses sem receberem os reembolsos dos créditos concedidos, no final do processo, o consumidor terá de suportar os juros durante o período de suspensão de acordo com o tipo de moratória que estiver escolhido.

Três modalidades de Moratória

Existem três tipos de moratória: suspensão total de pagamentos, suspensão do pagamento de capital e suspensão parcial do pagamento de capital.

  • Suspensão total de pagamento

Neste caso, o cliente suspende totalmente o pagamento da prestação devida e adia, até um máximo de seis meses, o reembolso do capital e o pagamento dos juros correspondentes. O capital em dívida não baixa e os juros que deveria pagar serão somados ao valor do crédito por liquidar. Imaginemos que a sua prestação atual é de 332,5 euros, dos quais 103 euros são referentes a juros. Se estiver seis meses sem pagar, o valor do seu capital em dívida não diminui como aumenta em mais de 600 euros, precisamente porque esteve seis meses sem pagar os juros correspondentes.

  • Suspensão do pagamento de capital

Com esta opção, o cliente continua a pagar os juros correspondentes à habitual prestação mensal, mas não amortiza capital até ao final da moratória. Neste caso, adia apenas o reembolso do empréstimo pessoal, mantendo o capital em dívida igual ao que estava antes de ter acionado a moratória. Tomando o exemplo dado acima, em vez de pagar 332,5 euros, pagaria apenas 103 euros.

  • Suspensão parcial do pagamento de capital

Tal como o nome desta modalidade nos diz, o cliente opta por pagar a parcela dos juros e uma parte da amortização de capital. Apesar de ser menos onerosa aquando do término da moratória, esta opção implica um maior esforço financeiro no imediato.

Como utilizar a moratória para reduzir encargos com o crédito

Independentemente do que escolher, as condições de base do seu financiamento não podem ser alteradas. A taxa de juro ou o prazo terão de se manter. A única coisa que deverá mudar é mesmo o valor da prestação para comportar o valor dos juros não pagos neste período.

Como vemos, a poupança que conseguirá durante os meses em que usufruir da suspensão do pagamento das prestações de crédito pode desvanecer-se no período subsequente ao seu término.

Para que essa poupança se estenda no tempo, esta é uma boa altura para começar a reavaliar as condições do seu empréstimo. Se entende que as prestações que paga, em condições normais, são demasiado altas, uma transferência de crédito poderá ser a solução ideal.

Dado que a moratória não o impede de mudar de banco, transferir o seu crédito para uma outra instituição pode permitir-lhe, através da redução do spread, alcançar uma prestação mensal mais baixa.

Exemplo prático para o caso de um crédito à habitação

Um empréstimo no valor de 140 mil euros, a 38 anos, com um spread de 1,45% corresponde a uma prestação mensal de 384,36 euros.

Caso este crédito seja transferido para uma outra instituição com um spread de 1,1%, a prestação desce até aos 346,47 euros.

Poupança mensal = 38 euros

Poupança total no final do contrato = mais de 17 mil euros

Com esta transferência de crédito à habitação, o consumidor poupa mensalmente 38 euros e, no final do contrato, mais de 17 mil euros.

Além do corte nas prestações mensais, com a transferência de crédito, o consumidor ganha a possibilidade de reavaliar produtos que não utiliza, como cartões de crédito e outros produtos que teve de adquirir na altura em que fez o seu crédito, bem como rever os seguros associados ao crédito habitação. Trocar os seguros de vida e multirriscos são bons potenciadores de poupança.

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